💵 Danilo 🔫
Passaram duas semanas cheias. O rei promoveu uma arrecadação de fraldas para mim entre a nossa organização (sem o chá de fraldas), mas falando sério eu não aguentava mais. Choro, comida, limpa, choro, banho, coloca roupa. Não sei como a minha mãe me aguentava, aliás ela tem me ajudado bastante. Eu estava um bagaço e estava uma burocracia para fazer a certidão de nascimento e tinha que ir à "mãe" da minha filha, perguntando onde a Aruna nasceu (que foi numa casa de uma amiga), e onde ela ficou hospitalizada.
Me estressei bastante, mas estava tudo marcado para hoje. Após isso tenho que ir no posto (faz tempo que não vou) para dar todas as vacinas atrasadas e os teste que são necessários (do pé, do ouvido e não sei mais o que).
Me joguei no sofá e vi Aruna cutucar o urso de pelúcia gigante que o Michael deu a ela. Nem um pouco exagerado, ele deu um Garfield que tem o dobro da Aruna e que ocupa a metade do berço. Mas Aruna gostou, provavelmente porque é curiosa.
-Vamos sair hoje Aruna.- Falei me levantando do sofá apesar de querer ficar ali mesmo. -Qual roupa eu escolho, minha mãe te encheu de rosa, vou pegar azul só por isso.-
Então comecei a arrumar a bolsa para poder sair. Porque Aruna ama fazer suas necessidades em lugares novos. Aprontei o leite dela e aproveitei para alimentá-la. Deixei uma muda de roupa também (minha e dela) porque Aruna ficou meio mal e golfou em mim várias vezes e nela. Mal fui atendido por falta da certidão e da carteira de vacina.
Tudo pronto, Aruna alimentada. Dei banho e verifiquei a fralda. Peguei tudo e fui.
O cartório mais próximo era na Central do Brasil, enfim falei tudo e decidi o nome dela todo.
-Vai ser Aruna Machado de Oliveira.- Falei enquanto Aruna ficava observando o lugar, mas não conseguia muito por estar presa no canguru.
-Filiação?- Perguntou a moça que estava praticamente me secando, e eu não entendi nada. -Nome dos pais e dos avós.-
Fiquei indeciso, não sabia o nome completo dos avós maternos, mas ela tinha mãe e ela não queria assumir. Minha filha merecia ter o nome da mãe, mas...
-A mãe não quer assumir a filha no cartório.- Falei e a moça arregalou os olhos azuis.
-Como não? Geralmente são os pais que não querem assumir ou são obrigados.- Falou a atendente olhando a minha filha com pena. Aruna não precisava disso.
-É. Anota aí. Danilo Machado de Oliveira. Avó Glória Machado Vieira. Avô... José Carlos de Oliveira Nascimento.- Falei e ela conferiu a minha identidade.
Depois de várias perguntas e conferir tudo. Saí com a certidão e tinha ainda que plastificar segundo a minha mãe. Procurei uma xerox por perto e assim fiz. E depois fui fazer a identidade e o CPF, e demorou pra caramba. Aruna dormiu, chorou, cagou, comeu e eu estressado aguardei.
Aruna não podia assinar, e ia ficar com sua cara de neném até aos 18 anos porque não vou enfrentar isso tudo de novo e ainda pagar. Pode me chamar de Julius se quiser. E só entregaria em algumas horas. Aproveitei para almoçar ali perto. Comprei algumas coisas (principalmente fralda, o criatura para comer e cagar). E faltando uma hora voltei pra fila para buscar.
Quando pensei que tinha acabado, ainda tinha que ir ao posto do meu morro, deixei as coisas na porta da minha mãe que guardou enquanto ia para o posto. Lá não consegui vacinar e nem testes, só podia na parte da manhã. Mas fizeram sua carteira de vacina.
Voltei para casa e capotei, quando acordei minha mãe estava lá ninando a Aruna que berrava.
-Seria bom você contratar uma babá enquanto não colocar ela na creche.- Falou minha mãe e eu fui lavar o rosto.
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A Necessidade De Perdoar - CONTO (Revisando)
EspiritualAçucena é uma garota cristã, nascida no nordeste do Brasil que foi morar no Rio, mas com a morte de seus pais, acabou sendo adotada por um casal da igreja que frequentava, e desde pequena foi criada nos ensinamentos de Deus. Sempre foi zombada com o...