Epilogo - the big family Kim

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Kim Seokjin

Suspirei olhando para a janela da pequena salinhas, vendo várias crianças correndo de um lado a outro em meio a uma brincadeira.
Ah, esses pequenos são tão animados.
Fazia cerca de quatro anos que eu comecei a morar com os amores da minha vida e o meu filho, Hongjoong, não havia muito eu recebi o pedido mais lindo da minha vida, eu iria casar no dia do meu aniversário, em dezembro, infelizmente ainda era Janeiro e faltava muuuito tempo, mas ainda sim eu estava feliz demais.
Uma das coisas que mais me fazia sentir solitário era o quanto Hongjoong estava crescendo.
Aquele garoto veio pros nossos braços aos doze praticamente treze anos e agora ele tinha dezessete, três namorados e uma carta de aceitação para uma das melhores faculdades de toda a Coréia.
Meu menininho cresceu.
Eu ainda lembro do dia em que ele chegou, todo tímido e com aquela carinha de dor por ter perdido a mãe de uma maneira tão repentina.
Lembro de quando Yixing o levou na confeitaria, meses depois do meu sumiço, o quão emocionante foi reencontrar o meu pequeno.
Lembro da primeira vez que ele admitiu pra mim que gostava dos amigos, ele tinha quinze anos e tivemos a conversa mais esclarecedora da vida dele, também foi o momento em que passamos a realmente nos enxergar da forma que nos intitulávamos, como pai e filho, então dois meses depois, Ni-ki, Jay e Mingi jantaram com nós mais uma vez, mas pela primeira vez não somente como amigos da família e sim como parte dela.
Ainda havia a notícia do mês passado, quando Hongjoong foi aceito pela melhor das faculdades possíveis.
Basicamente ele era meu pequeno orgulho.
Mas, eu admito, sabia que me sentiria muito só.
Okay, okay, eu tinha os meninos, toda vez que eu não estava no trabalho estava nos braços de um dos meninos, mas sinceramente, era pouco pra mim, eu gostava de ser cuidado, mas ter alguém na minha volta como o Hongjoong ficava era ótimo, porque durante a tarde ele sempre ficava em algum lugar da confeitaria, às vezes enchendo o saco, às vezes aprendendo algo, mas era fato, ele sempre estava lá.
Foi a sua chateação ao fim do dia quando estava atirado na cama deles enquanto um anime aleatório passava na televisão.
- O que houve meu pequeno? – Yoongi foi o primeiro a perceber que algo não estava certo, para variar.
- Nada – resmunguei, me aconchegando no peito do outro.
- Não minta para nós, te conhecemos melhor do que ninguém e você sabe – disse Jungkook envolvendo a minha cintura com os braços fortes.
Suspirei me aconchegando nos braços dos dois enquanto os outros quatro ainda não chegavam.
- Eu só... vou sentir falta dele. – murmurei.
- Ah – assentiu Yoongi – vai sentir saudade do Joongie, é isso?
- É que... ele ta sempre perto – simplifiquei erguendo a cabeça para fixar os olhos castanhos do maior – Eu vou me sentir solitário – fiz bico. – Eu sei, eu sei, vocês ficam o dia inteiro comigo, mas e quando eu estou na confeitaria? O Joong sempre estava lá comigo, mas agora ele vai pra faculdade, ele cresceu rápido demais – resmunguei me escondendo no peito do outro e sentindo meus olhos marejarem.
Sentimental demais? Só um pouco.
- Oh bebê, não chora – pediu Jungkook ao me ouvir fungar.
- é que eu não estou pronto pra deixar ele ir – resmunguei.
- Pequeno – ouvi Namjoon chamar e o colchão afundar, provavelmente onde ele e os outros três estavam subindo. – Ele já vai fazer dezoito anos, sei que é difícil, mas ele precisa.
- Eu sei disso, Joon – falei, tirando o rosto do peitoral do Min para encarar os mais velhos, que me olhavam carinhosos sentados na ponta da cama. – mas eu vou sentir falta dele entende? O que eu vou fazer sem aquele pestinha me enchendo o saco durante meu período de serviço.
Os quatro se aproximaram, Namjoon acariciou meus fios enquanto abraçava Yoongi, Jimin sentou atrás de Jungkook e apoiou a cabeça no ombro do Jeon para me fitar carinhosamente, Hoseok deitou a cabeça nas minhas cochas e começou a acariciá-las em forma de conforto, já Taehyung deitou-se por cima de mim me abraçando.
- A gente entende pequeno – confortou-me Jimin sorrindo – vamos sentir falta dele também, mesmo que você fosse mais próximo dele.
- E se... – Taehyung começou pensativo, trocando um olhar com Hoseok como se eles já tivessem pensado na possibilidade. – E se fossemos visitar um orfanato na semana que vem?
Arregalei os olhos, mas captei que nenhum deles parecia muito surpreso com o assunto.
- Vocês... o que vocês...
- Olha, Jin – Hoseok me interrompeu, se impulsionando para se aproximar de mim – Eu sei que você está confuso por não termos ficado surpresos, mas a gente já conversou sobre isso antes.
Eu ia interromper, mas Namjoon não deixou.
- A gente já imaginava que o Hongjoong ia passar pra faculdade, poxa, ele estudou pra caralho com você e com o Ni-ki, era difícil ele não passar, mas também imaginamos que você ficaria um tanto chateado, por mais que você sempre ficasse feliz quando o Joongie mostrava saber tudo o que precisava para passar, mas no fundo você estava um tanto desanimado com isso, então levantamos essa possibilidade.
- Vocês... – pisquei com as lágrimas ameaçando cair – vocês fariam isso por mim?
- Mas é claro – riu Jungkook – você é tudo pra gente, Seokie, por você a gente vai até a lua e você já sabe disso, e se não sabe tem que aprender logo.
- Além disso – incrementou Yoongi – ainda precisamos de alguém que se interesse em assumir a empresa, íamos adotar mais crianças hora ou outra, porque não agora?
Abri um sorriso em meio as lágrimas.
- Eu amo vocês – disse baixinho, selando os lábios de Taehyung para depois fazer o mesmo com os outros.
- Assim como nós te amamos baixinho. – sorriu Jimin.
Era por isso que agora estávamos ali junto de Hongjoong e os garotos só esperando Namjoon parar de falar com a diretora do orfanato para conhecermos as crianças e, se tudo desse certo, levar alguma delas para um passeio.
- Certo, Senhor Kim – me virei para a porta de onde saia Namjoon acompanhado da mulher. – Vocês podem dar uma olhada pelo lugar, caso decidam por alguém podem voltar aqui e pegar a permissão para levá-los a um passeio e se conhecerem melhor.
- Eu agradeço, diretora Yoon – sorriu-lhe o maior, chegando perto de nós. – Prontos?
- Você está pronto, amor? – me perguntou Jimin, sorrindo pequeno.
Respondi com um assentir e um sorriso.
- Vamos lá – Hongjoong disse, sorrindo para mim enquanto puxava Mingi com uma mão e jay com a outra, deixando Ni-ki para trás tamanha animação.
- Ele está mesmo no 220 – brincou Hoseok.
- Ele tem a quem puxar – ri para o Jung que revirou os olhos.
- Ele sempre quis ser irmão mais velho – disse Ni-ki, rindo da animação do namorado que arrancava risos de seus outros dois namorados. – Quando vocês ligaram avisando da decisão ele pulou em cima do Mingi e quase chorou de tão feliz.
- Hongjoong tem a sua sensibilidade pelo visto – Hoseok provocou de volta.
Revirei os olhos mas não segurei um risinho.
- Vamos minhas duas crianças – chamou Jungkook, puxando a mim e ao Jung.
- Yaa – exclamamos juntos e Hoseok seguiu – você que é a criança.
- Chega minhas crianças – Yoongi se intrometeu – agora vamos ver as crianças.
Eu não ia rir, mas Taehyung gargalhou e eu me deixei levar, logo estava tendo que me apoiar em Jimin para não cair.
- Okay, okay – disse o Park, rindo junto – respira, vamos, um dois – ele disse, me ajudando a me acalmar. – pronto, agora vamos, Hongjoong já foi.
Finalmente saímos para o sol e vimos as crianças em volta de Hongjoong.
Bom, quase todas elas, pude ver de canto de olho que haviam duas paradas debaixo de uma árvore, brincando de algo que eu não podia ver.
Namjoon, ao ver que eu estava parado me olhou.
- Jin? Você não vem?
Olhei para ele e a seguir para as duas crianças.
Por que eles não estava junto com os outros?
Sorri para o mais velho.
- Eu já vou, podem ir na frente.
Ele seguiu meu olhar e deu um sorriso assentindo.
- Qualquer coisa nos chame.
Sorri para ele antes de andar em direção aos dois pequeninos.
Parei encostado a árvore sob a qual eles estavam sentados.
- Olá. – Os dois deram um pulinho que me fez rir baixinho – posso me sentar aqui?
A menina, que parecia um pouco mais velha me olhou de cima a baixo antes de assentir lentamente.
Sorri pequeno para os dois, que me olhavam desconfiados.
- Eu sou Seokjin, e vocês, como se chamam? – os dois ficaram me olhando com um certo receio – Eu estou incomodando? – questionei preocupado – posso ir... – fiz sinal para onde os meninos estavam.
- Não! – exclamou o garotinho, me fazendo parar de levantar e fitar o garotinho de bochechas rubras – Digo... Eu sou Kim Jongin – ele disse, vermelho e um tanto temeroso. – essa é minha irmã mais velha – fez sinal para a menina ao lado.
- Kim Hyuna – ela sibilou, ainda me escaneando.
- É um prazer – sorri para eles mais uma vez – mas me digam, por que não estão com as outras crianças? – questionei curioso.
- Elas não gostam de nós – Jongin deu de ombros, como se não importasse.
Franzi a testa, tentando entender o que aquilo significava, mas não me peguei a esse detalhe.
- Bom, mas por que não me falam um pouco sobre vocês? – sorri o mais amável que pude.
- Por que você não conta a sua? – retrucou Hyuna desconfiada.
- Está bem – assenti, me aproximando para brincar com Jongin, que aceitou minha participação com um sorriso. – Eu tenho vinte e dois anos, quando era criança minha mãe me deu para meu pai e meu pai me deu para um orfanato – percebi os dois pararem para prestar mais atenção, mas não os olhei, só continuei desenhando em uma folha próxima – depois que eu fiz dezoito anos eu já trabalhava e acabei tendo de trabalhar na casa de um rapaz famoso, mas eu me apaixonei por ele e pelos maridos – sorri pequeno ao me lembrar da história, ainda concentrado no desenho – depois de um tempo eu tive que ir embora, mas a gente se reencontrou e vamos casar no fim do ano – simplifiquei – e agora meu filho vai para a faculdade e viemos atrás de alguém para trazer um pouco de alegria para aquela casa sem graça – fiz uma careta de brincadeira, terminando meu desenho, olhei para os dois pequenos que me olhavam de olhinhos arregalados em surpresa – e vocês?
Jongin deu uma olhada para irmã.
- Nossos pais nos abandonaram – simplificou a menina – eles nos largaram aqui vão fazer dois anos, mas ninguém nunca nos adotou, as outras crianças não gostam de nós pois estamos aqui a muito tempo, eles acham eu por não sermos adotados nós não somos legais – ela fez um bico magoado, brincando com sua boneca – então começaram a fazer de tudo para que os pais não quisessem nos levar, arrumam briga e depois colocam a culpa em nós.
- Desde então a gente fica por aqui – terminou Jongin – eles não nos incomodam e a gente fica de boa, aqui nem é um lugar tão ruim.
Um sino tocou dentro do orfanato e eu ergui o olhar para o prédio.
- Temos que ir – disse Hyuna rapidamente, se erguendo com sua boneca e puxando o braço do irmão. – Obrigada por conversar com a gente moço – ela abaixou a cabeça um tanto vermelha e logo saiu correndo com o menor em seu encalço.
Quando vi eles já próximos aos meninos me toquei de que meu desenho ficara comigo, então dei uma corridinha e gritei pelos dois pequenos, que pararam confusos e me olharam assim como os mais velhos.
Dei uma corridinha até me agachar em frente aos dois.
- Aqui – entreguei a folha para Hyuna que me olhou duvidosa, mas eu somente sorri – é para vocês, podem ficar.
Eu havia desenhado eles dois, a imagem que eu tinha visto ao longe, duas crianças sentadas sozinhas a sombra de uma arvore, mas diferente do que era real, elas sorriam. – Sorria mais pequena – acariciei seus fios – a vida é mais fácil assim.
Apertei carinhosamente a bochecha de Jongin que riu e me deu um tchauzinho.
Hyuna pulou sobre mim em um abraço, me tirando um risinho surpreso antes de se separar, completamente vermelha e puxando o irmão mais novo.
Me ergui com um sorriso observando os dois correrem para dentro do orfanato, braços me circundaram e eu tinha certeza de que era Taehyung, logo em seguida os meninos apareceram do meu lado, observando o mesmo que eu.
- Vamos voltar para um passeio ou... – questionou Jay incerto.
Sorri pequeno.
- Não – neguei, vendo os meninos um tanto surpresos, mas me virei para Jay – você já tem dois cunhadinhos lindos – os garotos sorriram para mim, emocionados – Kim Hyuna e Kim Jongin, os mais novos membros da nossa família.

Livro 3 - Kim Seokjin: Jornalistic (Or Nah)Onde histórias criam vida. Descubra agora