Olá! Finalmente estou conseguindo terminar essa história, tem sido cansativo, principalmente nos últimos dias pois estou doente. Mas o progresso não pode parar!
Apreciem o capítulo de hoje, menor que três!Era uma piada.
É difícil para algumas pessoas dimensioanrem o impacto que causam na vida dos outros, por vezes me vi em uma situação em que minhas palavras magoariam demais pessoas próximas a mim. Onde minhas madrugadas eram maculadas pela culpa e pela dor. Em outros momentos, fui dilacerado por palavras duras demais para entender os efeitos que em mim permaneceram, e talvez eu lide com o trauma de muitas delas até hoje.
Mas naquele momento, eu não senti nada. Alguas vezes, após aquele episódio eu viria a indagar o meu ser se naquele instante eu não havia morrido por alguns segundos, porque meu corpo relaxara, minha mente havia entrado em um estado de tranquilidade onde eu não processava informação alguma, e eu apenas não senti nada.
Rachel parecia cansada, era impossível olhar naqueles olhos e dizer que ela tinha apenas vinte anos, sua história parecia repercutir em cada canto de sua mente, e sua mente expressava o cansaço de existir através do olhar singelo de neutralidade. Sua imagem parecia dizer uma mensagem clara: "Eu vi a paisagem do paraíso por tempo demais, estou cansada".
Suas palavras precisas foram:
-Ei, pode voltar a respirar, eu estou brincando.
E foi esse o desfecho da grande trama, o ato final, o apocalipse. Eu não sabia o que eu queria, eu não estava bravo, acho que sequer havia espaço para isso naquele momento. Eu notei o que ela dissera e sabia o que ela pretendia causar em mim, e mesmo assim, eu não reagi. Aquilo não era paz, eu já não era o mesmo do início daquela manhã, eu estava marcado pelo resto de minha vida com cicatrizes profundas demais. Eu estava vivendo uma guerra perpétua, e uma guerra que dura indefinidamente é um simulacro perfeito de paz.
Rachel Grace estava viva. Como? Eu não fazia ideia. E nos milésimos de segundos antes de eu forçar minha mente a funcionar, e eu responder àquela "brincadeira", eu observei bem a vida que corria numa perspectiva única de tempo, e então eu lembrei de cada risada de Rachel Grace até aquele momento, e sendo bem sincero? Eu me sentia deslocado no meio de quem ela era. E não de quem ela era para mim, afinal de contas era alguém que admirei por tempo demais, e tal sentimento não haveria de mudar depois de descobrir a verdade sobre sua capacidade. Mas me senti deslocado por saber como ela se sentia em relação a si mesmo, numa perspectiva de Rachel com Rachel, eu sentia o que ela sentia, e a minha pergunta fazia ainda mais sentido. Não sobre o modo como ela podia ter voltado a vida, mas sim como ela suportara voltar a vida.
- Foi uma piada bem infeliz - Eu disse.
- E mesmo assim, infelzimente você não acreditou - Ela respondeu - Não desfarcei bem?
- Você não errou em momento algum, não é possível errar com a verdade. Infelizmente sei que sua piada não é algo superficial. Tudo parece meio cinza agora, apesar de não ser minha cartada final.
- Não acho que você vai conseguir, sinto muito por lhe dizer, mas tomei uma decisão quinze anos atrás. Você é muito especial, Carlos Valdez, sem dúvida alguma, alguém muito especial mesmo! Mas eu não guiaria nossa entrevista para esse ponto se não houvesse algo muito maior que nós dois nessa história. Dessa forma, com essa sua pergunta, você finalizará a entrevista, pois não creio que após isso terei como adicionar algo. Para nosso final glorioso, lhe contarei sobre meu último dia como desafiante da vida, e como eu por fim, retornei a esse ponto.
Foram as últimas pessoas que observei.
Estavam numa parte do mundo que hoje em dia não sou capaz de reconhecer. Era um pequeno orfanato, embora não seja correto nomea-lo assim. Era uma casa simples no meio do nada em que viviam cinco crianças de idade nada compatíveis, uma jovem mulher extremamente bondosa e um peculiar cachorro. Eram seres difíceis de tentar entender a princípio, mas com alguns pouco minutos eu pude observar o que eles eram de fato: uma família.
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A garota que queria contar histórias
Historia CortaSe encontrar o próprio ídolo é sempre algo empolgante, quem pode imaginar o que uma entrevista com ele significa? Para Carlos Valdez, sua admiração por Rachel Grace foi o primeiro elo que os uniu, agora, frente a misteriosa escritora, Carlos tem a...