•Capítulo 37•

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Xavier 🐺

Ela cuspiu todas aquelas palavras na minha cara, mas se ela tivesse falado tudo olhando no meu olho eu acreditaria e deixaria ela em paz.

Mas ela não falou, e eu sei que nada daquilo que foi dito é verdade.

Eu entendo ela, papo reto, mas pô, eu tenho meus motivos se ligou. Se fosse por mim eu nunca teria largado a Luise e seguido minha vida. Mas cada escolha tem sua consequência e eu tive a minha.

Mas nem que seja a última coisa que eu faça, mas eu vou reconquistar o amor dela de volta.

Assim que virei vi ela me encarando com um vazio grande no olhar, fiquei encarando ela e veio na minha cabeça o momento dela descendo do carro com o NV, eu falando que ainda iria me casar com ela...

Mas logo nosso contato visual foi quebrado quando a Beatriz chegou com a Mariana.

Vi de longe quando a Luise viu e balançou a cabeça en negação e foi em direção do irmão dela.

—De novo isso Xavier?—Beatriz perguntou e eu logo me virei pra ela e vi que a mesma estava me encarando puta.—Só foi essa mulher voltar que tu ficou assim.—Falou e logo NV chegou do meu lado de moto.

—Tu não tem nada haver com a minha vida não Beatriz.—Falei calmo.

—Vai mano, os cara tão te chamando lá na boca sete.—NV falou e eu concordei, a intrometida logo falou.

—Se eu souber que tu tá se encontrando as escondidas com essa mulher eu arrebento ela.—Falou e eu e o NV rimos alto.

—Tu não tem nem noção do que ela é né garota?—NV perguntou rindo.—Se tu encostar num fio de cabelo dela em dois tempos ela acaba contigo, ela é uma Martins, Beatriz. Cartel mais perigoso da América é da família dela, eles matam rindo.—Falou sério e ela arregalou os olhos.

—É pô, eles só tem a cara de bom samaritano, mas de bom samaritano eles não tem nada, cuidado que a Luise tortura rindo, e ainda faz as tuas unhas.—Falei e rir.

—Caso ela faça isso com toda certeza tu vai impedir né?—Perguntou e eu ri.

—Eu não vou mover um dedo, se tu mexer tu mesma que aguente teus b.o doida.—Falei e ela fez cara de choro.

—Porque tu é assim comigo, mas aposto que se fosse por ela tu daria o mundo.—Falou chorosa.

—Acertou, se fosse preciso morreria por ela.—Falei e subi na garupa do NV e ele piou pra boca.

Como era de tarde de domingo tinha vários moleque brincando nas ruas, o pessoal nos bar, outros no açaí, tudo muito movimentado. Aqui era a minha favela...

Chegamos em dois tempos na boca sete e tava Fumaça e Jefinho na salinha.

—Qual foi pô?—Perguntei e fiz toque com eles.

—Não sei de nada pô, Fumaça que quer falar.—Jefinho falou sentado no sofá que tinha ali junto com o fumaça, enquanto eu e NV ficamos em pé.

—É o seguinte rapaziada, vocês tão ligado que eu e a Safira namora e pá né?—Perguntou e a gente concordou com a cabeça.—Pois é, a fita é o seguinte, quero pedir ela em casamento.—Falou sorridente e o Jefinho começou a zoar ele.

—Isso porque ela era só mais uma né, só era se pegar e não se apegar.—Jefinho zoou ele.

—Cala a boca mané. Fala isso porque não tem ninguém.—Fumaça falou e ele fechou a cara.

—Pegou pesado agora pô.—NV falou.

—Vocês que se enganam pensando que não tenho ninguém.—Jefinho falou na defensiva e a gente só fazia rir.

—Mas como tu pretende fazer o pedido?—Perguntei pro Fumaça.

—Cara, já comprei até o anel, foi caro pra caralho, mas é muito bonito, só não sei como vou fazer isso.—Falou.

—Já tenho uma ideia maneira pô.—NV falou.

Ele explicou como poderia ser e o Fumaça concordou com ele e aceitou a ideia e iria fazer na próxima semana.

Os cara tudo saíram e só ficou o Fumaça me encarando.

—Tira uma foto que dura mais.—Falei.

—Quero bater um papo sério contigo, como parceiro mesmo.—Falou e eu sentei do lado dele no sofá.

—Desenrola logo.—Falei sem paciência.

—Vou te mandar a real, se tu ama realmente a Luise vai atrás parceiro, a vida é só uma. Pode parecer que temos todo tempo do mundo, mas não. Amanhã pode ser tarde demais.
Ainda mais nessa vida que a gente leva, qualquer hora é arriscado a gente morrer. Amanhã o seu amor pode não ser mais preciso... Ela pode ter encontrado outro amor... Procure, vá atrás! Insista... Nunca desista...—Falou.

—Mas é foda parceiro, não sei como vou reconquistar ela.

—Se tu quer realmente ela, começa se separando da Beatriz, vai atrás, o amor não é só palavras não parceiro, é atitude também. Quando eu e a Safira se separamos eu achei que seguiria minha vida com as minhas  puta tranquilamente, mas não, bateu aquela saudade, procurei outras pra suprir o vazio dela, mas nenhuma é que nem ela. Percebi que amo ela, pedi pra voltar e voltamos, eu quero ela todos os dias do meu lado, quero viver pro resto da minha vida com ela, posso parecer bobão falando essas coisas. Mas é real parceiro, amanhã pode ser tarde.—Falou e eu concordei.—Tô indo nessa parceiro, pensa bem no que te falei.

—Valeu aí parceiro.—Fizemos toque e ele saiu.

Minha mente martelava em ir até ela e implorar pelo amor dela, mas meu corpo não se mexia.

Maldita hora que deixei ela por coisas que pensando bem eu poderia dar um jeito.

Porque tem que ser assim? Porque só valorizamos algo quando perdemos? Porque só percebemos o quanto alguém é importante pra gente quando ela se foi? Porque não aprendemos a valorizar o que temos, a dizer as pessoas o que sentimos, dizer o quanto são especiais ou que a amamos? Que merda! 

(…)

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