Porto Sujo. Alguns meses após a partida de Helena.
Corvel é Arthur caminhavam pelo cais observando o movimento dos mercadores e dos navios que chegavam recentemente. Helena havia doado a ilha uma quantia significativa para melhorias que foram muito bem administradas por Corvel e Arthur.
Ele cuidara do investimento dela transformando a tão amedrontadora ilha pirata em um porto de comércio mundialmente conhecido, por sua abundante gama de mercadorias variadas, importadas de vários locais do mundo.
O local continha as amostras mais exóticas e difíceis de conseguir, os piratas podiam se locomover no mar por lugares que mercadores comuns não se arriscariam de forma alguma. Corvel se aproveitou dessa vantagem, afinal não há melhores caçadores de tesouros do que os piratas. Em poucos meses ele conquistara vários mercadores que fixaram residência no local trazendo com eles o reconhecimento do governo que batizara a ilha de Porto Almirante, uma feira de comércio licenciada sobre a proteção da coroa Burguesa.
Os antigos proprietários do lugar, se esconderam nas sombras ainda mantendo seus negócios agora com mais sigilo é cuidado. Mesmo sendo uma ilha oficial registrada no mapa como parte do arquipélago Burguês o local mantinha sua velha reputação, mas com o tempo e com os cuidados de Corvel o lugar se tornará pacífico e próspero.
Arthur parou na praça central da cidade que hoje era pavimentada com lajotas de pedra com casas de campo de senhores de renome no ramo comercial. Não havia mais casas velhas de madeira nem botequins infames, pelo menos não naquela parte da cidade. Havia várias tabernas bem estruturadas e limpas que recebiam os vários marinheiros cansados que paravam ali para repor os suprimentos e descansar antes de voltarem ao mar.
O local também recebia uma infinidade de turistas que vinham ao porto em busca de mercadorias e bens raros. Colecionadores de todo o mundo navegavam por dias apenas pela oportunidade de verem com seus próprios olhos a infinidade de preciosidades que se estendiam pelas barracas de comércio da ilha.
Vários figurões e monarcas faziam sua estadia na ilha buscando o conforto do campo no final da temporada de eventos da capital. Inclusive o príncipe de Burgo, filho do atual rei, havia criado uma residência de campo ali no local, dando ainda mais prestígio e nome aquela terra que antes era esquecida e mal tratada.
Corvel parou em frente ao meio do praça seguindo o olhar de Arthur. Um monumento foi erguido ali em honra da heroína que salvara o porto do ataque que foi nomeado como o Dia do fogo, devido aos grandes incêndios e de todas as perdas, em memória dos mortos o dia do atentado se tornou um feriado oficial na ilha. A grande heroína que salvou a ilha lutando bravamente ao lado de seus homens. Havia uma estátua de bronze de tamanho real de Helena com os cabelos soltos um chapéu de abas largas na cabeça com uma espada em mãos brandindo um grito de batalha.
Corvel ficou surpreso ao perceber como aquela simples mulher mudara tudo ao seu redor. Os próprios moradores fundaram a estátua, como modo de retribuição por tudo que Helena fizera na ilha. Ela partiu, mas seu nome nunca foi esquecido pelos moradores que ansiavam pela volta dela.
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Diário de bordo de Helena Herondele
Romance"Livro baseado nos cenários e tradições do século 19, os locais e regras citados nesse livro são frutos do imaginário da autora." Helena Herondele herdeira de umas das propriedades mais prósperas de Burgo era uma dama nada convencional, perdera os p...