Capítulo 21

107 3 1
                                    

Quando eu te beijar pela última vez, será o último beijo que darei nesta vida.
Não suporto pensar em nunca mais tocar os seus lábios. Se nunca mais for sentir sua boca na minha, a textura suave dos seus lábios macios e seu hálito
quente contra minha pele, vou rezar pela minha próxima vida. Se não houver outra para eu encontrá-la novamente, esses lábios jamais experimentarão outra
vez a doçura de um beijo.



12 dias antes...
Livigno, Itália.

Mesmo estando numa espécie de porão, Justin podia sentir que a temperatura ali era bem mais alta do que em sua cidade e nos lugares por onde passou antes. Era o sol, só podia ser esse o motivo do solo aquecido, porque afinal, durante a maior parte do ano, aquele era um local de esqui.

Não agora, as pistas já estavam fechando. E ele sabia exatamente onde estava e o que fazia ali.

– Seu filho da puta, riquinho de merda! Ninguém se mete no nosso meio e sai vivo. Você teve uma chance e não usou! Vou mandar escrever no meio da sua testa!

Justin escutou mais sons de socos, o cara havia pegado um pedaço de pau para bater no seu abdômen. Ele não o flexionou dessa vez, seus músculos eram duros e aguentavam o tranco.

Mas a carne já começava a doer depois de duas horas ali. Os caras não sabiam o que fazer com ele quando o pegaram, ficaram telefonando e mandando mensagens enquanto o mantinham preso no buraco frio, embaixo da casa.

– É só isso que você tem pra mim hoje? Se for, prefiro o banho, dói mais – ele disse, sentindo o sangue na boca.

No outro local onde o prenderam, junto com os dois garotos e a menina, era bem mais frio. Os idiotas deveriam colocar as crianças nessa sala mais quente e separar seu cubículo de tortura para o lugar mais frio.

Isso se quisessem receber o resgate. Geralmente dava muito mais trabalho receber o dinheiro por um defunto.

O que seria o caso de Justin, ao menos na cabeça deles. Iam devolvê-lo de novo? Claro que não. E só um dos caras sabia quem ele era, os outros eram novos demais no trabalho e ficavam só na Europa.

Quase todos os novatos da organização estavam ficando por lá, como se fosse mais seguro. Justin não trabalhava só em um continente, nem os seus garotos e muito menos Jared.

Mais sons de batidas, dessa vez acertaram seu rosto e ele voltou a cuspir sangue.

– Quebra esse filho da puta! – disse um dos caras.

– Ele não vai gostar se chegar aqui e o Bieber estiver morto! Se batermos demais e ele tiver uma hemorragia interna, não vai prestar – argumentou o outro, com certeza o mais racional do grupo.

– E você acha que ele já levou o suficiente? Esse filho da puta já matou metade dos nossos! O Horácio estava na última vez e ele está morto agora. Nem sabemos onde enterraram o corpo e você está com medo que ele tenha
hemorragia? Vai se foder! – gritou o cara e deu um chute em
Justin que bateu contra a parede.

Aparentemente, pensou Justin, enquanto recuperava o folego e movia os braços nas amarras de couro, o tal Horácio significava alguma coisa para esse puto.

Bem, se já estava morto, Justin estava pouco ligando, era menos um. Ele gostaria muito de perguntar, o que esses idiotas achavam de manter aquelas crianças lá atrás.

TRUSTOnde histórias criam vida. Descubra agora