Capítulo 19

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"Nenhum dia pode começar melhor do que aqueles em que acordo para os
seus beijos no meu rosto. Só me abraça e me pede pra ficar e eu nunca mais vou partir.
Mas se eu for seu, dessa vez eu a quero completa, entregue, só minha. E eu
nunca vou deixá-la ir."

Pelo menos dois jatos dos Bieber aterrissaram em Nova York naquela manhã. Jared chegou primeiro, porque estava mais perto.

A história estava começando a vazar de um jeito totalmente diferente do que realmente aconteceu e era bom que Derek Bieber já estivesse na cidade para controlar os danos.

E a polícia estava querendo saber o que diabos Justin aprontara com seus seguranças e também os detalhes de como Beatriz se envolvera nisso.

Era aí que entrava Gregory Bieber, o advogado de quase toda e qualquer merda que a família se envolvia. Se não fosse a especialidade dele, seria de alguém que ele conhecia ou empregava.

Ele parou toda a interferência de promotor e da polícia, ainda nem sabia os detalhes, mas ele era assim. E queria tempo para Justin lidar com isso.

A esposa dele mal acordara e os urubus já estavam em cima? Nem pensar. Ele mal pisou em Nova York e acabou com a graça.

Quando Beatriz acordou, Justin sequer estava falando, havia se fechado como uma tumba, para manter seus cacos presos, porque a cola estava começando a dissolver.

– Eu não me lembro de quase nada depois do estacionamento – Bia disse baixo. – Só de flashes confusos. Lembro-me de sentir algo prendendo meus braços. E de não conseguir respirar direito porque algo prendia minha boca. Eu achei que ia sufocar, mas não conseguia raciocinar para me livrar.

Os olhos de Justin estavam presos nas marcas dos machucados no pulso dela. Haviam a prendido com aquelas algemas de plástico, usaram duas, como se ela fosse alguma grande ameaça. E do jeito que prenderam, além do plástico, o próprio relógio dela havia a ferido.

– Tudo bem, já passou, meu bem – Pattie apertou levemente sua mão.

– E aí eu comecei a bater de um lado pro outro, sentia gosto de sangue, mas apaguei de novo.

Justin virou o rosto, escutá-la narrar o pouco que lembrava era como ter alguém rodando uma chave de fenda cravada no peito dele.

– Você me tirou de lá, Justin? – ela perguntou, olhando pra ele.

Ela estava com uma droga de um curativo na testa, alguns hematomas visíveis, cheia de remédios para dor, falando com cuidado por causa do lábio machucado e inchado, com o braço imobilizado por causa do seu ombro e lhe lançando aquele olhar confuso e ainda magoado e assustado pelo que passara. E ele queria matar alguém.

– Com o Don e o Kevin... – ele disse, mal abrindo a boca, como se seu maxilar estivesse duro.

– Isso é sangue seco no seu rosto? – Ela continuou o olhando.

Ele balançou a cabeça como se não importasse. Mas ele deveria ser visto por um médico, primeiro porque realmente deve ter chegado perto de enfartar, segundo porque se envolvera numa batida de carro e terceiro porquê... ele não estava bem. Não mesmo.

– Eu vou ligar pra sua irmã – ele disse de repente.

– Não, liga daqui... – ela disse, insegura de ficar sem ele por perto.

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