A Necessidade De Perdoar - CONTO (Revisando)

Um pedido de ajuda

💵 Danilo 🔫

Há mais 2 semanas que não me esbarro com a Açucena, bom... eu não estava muito afim de resolver as nossas pendências de fato, até porque eu estava evitando me lembrar desses assuntos para não desabar ou ficar doido de novo. Mas toda vez que eu via ela, mesmo que sem querer, algo me impulsionava a ficar perto dela. Ou a minha mãe que forçou um reencontro de uma forma sutil. Sutileza não é forte da minha família:

-Açucena, vem cá.- Chamou a minha mãe e antes que eu pudesse ir para algum lugar ela segurou o meu braço.

-Boa noite... dona Glória, desculpa, ainda estou decorando e são tantos nomes.- Falou Açucena rindo sem jeito. -Ainda mais que vamos abrir as portas para a creche noturna amanhã.-

-Sério? Que maravilha. Se o meu filho esquecer a Aruna, vai estar em boas mãos.- Falou a minha mãe e Açucena me olhou de relance.

-Sim... mas eu não vou poder ficar a noite com as crianças. Estou fazendo faculdade.- Falou ela sem graça ao perceber que eu encarava.

-Sério? De que?- Questionou minha mãe e eu só queria sair dali.

-Direitos humanos, é minha terceira faculdade.- Falou ela envergonhada e suas cara ficou vermelha. A mesma reação quando era para apresentar os trabalhos da escola.

-Que bom, não vamos tomar mais o seu tempo. Tchau Açucena!- Falou minha mãe e eu me contentei com um aceno de cabeça. E saímos da creche.

-Mãe, pra quê você faz isso? Você sabe que estamos nos evitando. Ainda mais pelo o que aconteceu.- Falei e Aruna acordou, ela estava no canguru em mim.

-Porque você gosta dela.- Falou ela e eu parei de andar. -Ah meu filho, está querendo me enganar? Logo eu? Que te criei e sei todas as suas reações. E não é de hoje que você gosta dela... na verdade, desde pequeno, a questão é que você lutava para não gostar dela.-

-Está errada.- Falei e ela me encarou mortalmente. -Confesso que tinha uma grande admiração por ela, mas isso antes de saber quem é ela.- Menti.

-Mentindo para sua mãe Danilo? Que coisa feia... e pior mentindo para você mesmo. Eu vejo o seu olhar para ela, você nem disfarça, a garota constrangida enquanto você secava ela.- Falou ela andando chateada comigo.

Ahhhh... de novo magoando as pessoas ao meu redor.

-Está bem mãe, eu tenho certo apreço por Açucena.- Falei e como foi difícil falar isso, ainda mais dela.

-Danilo a sua mãe sempre está certa.- Falou Dona Glória feliz da vida. -Agora só falta saber se ela também.-

-Mãe, eu nem mereço o perdão quem dirá esse sentimento ser recíproco.- Falei e ela me olhou triste. E continuamos o nosso caminho para casa.

🔫💵

Eu e Michael entramos de cabeça na questão da invasão. Contabilizamos armas e homens preparados para isso. Tanto do nosso lado como o do rival. Tudo estava certo, só estávamos aguardando o Rei nos convocar, mas eu ia ficar com o grupo que ia proteger as fronteiras entre os dois morros e outro grupo iria verificar pela parte da mata.

Mais um sábado, já estava voltando a minha profissão de mototaxista aos poucos, até porque eu estava ocupado com a invasão e Aruna. Quando percebi uma movimentação estranha no pé do morro, e começaram a atirar pro alto, de longe consegui identificar alguns rostos, era o comando rival.

Subi voado na moto, avisei a boca e logo começaram os tiroteios, avisei pelo rádio e todos os moradores que estavam no caminho a se protegerem. Minha mente só tinha o nome de Aruna e o da minha mãe.