•Capítulo 1•

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Luise Martins🌻
Segunda-feira
08:00 AM

Acordo, faço minha higiene, tomo um banho demorado, e logo saio do banheiro e fico me olhando no espelho e vejo que há vários hematomas pelo meus braços e na região do estômago.

Esse final de semana o Ricardo não parou em casa, graças a Deus, deve estar com uma de suas amantes.

Visto um vestido abaixo do joelho com mangas para não aparecer os roxos dos meus braços, calço meu scarpin preto e faço uma maquiagem leve e vou pra cozinha, pego uma maçã e pego a chave da minha Santa Fe preta, e depois dou partida para o escritório.

Chegando no escritório vou logo pra minha sala, tô cheia de audiências, pois semana passada não vim trabalhar, pois o Ricardo passou a semana me batendo e abusando de mim.

Sento na cadeira e logo o Maxsuell entra.

— Bom dia Luise. — Fala com umas pastas na mão.

— Bom dia Maxsuell, quais as novidades? — Falo dando um sorriso para o mesmo que logo em seguida senta na cadeira a minha frente.

— São tantas, bom se lembra daquela moça que queria falar com você? —Assinto positivamente. — Pois bem, ela está aí. E tem um caso que é bem complicado, mas depois venho falar mais sobre isso, agora tenho que ir para uma reunião com uma cliente. — Ele se levanta com as pastas na mão e vai em direção a porta .

— Maxsuell. — Chamo ele antes que abra a porta. — Chama a moça que está no meu aguardo. — Ele assentiu e saiu.

Segundos depois ouço uma voz feminina falando se pode entrar.

— Pode entrar. — Falo e uma moça dos cabelos escuros e longos entra. —Olá, pode se sentar. — A mesma senta na cadeira da minha frente.

— Olá, Doutora Luise Martins né? —Ela pergunta com um meio sorriso.

— A própria. — Dou um sorriso para ela. — Então, qual o seu nome?

— Carolina Carvalho, mas pode me chamar de Carol. — Dá um sorriso

— Ok Carol, então... Qual o motivo da senhorita vim aqui? — Perguntei pegando meu notebook.

— Bom, há três anos atrás conheci meu ex namorado, na época ele era um príncipe pra mim, depois de um tempo decidimos namorar e morar juntos, mas com o tempo ele foi mudando e o nosso relacionamento, foi se tornando um relacionamento abusivo e tóxico. Começou com um tapa, depois murros e por aí foi, até que teve um dia que não aguentei mais nada daquilo e falei pra ele que queria terminar, mas ele não aceitou e me espancou. — Falou já com a voz embargada. — E também me estrupou, eu tenho nojo daquele homem, tenho raiva, ódio. Teve um dia que foi a gota d'água de tudo, cansei de apanhar. Sabia que mais uma vez ele iria me bater, peguei uma faca grande e escondi em baixo do edredom, e foi dito e certo, quando ele veio pra mim bater, eu peguei a faca e comecei a perfurar o abdômen dele, ele não relutou porque foi tudo muito rápido. Foi quando eu fugi pra cá pra São Paulo, eu vim do Piauí. Ele morreu, mas a família dele tá atrás de justiça, eles já descobriram onde moro, onde trabalho, e recebi uma intimação da justiça pra mim comparecer na delegacia pra dar o meu depoimento.

— Nossa, Carol você é uma verdadeira guerreira. Mas assim como você ainda não foi presa? Sendo que a família do seu ex sabe que foi você que assassinou ele? —bPerguntei curiosa, pelo fato dela não ter sido presa ainda.

— Eu escondi a faca num fundo falso que tinha no chão. — Falou.

O caso dela quem pode resolver é o Maxsuell. Logo depois encaminhei pra ele o caso dela, já que eu tinha muitos pra resolver.

(...)

Cheguei em casa e nem sinal do Ricardo, subi pra tomar um banho, passei meu hidratante da VS, vesti um short leve e um moletom, hoje tá friozinho. Desci pra fazer algo pra mim comer, fiz um strogonoff e peguei um copo de Coca-Cola geladinha.

Enquanto comia fiquei pensando no que a Carol havia me falado, o que ela passou parece tanto o que eu passo com o Ricardo, a diferença é que ela tomou uma atitude, já eu nunca tomei nenhuma.

Agora vocês se perguntam o porquê de eu não tomar uma atitude. Sabe o porquê? Porque o Ricardo me ameaça, fala que vai matar minha mãe. E eu não duvido, porque teve uma vez que ele mandou baterem nela só porque eu dei um tapa nele.

— Cheguei. — Ele fala abrindo a porta.— Se arruma que vamos sair. — Fala sentado do meu lado.

— Pra onde vamos? — Pergunto sem ânimo nenhum.

— Pro barzinho com uns amigos meus, e veste uma roupa grande, que não apareça esses roxo nas tuas pernas. — Concordei e subi.

Ricardo me obriga a usar roupas longas para esconder as agressões feitas por ele.

Visto um macacão preto de alça, faço uma make básica e tiro uma foto pra postar no status.

Status

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Logo chegamos no barzinho e todos já estavam lá, comprimentei todos e sentei.

— Como vai o casal? — Tavares pergunta se referindo a mim e Ricardo.

— Estamos muito bem. — Ricardo fala.

— E quando vem um garotão? — Jorge pergunta dessa vez.

Fico desconfortável, porque sei que eu nunca quero ter um filho com o monstro do Ricardo e também as chances são mínimas pra mim engravidar depois do meu aborto. A dor de perder dois filhos é uma dor que eu nunca irei superar.

— Brevemente, brevemente. —Ricardo responde. E geral começa um outro assunto e eu fico na minha.

Como eu queria fazer tudo diferente. Não ter que passar pelo que eu passo com o Ricardo.

Como eu queria meus filhos aqui comigo.

Mas tudo tem um propósito na nossa vida, nada acontece sem a permissão de Deus.

Tudo nessa vida tem mesmo um porquê, uma razão de ser, tudo vem para ensinar, acredite-se ou não em Deus - eu acredito. Mas a gente tem que estar disposto a aprender, a sair da bolha, a olhar para fora, porque a gente tira lições até mesmo das pessoas que fazem um estrago na nossa vida.

Tudo tem uma razão de ser, um propósito, um objetivo maior que não nos damos conta, mas que lá na frente, na hora certa, entenderemos.

(...)

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