XXIX

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O semblante mudou, agora carregando o olhar sério de alguém que havia sido vencida. Visualizou cada minuciosidade do rosto pregnante do rei, no qual, ria com vontade e alegria.

Ambos sabiam o motivo da risada, do jeito, da forma que estavam. Yui era igual a chapeuzinho.

— Você realmente mudou, Komori. — afirmou sorridente, deu dois passos para trás a fim de ficar perto do filho.

Subaru indagou sobre a aproximação do pai, que o puxou com rapidez, fazendo Komori cambalear.
O albino o empurrou, várias vezes, mas ninguém conseguia ser tão forte quanto o rei.

— Chegou a onde eu queria… - pausou, dizendo de forma arisca. - Disse ao meu filho que não doeria mais, porém Yui, você o machucou por conta própria.

A voz afinou pouco a pouco, puxando os cabelos claros do caçula, recebendo os mais diversos olhares ali, tão perturbadores e ao mesmo tempo tão satisfatórios, Karl não queria firmar, mas foi tão bom deixar seus filhos numa situação como aquela.

Puxou a cabeça de Subaru para trás, torcendo a coluna.

— E você? Como se sentiu ao descobrir que é pai? — perguntou ao dito cujo, que grunhia em ódio, cortando o punho do mais velho com as unhas. Komori deu passos para frente, contudo, frente a frente de Tougo. Com as orbes a pular e os caninos à mostra.

— Cale a boca, maldito!

Mas ao invés de escutar o que a mulher disse, Karl jogou o filho em sua direção, o fazendo cambalear antes de arrumar a postura.

— Muito esperto da sua parte, Komori, escolher o mais obediente para compactuar com seus erros. Você só se esqueceu de uma coisa. — ele contava lentamente, caminhando sob o espaço lhe dado, cada vez mais irado, por mais que suas expressões transmitissem sarcasmo, Tougo não sentia nada mais além de puto ódio perante a transformada.

“A Chapeuzinho Vermelho”

Ela engoliu seco, tentando não olhar para os lados.

— O sangue.

Finalmente, as coisas se encaixavam. A lua cobriu-os totalmente, uma ilusão arroxeada sob os corpos presentes, uma sintonia entre voracidade e ressentimento, como se pudessem matar-se entre si. Podia ser algo filosófico se o rei não estivesse destruindo-os.

Yui piscou várias vezes, cerrando os dentes.

— Aquela vermezinha é idêntica a você, o rosto, os olhos, o cabelo… Mas todos nós percebemos a origem da maldita personalidade dela, mesmo que esteja formando-se.

O vermelho pronunciou-se em um curodeado de estrelas, e os fez crer na possibilidade de uma mentira falha.

— E tudo isso é… Tudo o que está acontecendo agora, tem apenas uma criadora…

O Sakamaki riu, o dono do clã se mostrava inteiramente contente com sua verdade exposta entre dentes.

— Cordélia! — gritou, contras as nuvens que rodeiam o lugar,erguendo os braços antes de apontar para a vampira.

— Aquela mulher não tem nada haver com isso. Ela está morta!

— Verdade. — concordou ele. — Mas ela é a criadora deste caos, sem ela, nada disso seria possível.

Todos então olharam para os olhos furiosos de Karl, o par de íris estava claramente se tornando amarelo de vez, com um leve toque de perversão. Um psicopata nato, que daria até seus filhos para satisfazer o ego.

— Ela permitiu que você carregasse seu coração, permitiu-me ter filhos com ela… Deu à esses filhos, sangue real, um poder divino do próprio inferno! — seu tom decaiu. — Toda vez que olho para aquela criança, eu enxergo Cordélia…

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⏰ Última atualização: Jan 01, 2021 ⏰

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Bendita Seja a DorOnde histórias criam vida. Descubra agora