•Capítulo 12•

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Luise Martins 🌻
20:45 PM

Acordei com alguém me cutucando e quando eu abri os olhos pude ver a carinha do Bruno.

—Vai dormir lá em cima mulher.—Falou.

—Acordou agora também?-Falei e ele concordou.—Tá melhor?

—Melhor não tô não, mas tô um pouco melhor.—Falou.

—O que aconteceu hein? Cê que falar?—Perguntei e ele concordou.

—Cara, eu tava ficando com uma menina a um mês PORRA UM MÊS, eu demonstrava de todos os jeitos que eu gostava dela, tava pensando até em assumir ela pra geral mesmo sabe?—Falou e concordei.—Hoje eu descobri que ela só tava comigo pra passar informações pra facção rival e depois me matar, falou que eu era como um monstro pra ela, que ela tinha nojo de mim. Porra eu confiei nela mano, demonstrei pra ela coisa que eu nunca tinha demonstrado pra nenhuma menina. O amor cega a pessoa.—Falou com a cabeça baixa.

—Primeiro de tudo levanta a cabeça. Essa vai ser a nossa regrinha tá? Nunca abaixar a cabeça, não importa o que aconteça, nunca abaixar a cabeça, me ouviu Bruno?—Falei e ele concordou.—Tu é incrível garoto, nunca deixa ninguém falar ao contrário, olha só o tanto de coisas que você já passou, coisas que você achou que não suporta, e suportou, dias que você achou que ia morrer, e não morreu, e está aqui. Desde que te vi pela primeira vez logo me encantei por ti, por esse teu jeitinho. Tu é como um filho pra mim garoto, eu sempre estarei aqui por ti, fazendo o possível e o impossível por você.—Meus olhos se encheram de lágrimas, ele pegou e me abraçou.

—Obrigado, muito obrigado mesmo, você é a parte em que faltava na minha vida.—Falou baixinho no meu ouvido.

Se separamos e eu limpei o meu rosto.

—Quer comer alguma coisa?—Perguntei dele.

—Quero, vou pedir duas pizzas, vai querer de que sabor?—Perguntou.

—Quero uma com bastante calabresa e maionese também.—Falei desejando.

—Beleza, vou pedir pro moleque trazer.—Falou e se saiu.

Pistola👻

Quando eu descobri que a Flávia tava armando pra mim eu fiquei sem reação tentando assimilar tudo.

Meu pai a essas horas já deve ter executado ela junto com os outros irmãos.

O amor iria me matar.

Que ironia.

Mas tudo no seu tempo, as coisas vão se encaixar, uma hora ou outra vai.

Hoje eu fiquei surpreso com a reação da Luise, as palavras que ela falou era o que eu tava precisando ouvir.

Dou mó valor nela.

Quem sabe Deus não enviou ela pra cuidar de mim.

—Bruno chegou as pizza.—Luise apareceu na porta do meu quarto e se saiu.

—Já tô indo.—Falei descendo as escadas

—E aí coroa.—Falei fazendo toque com ele.

—Fala lek, como tu tá?—Meu pai perguntou.

-Tô bem melhor, Luise me ajudou bastante.—Falei e ela apareceu na sala com os copo e o refrigerante.

—Que isso menino, é aquilo que eu te falei.—Ela falou e eu assenti.

A noite com os dois foi suave.

Nossa noite em família...

Xavier🐺

Ver a Luise e o Bruno se dando tão bem me deixa mó feliz.

Ele sentia muita falta da presença de uma mãe na vida dele.

A Luise chegou agora e já é tudo pra ele, ela vive paparicando ele, dando conselho...

Ela trata ele como um filho e ele como uma mãe.

Nessas semanas que se passaram tá tudo tranquilo.

Semana que vem vai ser o roubo da carga do exército.

Os filhos da puta tão invadindo quase toda a semana as nossas favelas.

Eles que esperem.

O melhor estar por vir.

Vão se fuder direitinho na nossas mãos.

É O PRIMEIRO COMANDO PORRA!

—Vão ser 5 carros e um caminhão, vai ter um drone sobrevoando a área, um de nós tem que ficar controlando o drone.
Quem vai ser?_Perguntei.

Nós tava na reunião sobre essa carga, só era os chefes da facção, uns dono de morro e seus braço direito.

Quem comandava era eu, Fumaça e o Jefinho.

—Eu fico com essa parte do drone aí.—NV falou e todo mundo concordou.

—Então vai ser isso, eu, fumaça, Jefinho, FH e JP vamo cada um em um carro, enquanto o NV fica no controle do drone, e os demais vão cuidar da escolta e se prontificar que nenhum carro da polícia se aproxime de nós.—Falei e todos concordaram.—Então é isso, a reunião acaba aqui.—Falei por fim e fiz toque com os mano pra ir embora.

—Tem como tu ver uns bagulho aí pra mim?—Perguntei pro NV que já tava do meu lado caminhando em direção aonde tava o carro.

—Tem pô, mas primeiro preciso saber do que se trata.—Falou entrando no carro e eu entrei também.

—É uma coisa que a Luise falou a semanas atrás e isso tá me deixando inquieto pra caralho, ela falou que engravidou cedo e tinha um marido também, mas na favela que eles moravam teve uma invasão e supostamente mataram o filho e o marido dela.—Falei pra ele e olhei pra frente pensando nessa parada.

—E cadê os corpos?—Perguntou me olhando.

—Esse é o problema.—Ele me olhou confuso.—Os corpos nunca foram encontrados, ela me disse também que eles foram executados pelo CV, ou ele era da ADA, do TCP ou do PCC. Eu quero saber quem ele era ou é.—Falei.

—Mas tu sabe o nome completo deles ou algo do tipo, pelo menos uma foto.—NV falou.

—Acho que tenho uma foto deles, peguei do celular da Luise uma vez, tava vendo nossas fotos e achei.—Tirei o celular do bolso e mostrei a foto pra ele.

—Tirei o celular do bolso e mostrei a foto pra ele

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—A Luise não mudou quase nada.-Falou olhando a foto e estacionou o carro perto da entrada do morro.—Esse mano aí parece famíliar.—Falou.

—Já vi ele em algum lugar pô, só não sei onde. Na época eu tinha uns 20 ou 21, só fazia os corre pela favela, ainda não participava das reuniões por eu ser vapor.—Falei.

—Vou ver esse bagulho aí, sabe o vulgo pelo menos?—Perguntou pra mim.

—Parece que era Galego, ele que comandava a favela onde eles moravam.—Falei e a gente meteu o pé pra favela

(...)

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