Capítulo 3

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Helena se encolheu assim que ele a soltou, suas roupas estavam molhadas o que irradiava um frio dolorido até os seus ossos

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Helena se encolheu assim que ele a soltou, suas roupas estavam molhadas o que irradiava um frio dolorido até os seus ossos. Corvel andava pelo quarto pegando seus livros do chão.

— Esse vaso foi um presente. — Ele disse se aproximando dos restos dele que estavam no chão.

Helena não o respondeu, apenas abraçou o corpo com mais força tentando achar algum calor no gesto.

Corvel parou de andar vendo Helena tremer de frio. Balançando a cabeça ele foi até a porta, um rapaz passava com um balde e um esfregão.

— Você! — O garoto se assustou deixando o balde cair, espalhando água suja até os pês dele. — Vá até os porões e encontre alguma roupa de mulher nos baús roubados. Depois limpe essa sujeira! — Ele apontou para o próprio quarto.

Corvel foi até a cama e pegou o cobertor que a forrava, ele o jogou em direção a Helena que engoliu o orgulho e se enrolou nele.

— Fique no quarto, um garoto vai trazer roupas limpas e secas para você. — Ele começou a se despir, jogado a roupa molhada pelo chão.

— O que pensa que está fazendo? — Helena se virou de costas com o rosto corado como um tomate.

— Me trocando, pelo que sei esse é o meu quarto. — Ele se vestiu rapidamente.

Helena foi pega pela sua curiosidade, e tentou espiar sobre o ombro, tudo que viu foram as costas dele.

Cicatrizes marcavam toda a pele morena, rasgos brancos em várias direções. Ela se virou, imaginando quais feridas fizeram marcas tão horríveis.

— Fique no quarto, vou colocar homens vigiando a porta, ninguém entrara aqui sem minha ordem. — Ele disse com um leve rosnado no final.

Ele estava furioso, ela percebeu extremamente grata de sua fúria não ser direcionada a ela. Porque o que ela viu no olhar dele, era feroz e primitivo. Algo que ela só achava existir em animais selvagens.

Corvel sai do quarto marchando pelo convés, os homens o encaravam apreensivo. Todos sabiam o que acontecia com quem não cumpriam as ordens.

— Traga-os! — Todos abriram caminho.

Os irmãos que atacaram Helena eram empurrados por Arthur, que apontava uma espingarda em direção as costas deles.

Ele sorriu vendo o estrago que ela conseguira fazer neles. Um estava com um corte feio no rosto que atravessava de um lado a outro. Já o outro segurava as costelas e gemia a cada passo, ela deveria ter o chutado com força.

— Todos aqui sabem as leis desse navio, e todos conhecem o preço a pagar. — Os homens estavam em silêncio, esperando o inevitável. — Escolham?

Corvel retirou a espada da bainha, esperando os homens escolherem seu fim, pela lamina ou serem jogados ao mar ao seu próprio destino. Eles permaneceram em silêncio.

Diário de bordo de Helena HerondeleOnde histórias criam vida. Descubra agora