AFTER CLASS || Vinnie Hacker

Capítulo 24

O sábado chegou e minha ansiedade estava batendo no teto. Andava tanto em círculos que jurava que o chão havia afundado pelos meus passos pesados e contínuos, na letra "O".

Será que ele mudou de ideia?

Vai me deixar aqui plantada e esperando por ele?

Por que me importo tanto? Eu preciso ir com calma.

Não posso cometer o mesmo erro.

Saio dos meus devaneios quando escuto um bater na janela. Estranho pois a única pessoa que sabia entrar pela janela era Vincent.

Puta que pariu, esse garoto é insano...

Me aproximo da janela, a abrindo e notando um sorriso largo se formar em seu rosto. Ele entra, jogando os cabelos para trás e eu fico o encarando como se ele fosse maluco.

- Esqueceu que tem uma porta lá embaixo?

- Eu sei, mas sua mãe estava ocupada e acredite, toquei a campainha umas 2 vezes e ninguém atendeu. - Um sorriso malicioso surge e fico confusa.

- Ocupada...? - A ficha cai ali.

MERDA, O JANTAR!

Ele não podia estar aqui, senão o maldito peguete da minha mãe vai achar que Vincent e eu estamos namorando!

- Esqueci totalmente... - Levo a mão na testa, escutando uma risada baixa do loiro, que se joga na minha cadeira.

- Nem vou perguntar, já sei que irei escutar uma resposta atravessada. - Olho para trás e sinto meu corpo ficar quente ao observar melhor suas roupas. Trajava uma blusa de botão estampada, aberta até metade do seu peitoral. Era estranho porque agora havia uma tatuagem ali. Uma aranha enorme bem no meio. Não era assustadora nem nada, porém estranho, visto que ele iria fazer 18 apenas em julho.

E desde quando ele tinha tatuagens? Ele vive de casaco, deve ter sido por isso que não noto. A mais chamativa era a da cobra, contornando todo seu braço até alcançar o cotovelo, ressaltando suas veias e mão forte que ele possuía.

Katherine, olha pra cima

- Vamos começar logo. - Aviso rapidamente, selecionando alguns itens de maquiagem e colocando sobre a mesinha do lado da cadeira onde ele estava sentado.

- Já sabe o que vai fazer? - O garoto arqueia a sobrancelha, vendo eu agitar um hidratante para aplicar em seu rosto.

- Tenho ideias, agora fique quieto e me deixe trabalhar sem distrações. - Porque você já é um pedaço de mal caminho, senhor.

Passo os dedos com o creme pela sua face, notando sua barba recém feita e a maciez de sua pele. Quando roço parte dos meus dedos sobre a superfície de seus lábios, memórias de seus beijos me atingem como flechas.

Tento manter meu foco, misturando bases num pequeno plástico para acertar a cor da sua pele alva.

- Agora que eu notei, primeira vez que te vejo usar saia... - Seu comentário me faz ficar vermelha, e sinto seu olhar subindo pelas minhas pernas. - Está toda arrumada assim para me ver?

- Vou ter um jantar especial hoje, por isso estou mais arrumada. - Corto o papo rapidamente, o que ainda não impedia dos olhares travessos dele sobre mim. E confesso, não era ruim. Nem um pouco por sinal.

O maior problema era que eu devia me controlar. Estávamos dando um tempo e eu pretendia continuar assim.

Mas porra, se ele continuar a me olhar dessa forma, vai ser complicado demais.