quatorze

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Conforme o tempo passa, estar com Draco fica mais difícil e mais complexo do que eu pensei que poderia ficar.

Eu percebo, mais e mais, o quão incrível ele é. Nós nos conhecemos faz anos agora, mas ainda há muito para aprender e dizer e ouvir. E ele, ele é maravilhoso: ele fala e ouve e ri e faz tudo o que meus amigos disseram que ele não faria. Ele é engraçado e leal e protetor, e eu nunca imaginei nenhuma dessas qualidades nele. Ele é magnífico, mas também é Draco Malfoy, e ser sua namorada está longe de ser simples. As outras garotas da Grifinória parecem ter pena de mim, porque elas estão começando a ser legais novamente, pouco a pouco. Elas parecem ter percebido que minhas moralidades na verdade diferem das hereditárias de Draco, e estão lentamente deixando de lado o gelo que me davam.

Mas é difícil. Porque com o passar do tempo, a escuridão se aproxima. A guerra se aproxima e a estabilidade treme, e fica cada vez mais claro que os tempos só ficarão mais difíceis. Mesmo entre as grandes provas e todas as regras rígidas impostas a nós, cresce a sensação de que essa pode ser a parte fácil.

- Sabe, você pode na verdade ter sorte de Malfoy não estar do nosso lado nisso tudo. - Gina diz franzindo o nariz enquanto ela, Luna e eu passamos pela parede de decretos educacionais de Umbridge. Gina foi uma das últimas pessoas a gostar de mim de novo, mas estamos chegando lá. - Se ele estivesse, ele simplesmente ficaria mal-humorado o tempo todo. Tudo isso o está beneficiando, então ele está super contente, o que é ótimo para você.

Eu rio relutantemente. - Acho que há algo de bom nele sempre conseguindo o que quer.

- Além de torná-lo um pirralho arrogante mais ainda, e-

Eu a interrompe com um cutucão em seu braço. - É, é.

- Eu acho que é bem impressionante você ficar com ele. - Luna diz gentilmente. - A maioria das pessoas não teriam paciência.

- É verdade. - Gina ri em silêncio. - Você precisaria de muita paciência pra... Espera. - Gina parou no meio do corredor, sua cabeça inclinada para o lado.

- O qu- Eu começo, mas ela me cala. E então, eu ouço.

- É o Harry. - Luna sussurra.

A voz de Harry vem de dentro de uma sala de aula pela qual acabamos de passar. Ele está gritando, mas eu nunca o ouvi gritar assim antes. Ele soa desesperada.

Gina suspira. - Ele tem passando por momentos muito difíceis esses dias, não é?

- Por que você acha que ele está gritando?

Ela dá um passo em direção à sala de aula e acena para que a sigamos. - Bem, vamos descobrir.

Quando entramos, Harry está segurando uma mesa no canto da sala de aula. Rony e Hermione estão ao lado dele parecendo ansiosos. Harry para de gritar no segundo em que nos ouvem entrar, e os três se viram para nos encarar.

- Oi, - Gina diz hesitantemente. - Escutamos Harry de lá de fora. O que esyá acontecendo?

- Não se preocupe. - Harry disse asperamente, virando-se com a cabeça nas mãos.

Gina levanta as sobrancelhas. - Não há necessidade desse tom. - Ela diz eventualmente - Se houver algo errado, gostaríamos de ajudar.

- Bem, vocês não podem ajudar.

- Você está sendo bem rude, sabe. - Luna diz calmamente, fazendo com que Harry pragueje em suas mãos.

Eu olho diretamente para Ron e Hermione. - Há algo que possamos fazer? Se não, vamos embora agora.

- Harry, - Hermione diz. - Harry, elas podem ajudar.

- Nós não temos tempo...

- Harry. - Hermione diz novamente, seu tom cada vez mais desesperado. - Só temos que ter certeza de que Sirius não está na sede. Você não pode ir correndo para Londres se ele estiver seguro em casa.

- Nós só precisamos checar...

- Está bem. - Harry diz com raiva. - Está bem, mas precisamos fazer isso rápido.

Hermione acena com a cabeça rapidamente, mas seus olhos estão apavorados. - Vamos usar o fogo da Umbridge para tentar falar com ele. Você vai pegar sua capa. Rony e eu vamos levar Umbridge para longe e... - Ela vira para nós. - Vocês três farão uma distração?

- Sem problema. - Digo rapidamente.

- Diremos que alguém soltou uma bomba de gás. - Gina diz. - Desse jeito o corredor Vai estar vazio e você vai poder entrar.

- Ótimo. - Hermione diz. - Deve levar apenas alguns minutos. Harry, nos encontraremos no final do corredor... - Mas Harry já se atirou porta afora e está correndo de volta para os dormitórios para pegar sua capa.

Minutos depois, Gina, Luna e eu estamos paradas no final do corredor de Umbridge, perseguindo os alunos. - Espere, então por que não podemos passar? - Um menino da Corvinal do sexto ano diz, espiando por cima do ombro e parecendo extremamente tentado a passar por mim.

- Algum tipo de gás foi liberado. - Digo, dando de ombros. - Sei lá. Ordens da Umbridge.

Ele olha para mim por cima do nariz. - Se são ordens da Umbridge, por que a Brigada Inquisitorial não está fazendo isso?

Forço uma risada. - O que é isso, um interrogatório? - Então, num momento de pura sorte, vejo uma cabeça loira platinada por cima do ombro. - Olhe, ali está um deles! - Eu me estico e pego a mão de Draco.

- O que está acontecendo aqui? - Draco pergunta olhando em volta, confuso. O garoto me lança um olhar cético e eu solto uma risada trêmula.

- Draco aqui é um dos membros mais respeitados da brigada. - Digo, apertando a mão dele com força. - Draco, por que você não diz a esse garoto legal que ele precisa it embora?

Draco olha para ele de cima a baixo e lhe dá um olhar feio pra ele. - Você a ouviu, vá embora. - Ele diz. O garoto olha para ele e se afasta. Draco se inclina para mim. - O que está acontecendo?

- Nada. - Digo de uma vez. - Por favor, vá embora.

- Há algo errado?

- Não, Draco, mas eu nunca vou me perdoar se for a pessoa que estragar tudo. Por favor, vai.

Ele estreita os olhos. - Está bem, mas só estou deixando você ir. Não seus amigos.

Solto um suspiro de alívio quando ele sai e me viro para ver o que está acontecendo. Do outro lado do corredor, Gina está dispensando os alunos, parecendo totalmente imperturbável. No meio do corredor, e no mais leve e imperceptível movimento, noto a porta de Umbridge abrindo e fechando. Harry e Hermione estão lá dentro.

Mas apenas alguns momentos depois que Draco saiu, eu arfo quando um braço pesado é jogado em volta do meu pescoço.

Eu miro um chute nas canelas grossas de quem me pegou. - Pegamos. - Diz a voz de Crabbe no meu ouvido. Eu olho em volta. Goyle agarrou Luna e Crabbe está sorrindo maldosamente para mim. - Nós pegamos você dessa vez.

- Draco... - Eu chuto sua canela novamente, e ele estremece. - Draco não vai gostar nada disso.

Crabbe me ignora e me empurra para frente. Para meu horror, vejo Gina lutando contra outros membros da Brigada Inquisitorial no final do corredor. Neville se juntou a ela na tentativa de ajudar, mas os captores são muito maiores e mais fortes, e suas tentativas são inúteis. Meu coração afunda.

Querido Draco (Dear Draco)Onde histórias criam vida. Descubra agora