Capítulo 1

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"O que eu mais gosto de fazer depois de um dia de trabalho? Te agarrar pelo pescoço, segurar seu cabelo e te beijar até perder o fôlego. E eu acho melhor deixar rolar, você não finge tão bem assim. Seus lábios estão colados aos meus e se você fugir, eu vou te dominar até você se entregar. Como vai ser?"

Quando não almoçava, Beatriz costumava ir numa confeitaria comer alguma coisa, era perto do triplex e do seu escritório.

Era um restaurante e confeitaria italiana que atraía todo tipo de gosto, desde famosos com paparazzis os seguindo, turistas voltando dos museus da área aos fiéis moradores e trabalhadores locais. Jantar ali era bom, mas ela gostava mesmo dos paninis.

Toda vez ela ficava numa duvida eterna sobre qual comeria. Mas escolheu um dos seus preferidos, e foi pra um canto com seu cappuccino.

Alvez ainda não sabia bem como lidar com ela e ficou lá no balcão tomando goles de cappuccino e reparando no ambiente, porque estava como teste. Tinha que começar a se acostumar com os lugares que ela ia para saber o que fazer em casos de necessidade.

E ele ficou um pouco em dúvida do que fazer quando uma mulher pegou um café e foi direto até a cadeira da mesa ao lado de Beatriz e se sentou. Ao contrário de Don, ele não conhecia o rosto de todos com quem ela se relacionava.

– É muita cara de pau da sua parte – disse Beatriz, recostando–se na cadeira e perdendo o apetite. Ela só tinha comido uma das metades do panini. – Veio saber se mudei de xampu?

Chloe inclinou a cabeça e riu. Hoje ela estava usando um rabo de cavalo com aquela sua franja sobre a testa parecendo ter sido recém-cortada.

E usava jeans, saltos e uma blusa que poderia ter saído do armário de Beatriz, era um tipo de tecido e corte que ela apreciava.

– Você é tão previsível. E pelo jeito continua evitando as dietas.

– Eu pensei que você seguisse só o meu marido – disse Beatriz, ignorando a insinuação dela.

– Ah, agora ele é "seu marido", né? Eu não sigo você, mas hoje eu te esperei. Esse lugar é tão óbvio. Bem a sua cara e pertinho de casa. Moro do outro lado do Central Park sabia?

– Por mim você podia morar no inferno. O que você quer?

Alvez apareceu na frente delas e deu uma boa olhada em Chloe.

– Tudo bem aqui, madame?

– Sim, Alvez. É só uma fã – Beatriz sorriu pra ele.

Chloe voltou a rir e Alvez retornou para o seu café, mas mandou uma mensagem pra Don pelo celular. Aquilo não estava cheirando bem, ele podia não estar acostumado com Beatriz, mas tinha seus instintos. Justin não o contratara à toa.

– Madame? – ela riu, sem saber do codinome dos seguranças. Alvez ainda não a chamava pelo nome como Don. – Cadê aquele negro bonitão que vive te escoltando?

– Foi pro inferno te esperar, o que você quer?

– Nós temos um assunto bem sério.

– Duvido – retrucou Beatriz. – Não vou te passar minhas medidas pra sua próxima cirurgia.

Chloe botou a bolsa na cadeira ao lado e tirou de lá um envelope um pouco maior que sua mão e o jogou sobre a mesa de Beatriz, fazendo a xícara de cappuccino dela dançar e quase derramar.

– Mas que mer... – Beatriz ajeitou a xícara, afastou a comida e abriu logo o envelope, já sabendo que aquilo não ia prestar.

Ela encontrou duas fotos. Uma era de Justin saindo de um café muito parecido com aquele no qual estavam agora. Dava para ver Kevin e mais dois homens e uma mulher de negro bem atrás.

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