*Atenção, contem gatilho. Tentativa de estrupo. Se o tema e delicado para você sugiro que não leia este capítulo.*
Helena se agarrou a Corvel, sentindo o cheiro amadeirado exalar dele enquanto ele a levava pelo convés.
O navio dele era feio de madeira escura muito bem polida, as velas eram negras com a bandeira pirata estiada se sacudindo pelo vento.
Homens de várias idades andavam apressados pelo convés desatando e puxando cordas enquanto gritavam uns com os outros. Eles saiam do caminho assim que avistavam que Corvel se aproximava.
Eles tinham medo dele. Helena percebeu se perguntando se ela própria também deveria ter. Ela estava à mercê da vontade dele, e não fazia ideia do que ele pretendia.
Ela espantou o medo de sua mente se focando no presente. Corvel a carregou para dentro do quarto do capitão.
O lugar era limpo e bem organizado com livros espalhados por todos os cantos, em prateleiras e pilhas que ficavam despostas pelo chão.
— Seja bem-vinda ao seu novo lar. — Corvel a colocou no chão e saiu em seguida trancando a porta as suas costas.
Helena observou o lugar atentamente, buscando alguma arma, tudo que ela encontrou fora uma caneta de pena com a ponta de metal afiado.
O máximo de estrago que ela poderia fazer com ela era arrancar o olho de alguém, o que ela não achou suficiente para conseguir fugir de um navio cheio de piratas.
Corvel entrou no quarto algumas horas depois, ele tinha uma bandeja nas mãos.
— Está com fome? — Ele se sentou em uma cadeira colocando a bandeja a sua frente em cima de uma mesa de tampo de mármore.
Helena não respondeu apenas se aproximou da mesa se sentando de frente a ele com a pena enfiada nas dobras de suas roupas.
Corvel a observou, ela parecia nervosa. Suas mãos tremiam e suor escorria do decote da camisa sumindo além da visão dele.
— Onde está sua coragem? — Ele sorriu.
— Acabou de pular do navio, estou pensando seriamente em segui-la. — Ela gracejou, fazendo com que ele mordesse a língua para não gargalhar auto.
Ele mordeu uma maça, fazendo sumo escorrer pelos cantos de sua boca. A barriga de Helena roncou de fome, ela não comia nada a mais de quatro horas.
Relutante ela pegou um pedaço de pão e uma fatia grossa de queijo. Ela se serviu de vinho o colocando em uma taça de cristal que ela percebeu ter sido roubada de seu próprio navio.
Helena observou uma faca em cima da mesa, ela colocou o guardanapo sobre ela de forma distraída, puxando o pano para frente fazendo a faca cair em seu colo, ela rapidamente a guardou na bainha da bota, sem que ele percebesse nada.
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Diário de bordo de Helena Herondele
Romance"Livro baseado nos cenários e tradições do século 19, os locais e regras citados nesse livro são frutos do imaginário da autora." Helena Herondele herdeira de umas das propriedades mais prósperas de Burgo era uma dama nada convencional, perdera os p...