XI

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-E seu marido? -Questionou Reiji diretamente à mulher que tomava um suco de tangerina.

A mesma sorriu e olhou para o filho.

-Não sou casada, nem ao menos fui. -Disse atrevida para o de óculos que encarava o pequeno que se deliciava do sorvete de chocolate à frente na mesa de vidro do lugar. Enquanto Reiji não comia nada apenas olhava o tratamento daquela mulher com a criança atentamente.

-Talvez eu me case um dia. Com um homem rico e bonito. -Continuou, dando indícios de uma pessoa vulgar. Bom, para Reiji que não aguentava mais ouvir a voz da outra a sua frente.

-E você? Quantos anos tem, Ren? -Perguntou o vampiro fitando o mais novo que sorriu para si.

-Oito! -Fazendo o número com os dedos, acabou sujando um pouco a boca. A mulher revirou os olhos e brigou com o mesmo pelo seu ato involuntário. O filho da mesma engoliu seco e se limpou com o papel a frente.

Reiji olhou sem graça e irritado por aquele tipo de mãe.

-Você se parece com meu irmão mais novo. Ele era assim, alegre igual a você. -Disse olhando atentamente para ele.

A moça piscou algumas vezes e sorriu, imaginando que ficaria mais perto da criança agora por um simples motivo.

[...]

Na manhã seguinte

-Saori, venha ver essas flores. -Yui gritou fora da casa da amiga, olhando o chão cheio de grana úmida e verde claro. A vampira se agachou e tocou nas flores. -Saori?!

Mas a mais velha não poderia lhe ouvir nem ao menos sabia o que estava acontecendo. Komori estava vivendo aquilo sozinha. Se levantou e olhou para trás.

-Onde está o esconderijo? -Yui andou para trás a procura do local onde estava, vendo uma paisagem plana e um horizonte sem fio, repleto de flores coloridas e com o céu limpo num tom azul celeste. -Que lugar é esse?

-Yui…

A loira olhou para os lados mas não via ninguém, e quanto mais ouvia lhe chamar, mais escuro o céu ficava; se enchendo de nuvens cinzas e as flores iam aos poucos se despedaçando, começando a fazê-lo longe de Komori.

-Yui…

-Você veio me assombrar, é isso? É isso?! -A transformada gritou em paralelo direto para alguém que não poderia ver. Mas só de ouvir a suposta voz, já identificou quem poderia estar ali.

-Yui… Komori…

Os olhos da mulher estavam se encharcando por dentro, iluminado pelas lágrimas que escorriam em sua face pálida.

Conforme ouvia a tal voz, as flores coloridas perdiam a cor e se tornaram negras, da mesma forma que a grama úmida estava seca e gélida, virando areia em poucos segundos.

A chuvas caía cada vez mais forte, atormentada por raios e trovões, o chão misteriosamente não molhava, apenas ela se tornava cada vez mais gelada e encharcada.

-Yui…

-Para! Para! Para! -Gritou em direção ao nada, e simplesmente a voz parou de lhe chamar.

A vampira olhou para frente e viu a filha, quase que roxa de tão desfalecida que parecia, os lábios pequenos da menor sussurrava a mesma palavra em segundos rapidamente.

-E

A menor se aproximou da mãe, estava descalça e esticou a mão aí chão, podendo puxar o crânio morto de um bode. Yui estava assustada o suficiente para não perceber que um corvo lhe rondava, seu corpo estava cheio de furos e manchas roxas.

Bendita Seja a DorOnde histórias criam vida. Descubra agora