Corvel estava amarrado em uma cadeira de madeira com o olho roxo e o lábio cortado. Seus homens estavam presos em outra sala, ele podia ouvi-los gritar.
Helena tinha um dom natural para arrumar confusão. O antigo capitão do navio dizia que uma mulher era como uma tempestade no mar, Helena era um 'tsunami'.
Alfredo ainda não aparecera para vê-lo o que significava que ele estava ocupado com outra coisa. Talvez Helena ainda estivesse viva, mas considerando o gênio tempestuoso dela isso era pouco provável.
Corvel se agitava tentando se soltar das amarras, ele dera a esperança de uma vida melhor para os seus homens apenas para decepciona-los depois. Ele ouviu passos se aproximando da porta.
— Vejam o que o vento nos trouxe. — Alfredo entrou no aposento pouco iluminado onde ele mantinha Corvel. — Você não combina com o papel de salvador da donzela indefesa, meu caro amigo.
— O que você fez com ela? — Corvel rosnou de ódio.
— Aquela mulher é realmente um achado, não só pela beleza que é impressionante, mas pela inteligência. Onde a encontrou?
— Se você tocar nela...
— Por favor! — Alfredo se aproximou rindo. — Vamos deixar as ameaças vazias de lado e conversar como cavalheiros educados. Se bem que você não pode ser considerado um cavalheiro. Não é mesmo? — Disse Alfredo com um sorriso zombeteiro.
Corvel se sacudiu na cadeira, as amarras estavam apertadas o suficiente para machucar.
— Você invadiu a minha casa, agrediu os meus homens e além de tudo me ameaça! Pelo visto você herdou não só o nome, mas também o espirito do Corvel. — Alfredo gargalhou.
— Onde você a deixou? — Corvel estava ficando impaciente, ele se contorcia moendo as cordas lentamente.
— Se você ousasse invadir a minha casa antes eu mesmo o mataria, mas infelizmente fiz um acordo. — Alfredo ignorou a pergunta dele, se virou de costas e sai do aposento dando um sinal para seus homens.
Corvel soltou as amarras da cadeira e socou o homem que estava mais próximo dele. Ele lutou, mas foi logo subjugado pelo número de inimigos que era bem maior. Ele foi jogado do lado de fora da mansão acompanhado pelos seus homens.
— Então o que aconteceu? Helena está bem? — Perguntou Arthur.
— Por deus eu preciso de uma bebida. — Corvel montou no cavalo e partiu de volta para cidade, com o coroação dolorido.
A essa altura ela já estava morta e por muito pouco ele próprio não fora também. Ele correra um risco enorme. Corvel não era um homem impulsivo, nem mesmo ele próprio entendia suas ações tão desmedidas.
Aquela mulher lhe tirava o juízo, trazê-la a bordo foi o pior erro que ele já cometera, agora mais uma morte contava a sua lista.
Helena chegou ao bordel à noite, no auge de seu funcionamento. Homens de várias idades preenchiam o lugar, com mulheres em seus colos rindo e gracejando.
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Diário de bordo de Helena Herondele
Roman d'amour"Livro baseado nos cenários e tradições do século 19, os locais e regras citados nesse livro são frutos do imaginário da autora." Helena Herondele herdeira de umas das propriedades mais prósperas de Burgo era uma dama nada convencional, perdera os p...