"Livro baseado nos cenários e tradições do século 19, os locais e regras citados nesse livro são frutos do imaginário da autora."
Helena Herondele herdeira de umas das propriedades mais prósperas de Burgo era uma dama nada convencional, perdera os p...
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A carruagem parou em frente ao seu destino, uma casa de quatro andares em uma rua pouco movimentada de Ilaria. Helena desceu da carruagem não esperando a ajuda do cocheiro que já se acostumara com os costumes da sua patroa.
Helena subiu os degraus simples da entrada do estabelecimento e bateu duas vezes na porta, após contar mais dez segundos ela bateu novamente. A porta foi aberta reconhecendo o código de batidas que era necessário para entrar na residência.
Uma jovem com um vestido simples abriu passagem, Helena entrou no aposento se deparando com uma sala de visitas muito bem decorada com flores em jarros de porcelana branca nos quatro cantos do cômodo. Havia um conjunto de sofás sofisticados ao lado com forros brancos imaculados. O piso era de mármore preto e branco com um tapete persa vermelho cobrindo o centro do local. No teto um grande lustre de cristal mostrava toda a opulência do estabelecimento tão secreto.
— Senhorita Herondele. — A moça a cumprimentou com uma reverência breve. Helena sorriu para ela já se encaminhando para a porta de mogno que ficava ao fundo da sala. — Tenha um bom dia. — Ela saudou.
Helena sorriu e seguiu por um corredor bem iluminado e amplo com várias portas em seu comprimento. Helena seguiu pelo caminho tão bem conhecido que levava a um grande salão tão bem decorado e requintado quanto à recepção do estabelecimento. Ela seguiu em direção ao bar, sendo cumprimentada por algumas conhecidas no caminho. Ela se sentou numa banqueta, chamando pela balconista que rapidamente a atendeu.
— O de sempre, Senhorita Herondele? — Helena concordou com um aceno.
— Hora, você voltou mais cedo do que eu esperava. — Uma mulher alta e esbelta se sentou ao lado de Helena. — Soube que está procurando um marido. Diga-me o que a levou a esse desatino?
A mulher era a dona do local. Há algumas semanas, Helena fora convidada para tomar chá na casa desta mesma senhora. Chegando ao encontro, Helena recebera uma oferta incomum, se associar a um clube exclusivo para mulheres.
O local era restrito e apenas algumas mulheres escolhidas pela dona poderiam participar, era totalmente contra as regras do local a presença de homens sendo de qualquer classe, ele não diferia dos milhares que existiam ali sua única faceta escandalosa era o fato de suas clientes serem exclusivamente mulheres, até mesmo as funcionárias eram apenas desse gênero. O lugar tinha o nome de Casa das Rosas.
— Possivelmente o mesmo que lhe casou o seu. — Respondeu Helena para a conhecida.
— Afiada como sempre, mas um pouco mais azeda hoje. Ter um marido não há agrada não é? — Helena não respondeu, então Prudência apenas continuou. — Eles podem ser úteis em alguns aspectos. — Ela sorriu maliciosa fazendo com que Lena tomasse um gole longo de sua bebida. Uísque escocês puro.
— Prudência, você sempre teve este péssimo hábito de tagarelar ou foi um hábito recém-adquirido? — Prudência como resposta riu alegremente.
