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Quando chegaram ao hospital, Keana
entrou com o carro direito pela entrada de ambulâncias, nem se importou com a bronca do guarda. Lauren achou uma cadeira de rodas e sentou Camila nela, a febre não tinha cedido nem um pouco. Foram até a área de espera do pronto socorro.

- Kea, fica com ela aqui que vou fazer a ficha ou sei lá o que é preciso.

Não havia uma única cadeira vaga para sentar ali, tinham até algumas pessoas sentadas no chão. Keana encostou a cadeira com Camila mais perto o possível da porta, assim poderia tomar um pouco de ar, apesar do frio a sala de espera era abafada e com cheiro muito forte.

Enquanto isso Lauren ia falar com umas das atendentes.

- Minha amiga esta com muita febre, precisa de uma consulta.

Sem ao menos levantar os olhos para olhar Lauren, a moça da recepção entrega um cartão com o numero 27. Não entendeu bem o que aquele numero significava.

- O que é esse numero?

- A senha da sua amiga.

- Ela vai ter que esperar 27 pessoas para ser atendida?

- Não meu bem, são 27 pessoa só para
fazer a ficha, quanto ao atendimento, vai da disponibilidade dos médicos.

Tinha vontade de pular aquele balcão de atendimento e dar uns tapas na atendente. Camila não podia esperar tudo isso.

- Mas minha amiga esta mal, ela não pode esperar mais.

- Olha a sua volta garota, você acha que quem esta aqui por acaso sem sente bem?Tem muita gente passando mal também. Quer algo! rápido? Pague a consulta.

- Isso é sério? Se eu pagar ela vai ser
atendida logo?

- Sim, ali fora tem uma porta escrito
"EMERGÊNCIA", leve ela ali.

A cada minuto que passava o desespero de Lauren ia aumentado, Camila tinha o corpo quase deitado na cadeira, a febre fazia o rosto suar e os olhos brilhavam de uma forma assustadora. Não tinha como esperar, pagariaba consulta. Foi até onde Keana segurava a cadeira de Camila.

- E então? Fez a ficha?

Tem muita gente na frente dela, vou pagar a consulta, vamos para a outra parte.

Ia empurrando a cadeira e sussurrando no ouvido da menor que tudo ficaria bem, e ao mesmo tempo tentava se convencer disso também.

Ali era mais tranquilo, e tinha poucas
pessoas. Foi mais uma vez tentar fazer uma ficha e conseguir a consulta para Camila.

- Minha amiga não está bem, me disseram que aqui era mais rápido. O que eu tenho que fazer para ela ser consultada logo?

- Ela tem plano de saúde?

- Não.

- Então é particular, você passa os dados dela, faço a ficha. A consulta custa R$150,00 depois que pagar, ela já pode ser atendida.

Pegou a ficha e levou para Camila ajudar a preencher, tinha coisas básicas como RG, data de nascimento que Lauren não sabia. Por fim com tudo anotado, voltou e entregou a moça, só faltava o pagamento. Começou a procurar a carteira na bolsa, revirou, tirou tudo, jogou o conteúdo da bolsa no chão e então notou com desespero que tinha deixadoba carteira em casa.

- Olha, eu esqueci a carteira, vou em casa, pego e já pago. Por favor atenda logo ela.

- Não posso quebrar às regras, ela só vai ser atendida depois que pagar.

- Drogaaa!!! Eu volto logo, não vou dar um calote. Que porra, o que mais eu preciso fazer para ela ser atendida?

Começou a chutar várias vezes o balcão da recepção, o que atrai a atenção de algumas pessoas que estavam ali, a atendente já estava levando a mão ao telefone, provavelmente para chamar o segurança, nessa hora, Keana coloca a mão no ombro de Lauren para acalmá-la.

- Olha fica ali com a Camila, eu converso com a moça.

Passou as duas mãos pelo rosto e cabelo e foi para perto de Camila, se abaixou para poder falar com ela.

- Mila, estou tentando de tudo para ajudar, mas da tudo errado. Me perdoa.

- Eu estou bem, só preciso deitar um pouco.

Não, ela não estava bem, não era preciso ser um gênio para notar isso, o barulho da respiração estava mais alto, e conseguia notar como ela respirava com dificuldade, como se o ar não chegasse bem aos seus pulmões. Ouviu a moça da recepção dizer.

- Ela pode entrar agora, me acompanhe.

- Finalmente.

Camila foi levada para um quarto todo branco, com um cama reclinável e duas poltronas. Uma enfermeira ajudou ela se deitar e já começou alguns procedimentos de praxe, medir pressão, ver o pulso e a febre. Depois de feito tudo, saiu.

- O médico vem logo, aguarde.

Foi até onde Keana estava, escorada na porta do quarto, meio sem jeito de entrar.

- Kea, não sei como convenceu a moça, mas vou até em casa pegar o dinheiro para pagar.

- Eu já paguei Lauren.

- Você pagou a consulta?

- Sim, você não tinha mínima condição de dirigir até sua casa e voltar. Meu deus achei que o segurança ia ter que arrastar para fora daqui.

- Isso é um empréstimo, eu vou devolver o dinheiro.

- Eu sei Laur. Mas no momento era o que tinha que ser feito. Não se preocupe com isso.

Deu um abraço forte em Keana, para
agradecer por tudo que ela estava fazendo.

- Obrigada, achei que você seria última  pessoa no mundo que iria me ajudar e no entanto...

- Por que você sempre me achou uma
pessoa fútil e barraqueira. Bom, eu sou fútil e barraqueira, mas não um monstro. Melhor você ficar com ela agora.

- Eu vou.

Antes que Lauren pudesse voltar para o quarto, Keana ainda perguntou.

- Você gosta dela né? Quero dizer, gosta mesmo, de verdade...

- Sim Kea. Eu amo Camila.

A MULHER DO PASTOR ➵ CAMREN Onde histórias criam vida. Descubra agora