Néctar dos Deuses

Antes

J. D OLIVEIRA APRESENTA:
NÉCTAR DOS DEUSES

Dia 1

Uma fina chuva de pó de ouro caia sobre todo o Monte Olimpo, da cidadela se esgueirando para as florestas e depois para a praia e mas adiante na ilha de Hefesto até no templo que ainda reluzia da mesma cor do pó. O céu da tarde era alaranjado com pesadas nuvens acima da mais alta colina do lugar.

Uns dizem que foram os monstros que explodiram e viraram pó no mesmo instante que um trovão alto soou no templo mas há controvérsia. As criaturas realmente sumiram mas não viraram pó, alguns semideuses tinham certeza disso.

Luke Bane, Afonso Mendoza e Darma Agung deixaram suas armas caírem no chão sangrento e olharam ao redor, corpos jaziam desmembrados e putridos, alguns corvos desciam do céu e começaram a bicar as carnes daqueles que viraram jantar para as aves.

O som de fogo queimando galhos, choro e passos pesados foram ouvidos assim como as asas dos Pégasos feridos deitados no chão, Indra e Geanluca cuidavam dos cavalos alados com olhos vangueando pelo que acontecera e pareciam comentar algo, o indiano tocou nos braços do italiano.

O clã de semideusas chorava pela perda de Tegan, elas rodeavam o corpo da líder filha de Afrodite. Mick estava coberto de suor, sangue e pó ajoelhado ao lado de Sean tentando consolá-lo pela perda do namorado que fora cortado em duas partes, Verano ainda se escondia atrás de uma árvore chorando e sussurrando o nome de Ares.

Afonso caminhou enquanto tentava tirar gosma de sua camisa, parou em cima de uma grandiosa raiz de árvore e olhou para cima de olhos apertados para o pó de ouro. Luke percebeu que o filho do Deus ferreiro cantava uma canção baixinho, Darma Agung tirou de um cinto uma garrafa de água e a jogou em seu rosto, sorriu triste e voltou a caminhar entre corpos desconhecidos.

Já o próprio filho de Zeus, tentou identificar os guardiões em suas vestes prateadas e brancas. Fora uma batalha violenta, talvez a mais séria que Luke já presenciara, sentou no chão sem se importar com a sujeira, seu Exército Branco foi massacrado quase que completamente em menos de uma hora.

Olhou para as árvores e contemplou a beleza da floresta que reluzia em ouro puro, levantou a mão de dedos grossos no ar e tocou naquele pó mágico e soprou quando ele se acumulou em sua palma.

Caminhou lentamente até Mick e tocou em seus ombros, o menino loiro olhou para trás e seus olhos marejados transbordaram, levantou de imediato e abraçou o amigo de longa data. Luke podia sentir os músculos de Mick se tencionando no abraço apertado, beijou seu pescoço suado e afagou seu cabelo liso e macio.

— Ela se foi Luke, ela morreu na minha frente — Mick soluçou ao se referir a terceira amiga, Tegan, os três tinham crescidos juntos.

— Fica calmo Mick, por favor, respira e fica calmo por mim — Luke pediu sentindo as lágrimas do amigo molharem seu manto que cobria os ombro.

O filho de Hermes foi se acalmando até os soluços pararem, Luke bateu em seus ombros amigavelmente e sorriu triste para ele movendo os lábios dizendo "vai ficar tudo bem" e então o menino loiro de olhos azuis voltou-se para Sean que olhava o chão fixamente.

— O que aconteceu? — indagou para si mesmo baixinho mas Mick ouviu e olhou para o amigo.

— Ele só está em estado de choque. Eu cuido dele — respondeu o filho de Hermes.

— Para onde os monstros foram? — a voz rouca de Darma reverberou pelo campo dourado e carmesim, todos viraram os rostos em sua direção.

— Não faço a mínima ideia amigo — Luke respondeu se aproximando dos dois.