Capítulo 14

101 4 4
                                    

"Você é sacana, abusada, teimosa e seu esporte favorito é me enrolar. Então, por que toda vez que a vejo a minha frente, com esses olhos fantásticos e essa boca gostosa tentando me enrolar outra vez, só consigo pensar em beijar seus lábios, rasgar suas roupas e te calar com um orgasmo?"

Beatriz estava pronta para ir para casa depois de ter passado a última hora com um sorriso colado no rosto para um bando de gente que ela nem conhecia.

Elis finalmente havia conseguido aquela exposição que ela queria e pelo jeito havia dado muito certo, porque ela estava com trabalhos encomendados e obras vendidas.

Não havia dado tempo de conversar muito com ela, pois a artista da noite era sempre requisitada para conhecer seus compradores e novos patronos.

Bea havia praticamente feito presença premiada, como essas pessoas famosas e importantes que vão nos eventos dar uma força ou são pagas para isso.

– Gastei quase toda a minha parte da venda daquele apartamento no East Village nesse quadrinho ridículo – disse Terry, mostrando um dos quadros pequenos.

– Deixa de história que seu parrudão te deu de presente – disse Harry, enquanto eles desciam as escadas.

– Ele é um amor, mas não entende bulhufas de arte – disse Terry, rindo do marido que havia descido um pouco antes para pegar o carro. – É tão casca grossa, mas um amor! – Ela sorriu ternamente.

– Amigo é pra isso – disse Bea, apoiando a mão no ombro de Harry enquanto descia com os saltos que se obrigou a usar hoje, já que era um dia especial – Mas sabe que o Justin, que não é exatamente um casca grossa padrão, também não liga pra artes? Ele só sabe se olha e gosta, escolhe por puro instinto. Disse que achava as matérias de artes do colégio um saco! – Ela sorria.

– Gente! – disse Terry, parando no térreo e colocando as mãos na cintura.– O que diabos deu em você? Harry, qual foi a última vez que ela ficou com esse negócio de "sabe que o Justin isso, o Justin aquilo".

– E isso é porque está se divorciando, hein! – caçoou Harry. – Voltou pra casa corrida dos paparazzi, está lá há poucos dias e já não para de falar do marido bofe!

– Ei! Eu não tô falando dele coisa nenhuma! – defendeu-se Bea– Só lembrei disso agora.

– Por isso que eu odeio essas bichas sortudas, malditas, casadas com bofe gostoso. É só ficarem um pouco embaixo da asa dos malditos que pronto! Ficam vendo rouxinol – reclamou Harry.

Terry não parava de rir da cara de Bea enquanto eles seguiam para o lado de fora.

– Você gostava quando eu fazia fotossíntese, né? – perguntou Bea, caçoando de si mesma.

– Era fotossexo, amor. Só que sem foto, sem sol, sem sexo, sem nada. Era muito triste, não desejo isso pros amigos – zoou Harry.

– Já passei por essa fase do fotossexo no meu casamento... – comentou Terry, fazendo cara de tristeza.

– Hum, agora essa aqui ó, tá dando mais que...

– Não continua essa frase! – disse Bea, tampando a boca dele. – Não tô fazendo nada disso! Vamos beber ou não vamos?

– Quem escuta isso, acha até que ela consegue beber... – Terry fez pouco caso.

– Afinal, pra onde a Elis vai? – indagou Harry.

– Ela disse que tinha recebido uma proposta, algo assim... – comentou Bea .

– Proposta indecente? Se não for, nem saio de casa – sorriu Terry.

TRUSTOnde histórias criam vida. Descubra agora