capitulo 21 .1

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~•~•~•~•
Regina


Eu estava perdida, totalmente devastada por dentro, afinal não esperava uma bola de neve de mentiras vindas de Emma; eu desconfiei que tinha algo errado, mas às vezes pensei que poderia ser algo da minha cabeça. Eu estava com raiva, chateada. É claro que eu iria transar com ela se ela insistisse, eu amava aquela filha da mãe. Estava totalmente apaixonada por ela e isso não mudaria do dia para noite.


Ela foi pro quarto dela totalmente arrasada, e eu entendia o lado dela, mas ela mentiu para mim. Independente dos motivos, era mentira.

O

uvi um barulho e quando me virei era a Emma. Ela havia trocado de roupa.

— Eu não vou te perturbar. Eu só vou sair um pouco e os meninos estão dormindo na minha cama. Eu ia pedir pra se o Daniel acordar, dizer que eu já volto.

— Aonde você vai? — merda, aquilo saiu natural.

— Caminhar um pouco. Minha cabeça está doendo. Preciso respirar um pouco. — Ela falou totalmente desconfortável e saiu porta a fora.
É claro que eu estava preocupada. A cara dela não estava nada boa; eu não queria deixar ela assim sozinha, mas também não queria ir atrás dela. Me sentei no sofá, peguei o celular na mão e respirei fundo antes de chamar Zelena. Apenas mandei que precisava falar com ela, que estava péssima. E em pouco tempo ela me ligou por chamada de vídeo.

— Andou chorando, Gina?

— Aí, Zel, eu nem sei por onde começar...  A Emma é casada. — Minha irmã não aparentou nenhuma surpresa.

— Eu sei.

— Como assim, você sabe ? — Perguntei confusa.

— Quando ela foi me buscar por conta do idiota, pra me convencer ela falou que me entendia e contou sobre o casamento dela. Ela me disse que você ainda não sabia. Contou tudo pra mim e eu acabei contando algumas coisas minhas para ela e pedi segredo.

— Zelena, eu sou sua irmã...

— Regina, não me fala com essa cara como se eu não me importasse por você. Se eu suspeitasse que, pelo menos por um minuto, ela não gostasse de você ou que estava querendo sacanear você eu já teria aberto o jogo com você há muito tempo.

— Você acha certo me dar força pra vir pra outro país sabendo que ela é casada?

— Regina, ela ama você...

— E mesmo assim mentiu.

— Regina, para e pensa um pouco. Compensa mesmo você  jogar algo pro ar por conta dela ter escondido um casamento que está acabado?

— Zelena, você quer dizer que tenho que ficar tranquila com isso e cair no braços dela?

— Regina. É  o seguinte, ela gosta de você, gosta do seu filho e sei que ela não quer enganar você. Ela quer algo sério com você.

— Zelena, eu estou muito magoada com ela.

— É normal ficar magoada. Mas pensa bem antes de fazer algo que você vai se arrepender.

— Eu a amo. Ela saiu agora pouco e minha vontade foi não deixar ela sair. Depois que ela me contou tudo, eu fiquei puta. Puta por ela ter mentido e mais pelo que aquele babaca fez com ela, e eu fiquei em choque, mas ela me beijou e nós transamos. E eu gosto tanto dela, droga, ela me toca e eu fico no céu. Com ela é diferente de todas as mulheres que eu já estivesse.

— Regina, e você vai jogar tudo pro ar assim?

— Eu não quero, mas não sei se vou conseguir confiar nela. Eu vou ficar aí no Brasil e ela aqui. Minha cabeça vai ficar uma merda. — Eu estava começando a querer chorar.

— Regina, por que você não se acalma, respira e depois toma uma atitude pra não se arrepender?

— Eu vou tentar pensar um pouco.

— Faz isso.

— Mas me diz como vocês estão? Você e a Ruby. — especifiquei.

— Aí, Regina, ela é a melhor pessoa do mundo. Não sei porque eu demorei tanto para estar com ela.

— Eu falava pra você.

— Eu sei, mas eu precisava me resolver internamente também pra estar como estamos agora.

— E vocês já transaram? — Ela deu risada.

— Acho que já fizemos em todas as posições possíveis. E agora está mais natural. Sem tanta cerimônia. E, cara, eu adoro essa Mulher. — Ficamos um bom tempo conversando.

— Fico feliz por vocês, Zel,  eu vou desligar. Vou mandar mensagem pra Emma. Ela já saiu faz um certo tempo e estou um pouco preocupada.

— Está bem. Vai lá, mas, Regina, de verdade, pensa bem antes de tomar uma decisão.

— Está bem. — desliguei o telefone, subi e dei uma olhada nos garotos que continuavam dormindo.
Desci novamente e, conforme a hora passava, eu ficava mais e mais preocupada. Quando Emma saiu, ela não parecia estar muito bem e, no final de tudo, me senti mal pois a mesma estava demorando. Resolvi ligar pra ela, mas seu telefone chamou até cair a ligação.

—Merda. — Ouvi um barulho na porta e fui até lá.

Quando a porta se abriu, meu sangue ferveu. Era o Killian. Ele deu um sorrisinho cínico, achando que ainda estava me enganando com a conversinha de que era somente um irmão da Emma.

— Oi. Eu vim ver uma coisa com a Emma. Ela está?

— Não, ela não está. E pode parar com essa palhaçada. — falei com certa raiva.

— Aconteceu alguma coisa?

— Eu já sei que você é o marido dela. Ela jogou a merda no ventilador. — ele ficou quieto por um tempo, até que sorriu.

— Então agora podemos conversar de outra forma. — ele foi chegando mais perto.

— Se chegar mais perto, a única conversa que teremos é sobre chamar a ambulância para você.

— Marrentinha, então? Olha, não esperava uma mulher tão bonita. Achei que ia chegar aqui e encontrar uma maria macho, mas você me surpreendeu.

— Como já viu, a Emma não está, então pode se retirar logo. — falei e ele simplesmente sentou no sofá.
Bufei. Fiquei ali esperando até que finalmente Emma chegou. Eu sabia que ela não estava bem, dava pra ver na cara dela. Ela respirou fundo antes de falar com ele.

— Até que enfim, Emma. Achei que com sua namoradinha aqui, você não ia ficar saindo.

— Podemos falar outra hora, Killian? Eu não estou com cabeça para você  agora. — Eu olhei para Emma e ela parecia ter chorado por horas. E realmente não parecia bem.

— Eu vim porque preciso do cartão de crédito. O meu não está passando. Acho que deve estar com algum problema.

— Ele está funcionando sim. — Emma respondeu sem surpresa de que aquele tinha sido o motivo daquele homem estar ali. — Eu apenas cancelei o vínculo com a minha conta e deixei apenas o vínculo à sua conta pessoal. 

— Como assim, Emma? — Ele perguntou e juro que vi ela meio que pender, como quem fosse cair.

— Killian, eu tive um dia de merda hoje. Então, por favor, me faz um favor e some daqui. Eu não quero falar com você hoje. — ela falou e passou a mão no rosto.

— O que aconteceu? A moreninha não está mais te fazendo gozar? Aí você fica de mal humor. — Ele era um escroto.
Eu fiquei calada, controlando meus instintos ao vê-lo ser rude com a mulher que eu gostava.

— Vou falar só uma vez. Todas as suas contas foram encerradas, e se você não quiser ficar sem um real, só me deixa em paz.

Emma aparentemente não tinha mais nada para falar; não mencionou nossa briga, o que realmente não era da conta dele, e cortou quaisquer assuntos de sua vida pessoal. Passou ao seu lado para ir para cima, e logo depois de esbarrar por ele, Killian a segurou pelo braço.

— Emma, você está pensando o que?

— Me solta. Você está me machucando.— Ele foi ser mais agressivo e naquela hora eu não me segurei.
Eu fui a passos firmes até os dois, tirando as mãos dele de cima de Emma.

— Não se mete, sapatão. — ele disse tentando me ofender.
Eu dei uma risada, mas não me ofendi em momento algum. Entretanto, eu exigia respeito à Emma, e ser agressivo com ela e ainda se achar com razão tentando me ofender era demais. Ainda sorrindo, observando-o se virar novamente para Emma, cutuquei levemente suas costas para obter a atenção novamente. E quando consegui, levei minha mão com toda a força, dando um tapa estalado em seu rosto.

— Isso não me ofende. — alertei. — E agora você não vai mais encostar nela. Ou você sai daqui agora ou eu juro que vou arrebentar você.

— Quem você pensa que é pra me dar um tapa? — ele perguntou alterado, e seu rosto vermelho pela raiva e talvez pelo tapa.

— Sou Regina Mills. — respondi. — Agora vá embora.

— Ou o que? —Ele tentou avançar outra vez sobre a Emma e a voz dela me contando que ele abusou dela me veio a cabeça.

Não pensei duas vezes. Analisei o olhar irritado e, talvez, assustado dela e sem pensar eu dei um soco nele. Entretanto, Killian não se importava; aparentava ser o tipo de homem que não desistia de ter o que queria, portanto tentou avançar e eu dei outro soco. Em seguida, sem hesitar, dei um chute nele, fazendo-o parar.

— VAI EMBORA, SEU VERME, ou então eu chamo a polícia. — Gritei com raiva. Ele parou e olhou para meu celular, agora em minhas mãos, e um número digitado faltando apenas completar a ligação. Em seguida, saiu um pouco tonto da casa. Eu me virei pra Emma, que não parecia nada bem. — Emma, eu...

— Obrigada por isso. Agora, se não se importar, eu vou subir e tomar um banho e deitar um pouco. — Ela passou sem nem me olhar direito.
Estava na cara que ela estava mal, e eu só queria abraçá-la e dizer que estava tudo bem. Maldita merda que foi acontecer.

•~•~•~•~•

Emma


Eu acho que nunca me senti tão destruída por dentro em roda minha vida. Era como se eu tivesse ganho na loteria e tivesse perdido o maldito bilhete.

— Emma! — Olhei para porta e era o Henry. — Posso entrar ?

— Claro, amor, vem cá. — Ele veio para perto e logo vi Daniel também na porta e fiz sinal e os dois sentaram na cama de frente pra mim.

— Nós ouvimos a briga. — Daniel falou meio desanimado.

— Vocês vão se separar ? — Henry perguntou e respirou fundo, limpou seus olhos.

— Eu não quero isso, mas eu não sei, amor.

— Vocês não podem se separar. agora eu tenho minha mãe, tenho você e ganhei o Daniel. —Ele segurou a mão do pequeno. — Tenho tudo que sempre quis, duas mães e um irmão.

— Venham cá. — Chamei os dois, abracei um de cada lado e me apoiei melhor na cama. — Eu amo demais a Regina. Nunca amei ninguém como eu a amo, mas eu meti os pés pelas mãos  por medo de perder ela. Eu escondi dela que eu era casada, o Daniel já sabia disso.

— Casada? — Henry questionou.

— Ela estava casada com um homem mal, que não ama ela. —Daniel falou e beijei o topo de sua cabeça.

— Eu me casei muito nova e nunca amei ele. Ele me machucou muito e quando fui pro Brasil nosso casamento já estava arruinado e eu já queria o divórcio. Então eu conheci a sua mãe, e eu nunca me senti tão feliz e completa em toda minha vida. E eu tinha medo de contar sobre o Killian e ela não me querer mais.

— Mas se você a ama, não entendo o problema. Você vai se separar dele, certo? — Henry questionava os fatos.

— Amo, e, sim, vou me separar dele.

— Porque ela está  tão brava, então? Você escondeu, mas é porque ainda não estava forte pra falar. Quando meu vô me machucou eu demorei pra ficar forte para falar pra minha mãe. Algumas coisas são difíceis de falar. — Henry era adorável, os dois me abraçavam. E eu apenas suspirei. Pensar em ficar sem ela era como pensar em perder um pedaço meu, como perder um membro.

— Eu não  posso obrigar ela a me desculpar, meus amores, mas garanto que meu maior desejo é esse. Eu não sei viver sem vocês dois e muito menos sem ela, vocês são a família que meu coração escolheu. E eu vou fazer de tudo pra concertar isso.

— Crianças!  —Ouvi a voz da Regina e quando olhei ela estava parada na porta nos olhando, meu corpo gelou. — O que acham de irem tomar um banho e depois vermos um filme juntos?

— Nós quatro? — Daniel perguntou antes de me soltar. E ela sorriu.

— Sim. Nós quatro, querido. — eles me beijaram e foram tomar banho.
Regina ficou um bom tempo quieta me olhando.
— Regina, eu ...

— Emma, não é número de desculpas. Eu ouvi a conversa de vocês e juro que acredito que você não fez nada disso na maldade ou na sacanagem.

— Claro que não. Jamais faria algo assim... Você realmente não foi algo planejado, mas foi o melhor acaso que já me aconteceu, entende?

— Se eu disser que eu não gosto se você eu vou estar mentindo, Emma. Eu gosto, e muito. Mas isso me magoou. Entendo perfeitamente seu lado, e juro que a hora que bati nele meu desejo era matar ele por já ter machucado você. Mas eu preciso que você entenda meu lado também.

— Regina, eu só não quero terminar tudo isso. Não quero que vá pro Brasil e me esqueça. —Ela se sentou na cama e segurou minhas mãos, fez um carinho antes de olhar em meus olhos.

— Emma, a minha vontade era não gostar se você pra eu chegar no Brasil e simplesmente te esquecer. Mas não é assim. Eu estou chateada, magoada e preciso ajeitar isso tudo dentro de mim primeiro. Não quero que me entenda mal, mas esses dias que vão se seguir prefiro dormir junto com os meninos.— Soltei minhas mãos das dela na mesma hora e levantei da cama. Eu estava com vontade de chorar, e não queria que ela visse. — Emma, eu sei que vamos acabar transando e isso não vai mudar nada. Eu preciso de tempo. Dê tempo pra eu não surtar e virar pra você e falar que não quero mais saber de você.

— Tenha seu tempo, Regina. Não se preocupe que não vou ficar em cima de você como um cão no cio.

— Emma, eu não...

— Eu vou tomar um banho, e aí podemos ver o filme com as crianças. E se quiser pode levar suas coisas pra qualquer um dos quartos da casa. — Eu fiquei puta, tentei não ser grosseira com ela mas não tinha como.

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