•Capítulo 35•

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Luise Martins 🌻

Realmente não sei o que acontece com o Xavier, uma hora ele diz que fez de tudo pra conseguir me amar, e na outra diz que sempre me amou. Bipolaridade é isso o que ele tem.

Depois de tudo que aconteceu que ele vem atrás pra falar tudo isso?

Talvez seja clichê, mas na maioria das vezes as frases clichês tem muito sentido, mas a verdade é: Depois que vai embora, não adianta voltar atrás. Tarde demais, ou não.

Mesmo que você dê o seu melhor , algumas pessoas só vão te dar valor quando não tiver mais você ali.

O problema das pessoas é querer dar valor depois que perde. Depois que perde vem que nem cachorro abandonado atrás do perdão da pessoa.

Se fuder nego.

—Bora, pra mim já deu.—Falei assim que cheguei perto dos meninos.

—Aconteceu alguma coisa?—Henrique perguntou.

—Nada não, só não tô me sentindo bem.—Eles concordaram e fomos pro carro dando partida pra casa.

Durante todo o trajeto fiquei pensando em tudo.

E tudo voltou a tona na minha cabeça, as coisas de tempos atrás vieram como um filme na cabeça. As coisas que passamos juntos, os planos, exatamente tudo.

Poderia ter sido diferente? Sim poderia, mas ele fez a escolha dele, não tem essa de ter amado as duas ao mesmo tempo não. Se você ama duas pessoas ao mesmo tempo, escolha a segunda. Porque se você realmente amou a primeira, você não amaria outra.

—Bora Luise, já chegamos.—Meu irmão falou e eu saí dos meus pensamentos.

Saí do carro e fui direto pro quarto do Gael. Assim que abri a porta vi ele brincando com a babá. Entrei e fechei a porta.

—Ele não conseguiu dormir e quis ficar brincando.—Lara falou assim que eu entrei.

—Tudo bem.—Falei me abaixando aonde o Gael tava.—Oi amor da mamãe.—Falei com voz de bebê.

Logo ele se levantou dando passinhos curtos, já que ele só tem um ano e cinco meses. Ele veio e deu um abraço em mim.

—Que abraço gostoso mãe.—Falei abraçando ele.

—Mama.—Me chamou e eu sorri.

—É filho, mamãe.—Sorri.

(…)

16:54 PM

—Ele pediu desculpas por tudo, dizendo que sempre me amou e tudo mais.—Falei pra Imperatriz e Evy.

Ela e Evy tinha chegado hoje de manhã, vão passar uns dias aqui em casa.

—Xavier é um otário mesmo...—Evy falou.

—Se eu poderia ter um super poder poderia nunca ter amado ele.—Falei.

—Você não escolhe de quem vai gostar, de quem vai ser amigo, ou para quem vai entregar seu coração e seu amor. Mesmo que ele não mereça, você não escolhe. Não é como panfleto de rua que você entrega para qualquer um, mas também não é algo que você aponte a dedo e diga “é você e pronto”. As coisas não são assim, e estão longe de ser Luise.—Imperatriz sempre sabiá nas palavras...

—É tão sei lá, o amor meio que sumiu, lá no fundo eu apenas gosto dele, nada mais, mas bem lá no fundo mesmo.—Falei negando.

—Luise, Luise... Certos amores são pra ser vividos de longe.—Evy falou.

—Ou talvez nem pra viver.—Falei.

—Só vive a vida amiga, mas uma coisa que eu sei é que se for pra ser será! Independente da quantidade de vírgulas, pontos e parágrafos.—Imperatriz falou e eu apenas assenti.

—Bora Luise, a gente ainda tem que fechar o acordo com o Primeiro Comando.—Henrique chegou arrumado na sala.

—Tchau meninas, daqui a pouco eu volto.—Me despedi delas e fui pra Heliópolis junto de Henrique.

(…)

—O pagamento tem que ser todo dia 1°, nem antecipado e nem atrasado, tem que ser no dia, porque as drogas não vão chegar antecipadas e nem atrasadas, vão chegar no dia em que vocês marcarem.—Falei, estávamos sentando numa mesa onde havia eu, Henrique, Jefinho, Fumaça e Xavier.

—Tá certa, mas as drogas são realmente de qualidade?—Xavier perguntou.

—A gente só trabalha com as coisas de qualidade, não botamos porcarias pra vender.—Falei.—E aqui estão os papéis.—Tirei os papéis da minha bolsa e dei pro Henrique passar pra eles.—Podem assinar aonde está marcado, esse vai ser o nosso contrato com vocês, caso vocês quebrem o nosso contrato pegando drogas com outros fornecedores irão ter que pagar uma multa nada mais e nada menos que um milhão de reais.—Falei e eles começaram a assinar.

—Já terminamos.—Fumaça falou e me entregou os documentos.

Eu e Henrique assinamos concordando com o contrato e finalizamos nossa reunião.

Quando ia saindo do galpão ouço o Xavier me chamar, mas não paro e contínuo a andar, assim que vou saindo do beco sinto alguém me segurar, e quando fecho minha mão pra dar um soco ouço a voz do Xavier.

—Relaxa aí pô, sem agressividade nega.—Falou e botou as mão pra cima em forma de rendimento.

—O que tu quer hein? Não desiste não cara?—Falei puta, ô homem chato.

—Sabe como é né, Brasileiro não desiste nunca.—Falou debochado.

—Mano, vai te fuder.—Falei.

—Só se for contigo.—Falou maliciosamente, dei dedo no meio e saí andando.—Ei pô, na moral, me espera, quero trocar uma ideia contigo.—Parei de andar e me virei pra ele.

—A gente não tem ideia nenhuma pra trocar.—Falei.

—Tem sim, e muitas...Sei que você já não quer o meu amor, sei que você já não gosta de mim. Eu sei que eu não sou quem você sempre sonhou, mas vou reconquistar o seu amor todo pra mim, nem que isso seja a última coisa que eu faça na vida.—Falou e alisou a minha bochecha.

—Tira a porra da mão da minha bochecha.—Falei e logo ele tirou.

—Ah Luise, tu não tem ideia dos motivos pelo qual te larguei de mão, e acho que nem vá compreender. Eu joguei os meus sonhos pro alto, no momento em que te deixei. E o que mais me matou, foi que eu só tinha essa escolha.—Falou tudo aquilo muito rápido que tive que prestar bem atenção nas suas palavras.

—Quais os motivos?—Perguntei de forma fria.

—Tu não entenderia, depois que te deixei, eu mudei, me disfarcei, tentei apagar todos os meus rastros, até mesmo de mim. Eu me disfarcei, porque queria virar outra pessoa, alguém que jamais tivesse causado alguma ferida em alguém, principalmente quando esse alguém foi você. Descobri meu inferno particular quando tu pegou tuas malas e foi embora, ainda que tenha deixado as nossas memórias na minha cabeça para me assombrar.—Falou.

—Tu deveria ter falado tudo isso antes, tu não tem ideia do quanto eu precisei de ti, mas onde você estava quando eu precisei de você mais do que nunca?—Fiz uma pausa e falei de novo.—Ah, me lembrei, tava com a Beatriz. Doeu bastante quando precisei de um abraço e olhei para o lado e não te encontrei. Tu me deixou no meio de uma guerra entre as duas maiores facções do Brasil, tu tem ideia? Tu não teve a mínima preocupação se eu iria ficar bem ou não. Então não vem ser hipócrita comigo não.—Falei e ele o tempo todo desviava o olhar do meu.

—Me desculpa por todas as coisas que eu devia ter te dito e não disse. Me desculpa por não te proteger como deveria.—Falou de cabeça baixa.

(…)

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