Capítulo 4

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"A cada vez que digo que será a última, você esfrega na minha cara duas vezes que não consigo. Eu ainda acredito que nosso fim será no dia que eu puder te negar um beijo e estiver falando sério."



Era sábado e ainda estava aquele maldito tempo ruim. Havia parado de chover, mas Justin só sabia disso porque parara de escutar os pingos contra a janela. Sabe aqueles dias que você não quer levantar da cama?

Não, ele não estava depressivo ou fazendo drama. Seu corpo doía como uma pós-surra. E acredite, ele sabia muito bem o que era acordar depois de ter desmaiado de tanto apanhar. A diferença de agora é que não sentia pânico e estava deitado num lugar quente e confortável.

Justin voltou a fechar os olhos e puxar as cobertas, seus olhos estavam pesados e fecharam sem esforço. Ele achou ter se passado apenas uns minutos quando escutou a voz de Rico, mas já fazia uma hora. Hoje não era sábado? O que Rico estava fazendo ali?

– Patrão! Sua cara está péssima – disse Rico, inclinando-se para olhá-lo. – E tínhamos que ter saído há dez minutos. Cristina disse que você ainda estava dormindo!

Rico continuou tagarelando e Justin cobriu o rosto com o cobertor.

– Rico, aumenta a temperatura do ar – ele murmurou.

– Ele já está no mais alto que dá – respondeu o assessor, olhando a telinha do controle de temperatura que estava a vinte e seis graus.

Mas Justin continuava com frio. Um pouco depois, ele escutou a voz de Cristina também, aparentemente os dois estavam ao lado da cama em algum tipo de assembleia.

– Deixa de história, Rico – disse Cristina. –Isso é gripe.

– Ai, meu Deus! Ele nunca pegou gripe!

– É claro que já pegou. Eu só não lembro quando, ele vive viajando.

– Não pegou gripe nenhuma sob a minha vigilância, eu garanto – teimou Rico.

– Se vocês vão ficar tagarelando na minha cabeceira, acho bom me trazerem algo pra dor de cabeça – disse Justin, virando-se na cama.

Ele sentiu uma mão na sua testa e abriu só um dos olhos para ver que era Cristina.

– Febre – ela disse com a calma de quem já lidara com muitos gripados. – Vamos ver o que temos de remédio.

– Ai, meu Deus! Febre! – Rico saiu em pânico para ver algum remédio, como se houvesse sido informado que era uma febre fatal.

Justin sempre sabia o que estava tomando, ele nunca aceitava remédio nenhum que não soubesse o que era. Só que essa manhã quando Cristina apareceu com um chá e um comprimido colorido, ele não fazia ideia do que estava pondo para dentro

– Vai melhorar tudo, é o pacote completo – ela informou. – Você vai levantar dessa cama novo em folha. Só que precisa comer alguma coisa.

Não, comer não, pelo amor de Deus. Ele só queria ficar sem se mexer. Seu sono até passara, mas estava com muita vontade de ficar só piscando.

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