Capítulo 6

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Bom dia!!!!!!!!!!

Marina chegou cedo!

Está na hora de atear fogo na chuva hahaha, assistam o video enquanto leêm, beijos!!

Marina

“Borboletas no estômago”.

Sempre achei que isso fosse uma grande besteira, mas cá estou eu, tendo essa sensação. Louca, eu só posso estar louca! Nunca mais havia sentindo esse tipo de sensação. Pelo menos, não desde que eu era uma adolescente, mais especificamente antes daquele fatídico natal, em que fui toda ansiosa para a casa do meu ex, depois daquilo, fiquei meio inerte a esses tipos de reações. Me fechei em uma armadura e só o prazer me importava.

Agora, estou aqui, repetindo meu mantra internamente. É só tensão sexual, Marina, só tensão sexual. Mas, minha noite não saiu nada como o planejado, o maldito simplesmente não apareceu e eu fiquei extremamente frustrada e estressada, e o que eu fiz diante disso? Me entreguei ao meu outro vício, a bebida, bebi muito e uma das poucas coisas que me lembro da noite, foi do Bruno. No começo ele até queria jogar, mas apesar de suas excentricidades ele jamais me levaria para uma sessão de BDSM no estado em que eu me encontrava. Lembro-me também que ele me colocou em um táxi, e que eu apaguei assim que cheguei em casa.

***
Quando acordo no domingo, estou com uma ressaca imensa, mas além da dor de cabeça e um gosto horrível na boca, estou sentindo uma puta de uma raiva, pois os meus primeiros pensamentos do dia foram para o Daniel.

Eu não consigo entender de onde vem toda essa obsessão. Eu nem o conheço, não sei nada sobre ele, nada além do fato dele ter feito meu corpo inflamar com apenas um olhar, nada além do fato de que com um simples toque de suas mãos, eu tive o orgasmo mais intenso que já tive em toda à minha vida. Eu já fiz muito sexo na vida, já participei de todos os tipos de perversidades que se possa imaginar, eu vivia em busca do prazer, não importava como, se em ménages, sessões de BDSM e até com mulheres eu já dormi, mas depois daquele dia, tudo caiu por terra. Eu queria ele, queria senti-lo dentro de mim, queria que ele me desse prazer, e isso estava mexendo com meus hormônios e com a minha mente. O fato de nem saber como encontra-lo me deixa ainda mais furiosa, mas isso tem que mudar, preciso me centrar e voltar a agir como sempre agi, quero sexo e se não for com ele, será com outros, ou, outras.

***
O domingo passou rápido e graças as novas medicações que tem me ajudado. Ainda tenho meus pesadelos, mas consigo descansar boa parte da noite. Em contrapartida tem os sonhos com Daniel que também me perturbam.

O trabalho tem me mantido ocupada durante o dia e até que estou gostando de participar de todo o processo da criação da nova linha. Participo desde o marketing, administrativo até nas escolhas das essências. Essa, era a parte que eu mais gostava, todos os perfumes e misturas. Manuela, a bioquímica responsável da empresa, apesar de jovem era muito talentosa e responsável. Confesso que gostei dela. Ela é pequena, cabelos negros e tem toda jovialidade e alegria que eu perdi há muito tempo atrás. Acabamos nos tornando próximas e acredito que foi o mais próximo de uma amizade que eu tive a vida toda. Com isso, a semana passou rapidamente e quando me dei conta já era quinta feira.

Meu avô, está mais tranquilo e feliz com meu desempenho, o que me deixa aliviada, pois, tudo que eu quero é tirar essa carga das costas dele para que ele cuide da minha avó como ela merece.

- Marina, estou muito feliz que você esteja aqui. Acredite, você está me ajudando muito!

- Também estou feliz, Vovô, e muito animada! O trabalho me mantêm ocupada. - ele sorri com os olhos.

- E todos gostam de você na empresa, só tenho recebido elogios. - ele fica sério de repente e fixa seus olhos cansados nos meus - Minha filha a vida não é só trabalho, você é jovem, precisa se divertir com pessoas da sua idade. Você precisa tirar esse luto e voltar a viver. - ele diz e meu sorriso se esvai lentamente.

- Eu estou bem, vovô. – Ele me olha com compaixão.

- Tudo bem, meu amor, mas me prometa que vai ao menos tentar?

- Sim, eu prometo. – ele levanta vem até onde estou me dá um beijo na cabeça e então sai da sala. Logo após, ouço uma batido e vejo que é Manu.

- Posso entrar? – Ela pergunta com a metade do corpo para dentro.

- Claro, Manu.

- Marina, amanhã é aniversário da Luciana do RH, e a maioria dos funcionários estão combinando de ir a Kingdom. Sabe aquela boate super badalada que inaugurou há poucos dias? – Balanço a cabeça em um sinal negativo, além do clube quase não saio. – Enfim, é um local muito bacana, e bomba! Eu vim te convidar para ir conosco. – Fico parada sem saber o que responder, mas então me lembro da promessa que fiz ao meu avô e tudo que eu farei será por ele e por minha avó, então resolvo aceitar.
- Claro, vamos sim. – Ela dá um pulinho empolgado, como se tivesse ganhado um grande presente de natal, que eu até me contagio com sua espontaneidade.

- Vamos nos divertir muito, você vai ver!

É, eu espero que sim...

***

A boate realmente é badalada, as pessoas se divertem na pista no ritmo das musicas da atualidade, e apesar de eu passar a maior parte do tempo sentada na mesa que o pessoal reservou, eu me divirto. Tomo algumas doses de uísque e consequentemente sinto-me mais leve.

A música que toca é Diamonds da Rihanna e a pista ferve. Manu é a mais animada da turma, observo admirada com tamanha energia.

Quando a música acaba ela vem até a mesa tomar uma água para repor as energias.

- Marina, você ficou a noite toda ai sentada, vamos nos jogar na pista!

- Estou bem, Manu, me divertindo vendo a animação de vocês!

Mas quando Set Fire in the Rain da Adele, explode nos altos falantes em uma versão mais animada, ela se empolga.

- Amo essa música! Sem desculpas Marina, vamos dançar! – Sem me dar ao menos chance de negar ela sai me puxando para o meio da pista e eu acabo me deixando levar pela batida do Dj.

De repente sinto meu corpo ferver, como diz a letra da música, como se fosse ateado fogo na chuva, tudo em mim queima, estou em chamas e logo sei o motivo. Sinto suas mãos passarem levemente sobre meus braços, e é como se a pele queimasse. Nem preciso virar para saber quem é, só ele é capaz de fazer meu corpo entrar em erupção com um simples toque, ele aproxima seu corpo do meu e enlaça minha cintura. Tudo ao meu redor deixa de existir e eu deixo que ele me conduza, dançando com seu corpo colado ao meu.

Eu ateei fogo à chuva
A assisti cair enquanto eu tocava seu rosto
Bem, ela queimava enquanto eu chorava
Porque eu a ouvia gritando seu nome, seu nome!

Eu ateei fogo à chuva
E nos joguei nas chamas

Nos últimos acordes da música me viro ficando frente a frente com ele e seu olhar é a minha perdição.

Eu ateei fogo à chuva
Deixe queimar, oh
Deixe queimar…
Deixe queimar…

Eu sabia que me queimaria, e eu queria ser queimada, já não havia mais como voltar atrás...

Destinos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora