A Necessidade De Perdoar - CONTO (Revisando)

Um novo desafio

🌼 Açucena 📚

Depois do choque de ver o Ismael, eu só tenho o visto quando ele vai explicar os procedimentos e o como vai indo a abertura do julgamento, o Danilo pede para eu estar para eu explicar a ele as palavras difíceis. Danilo disse que conversou comigo também para que eu convencesse a Dona Glória do dinheiro dele.

-Açucena, por favor, esse dinheiro guardado é desde o meu primeiro bico, e vai ajudar em muito com a Aruna, podem alugar ou vender a minha casa. Enquanto eu estiver aqui eu não quero que elas sintam falta de nada.- Implorou ele baixinho na cela. E algo dentro de mim cresceu uma admiração por ele.

-Vou ver o que eu posso fazer, mas qualquer coisa te aviso.- Respondi ainda temerosa.

-Açu.- Me chamou ele, um apelido que ele tentou inventar para mim. -Obrigado por estar do meu lado.- Agradeceu beijando a minha mão, era meio complicado vê-lo algemado ou atrás das grades, mas isso já era esperado, mas não deixava mais fácil.

Quando eu estava saindo da sua cela individual, Ismael veio correndo até nós. E os policiais ficaram alerta.

-Saiu! Vai ser no início do próximo mês. Só vai precisar ficar preso aqui mais 2 semanas e meia.- Avisou Ismael rápido demais mas o suficiente para entendermos.

Então abracei o Danilo de felicidade e ele conseguiu passar a mão presa ao redor de mim.

-Eu disse! Obrigado Deus.- Comemorei pulando de felicidade e ouvindo a risada do Danilo no meu ouvido.

-Obrigado Deus!- Gritou Danilo e eu nem esquentei, para quem está acostumada com a Jessica nada supera. Depois de desembolar, o policial mandou ele me soltar.

Na cela o Ismael começou a preparar as provas que poderiam para que diminuísse, a questão era emocionar o júri e o juiz. E que eu e a mãe do Danilo são essenciais na defesa. A pena dele foi de 18 a 13 anos de prisão. Por tráfico de drogas e associação a quadrilha.

-Tem certeza que quer me esperar por quase 20 anos? Eu vou ter uns 48 anos. Com sinceridade.- Indagou ele e eu parei para pensar, seria um longo tempo de espera, e tinha Aruna, mesmo com a saída dele da prisão teria que lidar com uma filha que não é minha, não poderei nessa altura da vida ter um filho. Mas me lembrei da confirmação que Deus me deu.

-Sim, eu te espero. Mas lembre que só temos 1 ano de diferença. Não ficarei nova pra sempre.- Brinquei e ele riu.

-Mas continuará sendo a dona do meu coração. Nossa que brega.- Confessou ele rindo e eu assenti. -Mas é sério, você é maravilhosa, Deus caprichou demais em você. Quero me tornar um homem digno quando sair daqui.- Falou ele beijando a minha mão.

-Vou me retirar, amanhã estarei de volta.- Avisou Ismael. Havia me esquecido dele e que estava de vela. Ele saiu e eu fiquei.

-Não sente mais nada por ele mesmo?- Questionou Danilo e eu neguei. -Tem certeza?-

-Eu mantenho a minha palavra Danilo.- Afirmei olhando seriamente para ele e ele deu um sorriso fraco.

-Okay. Me faz um favor?- Questionou e eu assenti. -O Michael falou que um pastor foi falar com ele. Gostaria de falar com um também. Que seja de confiança.-

Apenas assenti e fui perguntar a delegada se podia. Com ela confirmando eu falei com o pastor Bruno para ver se podia conversar com ele pessoalmente.

Ao sair da delegacia, vi o Ismael encostado na parede olhando para a porta de onde saí. Acelerei o meu passo.

-Açucena, podemos conversar?- Pediu ele e eu continuei andando, ainda não me sentia pronta para conversar com ele. -Você não é de fugir.-

Parei e olhei para ele. E realmente eu nunca fui a não ser que eu fosse obrigada. Meus pais e Danilo tem brigado diversas vezes comigo por ficar arriscando a minha vida ao confrontar alguém. Mas era mais forte do que eu.