XVI

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– Você sabe o que fazer… – sussurrou o príncipe, dentro do salão central. Ritcher assentiu com a cabeça e o reverenciou.

– Irei achá-la, senhor.

O mais novo olhou para o lado, a procura da vidraça que lhe daria uma boa visão sobre floresta a fora. Arranhou a garganta antes de concordar com o irmãos de Karl.

– Não contou nada a ela, não é? – questionou-o. Sua voz era tão melancólica e depressiva, qualquer um que ouvisse saberia o quanto ele parecia sofrer.

No entanto, era um psicopata, mentiroso e calculista, sabia o que fazer para impedir Yui de fugir.

– Não, vossa alteza. Sua noiva pensa que estará a ajudando. – explicou sem abranger muitos suas expressões e atos.

[...]

– Merda! – a voz rouca do albino correu por toda a mansão Sakamaki. Laito logo veio correndo, já que o laboratório do irmão era próximo do local.

– O que aconteceu?! – ele ainda estava convencido de que todos naquela casa brigaram. Mas Reiji não saiu de seu lugar anterior, talvez quisesse permanecer escondido para que ninguém enxergasse os hematomas causados pelo primogênito.

O ruivo se aproximou de Subaru, suas veias altamente saltadas e sendo cada segundo mais marcadas na fina pele do homem. O de chapéu exitou ao encostar em seu irmão, logicamente ele estaria nervoso o suficiente para lhe render socos.

– A menina! Ela sumiu!

Foi neste instante que os outros membros apareceram na sala, espalhados brevemente entre os cantos.

– Você foi atrás dela? – o de chapéu prosseguiu, engolindo seco logo em seguida.

– Será que fui buscá-la? – Yui estava ao seu lado com aquele leve sorriso sombrio, Laito a olhou vagarosamente por dois segundos rangendo os dentes enquanto ouvia falar. A presença que havia inventado dentro de sua mente estava lhe causando um turbilhão de sentimentos ruins.

Kanato o viu de canto olhando para o lado, sabia que seu gêmeo estava novamente com ela, a adolescente pura. Tocou na barriga após sentir uma pontada no meio de seu corpo, o chuta que Laito deu foi forte suficiente para ainda senti-lo, mesmo que sob remédios.

– Eu fui lá e ouvi a gritaria, não sabiam onde ela estava. No começo pensei ser uma peça, então questionei-os e nada, ela desapareceu como vento. – sua voz descompassada indicava o quão nervoso estava naquela hora. Não podia ter deixado isto acontecer. Cerrou os punhos junto com os olhos, antes de se jogar num sofá.

– Pode ter sido ela – Shu sussurrou, sabia o quão louco estava sendo ao dizer que uma morta poderia ter ido buscar a filha. Era um dos poucos que ainda acreditavam na sua morte, mesmo que Ayato tenha criado uma tubulação envolvendo este último acaso, não criava expectativas, sua razão não era a loira e nunca será

Laito riu, sem conter a voz negando com a cabeça conforme olhava cada rosto ali presente.

– Fique quieto, é uma possibilidade. – afirmou o filho de Christa, disse sem pensar, e os outros puderam sentir o pesar em sua mente, carregado com o estalar no céu da boca. A casa permanecia com uma aura estranha, desde a chegada da menor tudo parecia mudar, para uns era só questão de tempo até que caíssem na escuridão, para alguns nunca foi a garota, e para Laito era tudo uma grande baboseira criada debaixo de um teto desestruturado.

Falando no filho de Cordélia, o engasgou só em pensar como seria se estivesse realmente viva, tudo o que pensou ser, uma devastada mentira podre que o fez perder a razão por anos. Yui não podia estar viva, não quando se ainda tinha memórias de seu corpo ensanguentado enrolado num lençol branco… Tocou no seu rosto ao falecer, viu o irmão enterrá-la. Para si, iria continuar morta.

Bendita Seja a DorOnde histórias criam vida. Descubra agora