16; confissão ou pressão

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Sheyla adormeceu profundamente em seus braços. Hoseok perdeu um bom tempo admirando os lábios partidos e respiração tranquila. Parecia um anjo de tão linda, serena dormindo como se nada no mundo fosse atrapalhar. A pele retinta tinha um leve brilho natural, que fez o jovem se lembrar de todas as noites que passou acordado sonhando em tocá-la outra vez.
Apesar da relação proibida que levaram adiante, Sheyla por algum tempo pareceu inalcançável para Hobi. Mesmo podendo tocar, beijar, apertar desfrutando de um imenso prazer carnal, a mulher estava distante de si. Hoseok não soube de onde viera a vontade impossível de ignorar, essa era de fazê-la tua, muito além do corpo, ele desejou o coração de Sheyla.
O que nunca quis de nenhuma antes.
Neste caso, percebeu a paixão que lhe queimava o peito, a mulher casada com quem se envolveu aparecia em seus devaneios de como seria uma vida a dois, feliz assim como nas novelas. Hoseok se viu tão diferente, quase que orando para que um dia o outro cara largasse o coração que tanto cobiçou. No entanto, depois de finalmente acontecer ele não queria pensar em dar o primeiro passo.
Ela estava chateada, sensibilizada e ele ainda não tinha certeza se Leon aparecesse, qual seria a reação dela. Talvez pudesse ser capaz de perdoar e voltar. A possibilidade não podia ser descartada, Jung já tinha visto acontecer.
Naquele momento delicado, ele só queria protegê-la. Fazer o possível para ajudá-la da forma que fosse necessária.
Tendo todo o cuidado do mundo para não acordar ela, Hoseok se levanta da cama, o dia já estava amanhecendo. Fez questão de checar as cortinas para ter certeza de que nenhum raio de sol entrasse, depois disso saiu fechando a porta em um “clic”, indo para seu escritório. Daria início ao seu trabalho: as papeladas do divórcio.

(...)

Cozinhar, algo que ele não fazia há um bom tempo e na verdade nunca fora um de seus dotes. Porém, lá estava o advogado tentando fazer panquecas que não ficassem partidas ao meio dentro da frigideira. Já tinha queimado a ponta dos dedos, derrubado farinha por boa parte da bancada, mas seguia sem desistir colocando fé em outra tentativa.
Pelo menos o café tinha sido um sucesso.
Enquanto passava as panquecas para um prato raso grande, ouviu quando alguém se aproximou com passos suaves que ecoaram pelo cômodo. Sheyla ainda esfregando os olhos entrou no espaço usando a mesma camiseta e calcinha da noite passada. Cabelos presos no alto da cabeça com alguns fios arrepiados pelo frizz.
— Bom dia — sorriu colocando-se na ponta dos pés para selar os lábios dele. Lábios com leve sabor mentolado do creme dental.
— Bom dia, pretinha — sorriu — Dormiu bem?
— Como há tempos não dormia. O que é que tem na sua cama? — se sentou em uma das cadeiras altas na bancada.
— Tem eu.
Ela riu do jeitinho adorável que ele admirava em segredo. Havia um brilho inocente no sorriso de dentes perolados, algo que fazia Hoseok querer beijá-la mais.
— Talvez seja mesmo essa a diferença — murmurou mais para si mesma — Suas panquecas parecem deliciosas, cariño. Estou faminta.
— Não sou o melhor cozinheiro, minha especialidade é mesmo só o café. No entanto, foi feito com carinho. Vou te servir.
O fez, enchendo suas canecas verdes de café em seguida sentando do lado de Sheyla, pernas se tocando por baixo do móvel. A mulher deu a primeira garfada levando a boca, mastigando devagar sendo acompanhada por olhos curiosos em expectativa.
— Só me diz que não troquei açúcar por sal.
— Mmm… — fechou os olhos — Para quem disse não mandar bem na cozinha, você merece um dez,  Dr. Jung.
— Ah, fico aliviado. Não queria passar vergonha.
— Difícil acontecer, você é incrível. Perfeito.
— Perfeito não, Sheyla.
— É sim — colocou a mão por cima da dele — Foi para mim ontem e acordou sendo hoje. Sinto-me envergonhada por não saber como te agradecer, não é qualquer pessoa que se comove com minha situação, você me acolheu. Serei sempre grata, do fundo do meu coração.
Eles trocaram um olhar cheio de cumplicidade.
— Sheyla, eu… sei que não é o momento certo para abrir esse assunto, mas acho que não dá para continuar anulando.
Hoseok sentiu um frio na boca do estômago, borboletas dançando loucamente dentro da barriga. Os olhos dela permaneceram no rosto dele, esperançosos.
— Pode falar — disse suavemente soltando a mão da dele, repousando as mesmas no próprio colo mexendo nos dedos, um sinal de nervosismo.
— Na verdade, é uma pergunta que tenho. Faz um bom tempo que estamos tendo encontros, fazendo amor quase todas as vezes, nos divertindo e nos conhecendo. Gostaria de saber se não percebeu que só permaneci na sua vida, porque me apaixonei por você?
A mulher congelou no lugar. Olhos arregalados e lábios levementes abertos.
— Er… Er… Hoseok, eu…
— Momento errado, eu sei. Eu só tinha de botar para fora — ela nunca saberia o quão nervoso ele estava.
— Não, não. Tudo bem, só foi bem repentino, não ruim. Sinceramente — correu a mão pelo rosto — Me sinto diferente em relação a nós dois. Não é a mesma coisa, mas não posso dizer o mesmo porque não sei se é mesmo isso e agora… Oh, meu Deus!
— Shhh. Não chora, não precisa chorar. Aish! Fui inconveniente.
— Me sinto ridícula porque gosto de você, gosto o suficiente para ter dúvidas, cariño. É, gosto muito.
— É melhor que nada. Pelo menos não mentiu, pois vejo nos seus olhos que é caidinha por mim.
Sheyla riu chorosa. Hobi ergueu a mão secando as lágrimas das bochechas quentes.
— Vai deixar de gostar de mim? — indagou hesitante.
— Por não poder me corresponder de imediato, estando em processo de divórcio com seu futuro ex-marido abusivo? Não, pretinha.
— É bom saber.
— Preciso ter calma, ser paciente. Dizem que quanto mais paciência melhor a recompensa, certo? Não quero que pense na minha confissão como uma forma de te pressionar.
— Eu não vejo assim. Sempre foi tão sutil comigo.
— Pretendo continuar sendo. Precisa ser tratada como merece. Sinto que desperta minha melhor versão, nunca me senti desse jeito antes — olhando nos olhos cativantes da mulher, Hoseok se aproximou colocando-se entre as coxas roliças, lhe afagando o alto da maçã do rosto sentindo o calor agradável da pele escura.
— Me deixa sem palavras, soa feito um príncipe de contos de fada.
— E se eu for seu príncipe, pretinha? — sorriu roçando os lábios nos dela levemente.
— Posso acreditar, você é perfeito — Sheyla sussurrou rendida.
— Não. E não é sobre perfeição, apesar de eu também te achar perfeita. Talvez seja apenas o momento certo.
— Ah, mi cariño… Desde o início me fez querer você — os dedos gentis alcançam a face dele, tocando como se fosse delicada demais.
Hoseok fechou os olhos brevemente aproveitando, até que sentiu lábios cheios pressionarem os seus.
Os lábios se encaixaram exatamente como se pertencessem, peças finais de um quebra cabeça. Hoseok suspirou pesado, coração batendo mais leve após sua difícil confissão. Sentiu-se leve, agarrou as pernas de Sheyla erguendo na altura do quadril, querendo mais contato. Ela se aproximou dando o que ele buscava, o calor entre as pernas da mulher passando facilmente para si através do tecido fino da calcinha.
Hobi trabalhou para mais longe as mãos com as palmas abertas, percorrendo para cima erguendo a camiseta enrolando na curva da cintura. Assim, teve mais acesso a pele deliciosamente aquecida.
— Quero você, tudo bem? — Hoseok perguntou com a respiração acelerada.
— Sim, sim. Eu quero. —  esfregou o sexo por cima da roupa.
A urgência crescendo a cada toque. Hoseok se demorou na curva do pescoço dela, dando leves mordidas enquanto apertava o quadril vigorosamente, a fazendo rebolar em cima da cadeira. Gemidos baixos, mas audíveis. Sheyla encontrava-se totalmente agarrada ao corpo esguio e alto de Hoseok.
Ambos tão envolvidos que sequer perceberam Dawon irromper pela porta.
Ela caminhou para dentro escutando os sons vindo da cozinha. A cena a deixando boquiaberta: sua melhor amiga e seu único irmão praticamente se devorando no meio do cômodo.
— Que merda 'tá acontecendo com vocês dois? — indagou num tom alto o suficiente para sobressaltar eles.
Sheyla afastou-se de imediato cobrindo a boca, espantada com a presença da amiga.
— Dawon? Como foi que entrou? — Hoseok virou-se para a mesma preocupado.
— Eu tenho a cópia da chave que me deu quando chegou aqui… Vim te ver porque estava morrendo de saudade e pego vocês de safadeza logo cedo? Sheyla, como vai me explicar isso? — Dawon soltou as sacolas que segurava no chão.
— Amiga, é complicado — começou a se aproximar.
— Não precisa chegar perto — ergueu o dedo — Aposto que é complicado ainda mais por ser casada.
— Não é bem do jeito que está pensando, irmã.
— Ah, não?! Então, como é? Você não está trepando com minha melhor amiga casada?
— Dawon, não fale assim!
— Falo como bem quiser, Sheyla. Isso estava acontecendo debaixo do meu nariz com certeza. E do Leon também… Oh, meu Deus! — Dawon riu em escárnio — Leon e você quase nunca deram certo, mas isso aqui… Olha, esperava mais de você Sheyla. Toda certinha com essa cara de mocinha sofrida. Foi assim que fisgou meu irmão?
— Dawon!
— Tudo bem, Hoseok — Sheyla interveio — Ela tem razão em estar zangada. Nós mentimos para ela. Eu menti.
Dawon cruzou os braços balançando a cabeça, desapontada. Hoseok tomou um lugar do lado de Sheyla, encarando a irmã.
— Vou me divorciar do Leon, Dawon.
Os olhos da mulher se arregalaram um pouco.
— O quê?
— Isso mesmo. É por isso que estou aqui, nós tivemos nossa última briga. Seu irmão me acolheu, pois Leon não quis me deixar ficar.
— Desde quando estão tendo um caso?
Hoseok e Sheyla se entreolharam.
— Faz diferença, Dawon? Vejo que está pronta para julgar de qualquer forma, sem saber o que se passa.
— Eu sei que as circunstâncias são erradas, mas pode me deixar explicar.
— Não deve explicações a ela, Sheyla.
— Hoseok, por favor…
— Se poupe, Sheyla. Meu irmão tem razão. Não me deve explicações, nesse tempo em que estivemos afastadas agora sei com o que estave ocupada. Deve ser complicado lidar com uma relação desastrosa e outra com um cafajeste como Hoseok.
Hobi gargalhou sem humor.
— Sabe mesmo ser venenosa quando quer, minha irmã.
Dawon deu de ombros se demonstrando indiferente. Ela e Sheyla trocaram um longo olhar.
— Você não vai entender, não é? — indagou Shey.
— Diz o que mais tenho para entender, uh? Mentiu para mim, se envolveu com meu irmão nas minhas costas ainda me chamando de amiga. Eu fui sua única confidente por anos, ouvi todas as lamentações sobre sua vida dramática. Estive sempre do seu lado, para quê? Para me enganar assim?
— Eu sinto muito… Não era para ser assim, eu juro. Não fique chateada comigo.
— Tarde demais.
— Dawon, por favor. Não tem de ser tão dura assim com ela. São amigas — falou Hoseok.
— Mentirosos. Falsos, se merecem mesmo. Não vou ficar para atrapalhar. Tinham algo a fazer, não? Fique com as gravatas, Hobi. As que usa são cafonas — se referiu as sacolas no chão.
Chateada, Dawon se virou indo para saída. Sheyla correu atrás da amiga.
— Dawon, eu gosto do seu irmão. Não pode me condenar por isso.
— Você não confiou em mim, Shey… — disse baixo sobre o ombro, antes de sair batendo a porta com força.
Sheyla ficou ali encarando a mesma com os olhos cheios de lágrimas.
— Sheyla?
— Eu ferrei tudo.
— Não é verdade.
— É sim… Sempre quando acho que estou dando um passo certo, tudo desmorona novamente. Eu não sei o que fazer, merda! — grunhiu frustrada.
— Ei, não faz assim. Dawon está chateada, vai precisar de um tempo. Vocês se amam, tem muita história juntas. Vão se acertar — a envolveu nos braços em um abraço apertado.
— Não sei, cariño.
— Olha para mim — pegou o rosto entre as  mãos — Uma coisa de cada vez. Temos algo maior do que a chateação de minha irmã pela frente. Não fique mais tensa.
Ela assentiu e respirou fundo.
— Cariño, só você pode me fazer relaxar agora.
— Tem certeza? — ergueu as sobrancelhas.
— Uhum.

Sentados no sofá, os corpos colidiam com vontade. Sheyla por cima com seus braços presos em torno do pescoço de Hoseok. Ele a assistia fascinado, o suor escorrendo pelo corpo nu que se movia no topo do seu. Linda, ele pensava enquanto dava atenção aos seios balançando pela força do impacto das peles.
Algo que causava aquele som maravilhoso, só não melhor e mais gostoso que os gemidos escorrendo dos lábios partidos dela.
— Gostosa — disse ele soltando um seio da boca.
Acertou um tapa forte na bunda farta, uma forma de expressar o desejo intenso que fazia seu corpo entrar em frenesi.
— Você me deixa louca, cariño — rebolou o quadril jogando a cabeça para trás.
Hoseok pensou que fosse explodir com o tanto que ela contraiu ao seu redor. Pensou que nunca fosse capaz de conhecer o céu, mas desde que abriu seu coração, percebeu que Sheyla era a única capaz de levá-lo mais perto do paraíso.





Dilema | jung hoseok Onde histórias criam vida. Descubra agora