- Me busca aqui na entrada? - escutei a voz da Nathalia do outro lado.
- Tô indo.Coloquei o fuzil atravessado e subi em cima da moto, gosto de andar assim, papo dez.
- Mohamed? - escutei a voz de uma menina me chamar e olhei pra trás.
- Passa a visão.
- Eu gostaria muito de falar algo com você na sua presença e na presença da sua esposa, quer dizer, da sua família inteira. - olhei desconfiado.
- Falar comigo? - ela assentiu. - Se o papo for sério, brota na minha casa mais tarde. Estou indo buscar minha esposa agora.
- Broto sim, não tem problema. Eu vou andando mais tarde.
Sai dali pensativo, falar comigo? Eu nunca parei ou dei confiança pra alguém daqui, inclusive novinha.
Nathalia subiu na moto com o rosto todo vermelho. Esperei chegar em casa pra perguntar.
— Qual foi?
— Perdi meu emprego. — deixou a bolsa em cima do sofá.
— Como assim, Nathalia? Qual motivo? Tu nem tá faltando, tá indo normal.
— O delegado me demitiu e vão passar a investigar a minha vida para ver se eu tenho envolvimento com algum dos seus crimes.
— Como é que é? — falei puto. — Fica despreocupada que tu faz um curso e eu abro um espaço pra tu aqui, fica tranquila também que ninguém vai te colocar de pista não. Tu tá comigo e tu sabe que eu sou leal, meus bagulhos eu coloco a cara e assumo, nunca irei te colocar no meio.— ela assentiu e foi atender a porta.
A menina de alguns minutos atrás entrou com uma mulher mais velha e um papel em mãos.
— Oi, me chamo Maria Clara. — apertou minha mãe e se sentou no sofá.
Minha mãe e o Pierre brotaram do nada.
— Diz teu papo. — falei vendo ela tremer.
— Eu não iria falar nada mas eu decidi falar por causa da minha mãe e também por que eu só tenho 15 anos. Eu estou grávida de 3 meses e o seu filho duvidou da minha gravidez, dizendo que não era dele e eu disse que iria fazer um exame de DNA e comprovar que era sim. Está aqui o papel se quiser! — estendeu e eu abri lendo o positivo.
Encarei o Pierre, esse cara só me arruma merda pela rua. Já não basta a mãe dele que sumiu do nada e deve estar aprontando, me vem ele com 16 anos arrumar filho.
— Eu falei com a minha filha que era para ela tomar coragem e vim comunicar, como seu filho mesmo disse que não era dele, o teste está aí.
— Fica despreocupada que vamos dar todo apoio pra vocês.
— Muito obrigada Mohamed, era só sobre isso que eu queria falar. Boa tarde. — Nathalia acompanhou até a porta enquanto a minha mãe abria a boca em forma de O várias vezes.
— Tem alguma coisa pra falar sobre isso? — botei o papel na cara dele. — 16 anos, 16 anos... — suspirei negando. — Tu me arrumando filho na rua enquanto tudo tá um caralho.
— Eu não lembro de ter engravidado ninguém, pai. Tô te dando o papo.
— Tá positivo essa porra caralho. — peguei minha camisa. — Eu vou te mudar na marra e tu vai assumir essa criança sim, vai aprender a ser sujeito homem e não bagunçar a filha dos outros.
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Escola da vida - Livro I
FanfictionCoração blindado não pega feitiço O amor constrói a força da paixão Vai incomodar mas não ligue pra isso, não escute os fofoqueiros de plantão. Vai aqui dali aos trancos e barrancos. Quanta coisa que a gente superou O tesouro bem maior que conquista...