Capítulo 2

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''Gosto de beijos antes, durante e depois do café. A verdade é que quero te beijar o dia todo. E você sabe que gosto de fazer o caminho contrário e subir pelo seu corpo todo, chupando e beijando cada pedacinho até terminar na sua boca.''



Animado pelo projeto novo do Campanale, Harry não parava quieto, só quando estava medindo algo, com ajuda de Nicholas Hudson, o arquiteto que trabalhava com eles nos projetos grandes.

– Afinal, o que está rolando? – Nick perguntou a Harry, depois de olhar para Beatriz e Dave do outro lado da sala.

– Você, querendo saber de fofoca? – Harry abriu um sorriso. – Acordou no lado errado da cama?

Nick sorriu levemente, Harry o divertia.

– Não é fofoca, eu estou olhando pro fato. Só não sei o que tem por trás.

– Baah, não estrague. O loirão quer descobrir mesmo é que tipo de design ela usa por baixo das saias – ele colocou as mãos na cintura. – Espero que você entenda a sutileza. Não costumo gastar meu tempo sendo sutil.

– Certo, realmente acho que esse verde, seja lá o nome dele, é mais de acordo – Dave disse, enquanto a acompanhava Beatriz. Ela tinha estado em sua sala nos últimos vinte minutos. – E aquele jantar que você me prometeu?

Ai, socorro. Ele era direto. E ela não havia prometido um café? Aliás, por que estava prometendo alguma coisa a ele?

– Hoje vou passar o resto do dia muito atarefada com o seu projeto.

– Eu sei, vai ser difícil me concentrar lá na minha sala, mas tudo bem. Fico focado quando tenho datas marcadas.

Ela engoliu em seco. Ok, jantar. O que foi que Pattie disse mesmo?

Saia em um encontro, jante com alguém que lhe dê ideias sexuais.

Ela não estava tendo ideias sobre Dave. Sua mente estava ocupada com o trabalho, com seu novo objeto de ódio que também era uma maldita cópia sua e com seu quase ex-marido. Aliás, muito estranho Justin pedir para ela ficar no triplex e desaparecer no dia seguinte.

– Nas sextas, até criaturas ocupadas e focadas como nós costumam fechar o expediente da semana e... jantar? – Ele lhe deu aquele sorriso sedutor que devia mandar garotas para o chão, derretidas como gelatinas no calor.

E como os olhos dele eram azuis. Mas era um azul bem definido, quase puro e também forte. Aquela cor seria muito fácil de encontrar, talvez ela devesse usar aquele tom em partes da decoração da sala dele...

– Beatriz? – Ele tocou seu braço, trazendo-a de volta à realidade.

– Ah, é. Sexta-feira as pessoas costumam relaxar, eu acho.

– Oito horas? – ele perguntou.

Meu Deus! – ela pensou. Como ia jantar com Dave Campanale, por mais inocente que fosse, sem que a cabeça dele fosse arrancada? E como Justin fazia quando saía com aquelas cópias e almoçava, jantava, tomava cafezinhos... Ele simplesmente sentava lá e fazia o quê? Olhava e fantasiava, escutava-as contar coisas sobre suas vidas que ele ia esquecer assim que acabasse o encontro?

Será que ele pensava se devia ou não ir à frente? Será que se arrependia no meio do almoço? E será que ele poderia até ter virado amigo de algumas delas? 

Ela queria saber como era estar nessa situação, queria vivenciar e descobrir. E tinha que admitir que estava curiosa. Ela achava Dave um cara legal, apesar de ele estar interessado nela de um jeito que ela não gostaria. Mas era exatamente por isso que ele servia para ela sentar lá e passar um tempo com ele.

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