Tudo começa de maneira casual: uma brincadeira descontraída e despretensiosa para ambos. Estela não tem a intenção de levar a menção de Henrique a sério, apesar do nível de seriedade dele, mas quando a situação se torna mais complexa e dramática do que o esperado - em níveis consideráveis - o que nasce como uma brincadeira, se torna a única maneira de evitar uma situação ainda mais desconfortável. Henrique não vê motivos para não aceitar. Estela é uma pessoa agradável, se esforçando ao máximo para se esgueirar do fantasma do ex, quando o acaso surge, os jogando em uma mesma direção, de uma maneira nada sutil. E, que maneira melhor de demonstrar superioridade ao ex, que colocou um fim a relação, do que exibindo um novo namorado? Não que alguém precise saber que o relacionamento não passa de uma mentira; contanto que seja vantajoso aos dois, qual mal pode haver em uma mentira casual de apenas um final de semana? Eventualmente, as coisas fogem do controle e, o que é inicialmente conveniente para ela, posteriormente se torna conveniente para ele. Uma vez que Henrique estendeu a mão, o mínimo que Estela pode fazer é retribuir a gentileza, certo? Mas, até que ponto é possível fingir estar apaixonado por alguém até atravessar a barreira e, de fato, se apaixonar? Para eles, manter tudo sob controle pode parecer fácil, mas o fácil pode se tornar difícil a partir do momento em que alguém dê o primeiro passo e comece a se apaixonar.