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Heather •

Passando pela porta de uma das diversas lojas do grande shopping, the grove, sinto uma tontura que me desequilibra, me levando a firmar meu apoio no braço musculoso do segurança de tal.

Olho para ele com o intuito de me desculpar e sinto por um segundo, tudo ficar silencioso, vejo seus lábios se moverem mas não ouço sequer uma palavra, um barulho irritante, como o contato de dois microfones ligados, se faz presente em minha cabeça, tudo parece se mover em câmera lenta naquele momento mas logo tanto o som como a movimentação voltam ao normal, me permitindo entender o que o homem alto e preocupado estava a dizer.

— Senhora? senhora? tudo bem?– pergunta.

— Sim, eu estou...– O latejar da minha cabeça me interrompe mas logo me recomponho.— bem, me desculpe o incômodo.– Esclareço já me afastando.

Ele pergunta se tenho certeza e até mesmo se oferece para me levar até o táxi mas nego, sem querer atrapalhar seu serviço.

A passos lentos, devido ao peso que estou sentindo em meu corpo, vou caminhando até a saída, entretanto, não consigo nem chegar até a escada rolante quando sinto meu estômago inteiro revirar e corro ao banheiro mais próximo. Mal consigo chegar, mas graças à força celestial que me rege consigo chegar ao sanitário  a tempo.

O banheiro está vazio, o que me poupa de perguntas sobre o que tenho, algo que eu mesmo não sei responder, tenho tido febre nos últimos dias, mas escondi por não querer ser substituída na peça, odeio a mulher que me substitui, não imaginava que poderia chegar ao que estou sentindo hoje, pensava ser apenas cansaço pelo meu excesso de responsabilidades.

Estava colocando tudo para fora quando sinto mãos juntarem meus fios loiros de forma nada delicada, me ajudando a não vomitar neles. Mesmo desconfiada, por não ter notado movimento no local e também por ser alguém desconhecido, não tenho tempo de curiar e espiar, pois não consigo parar minha ação.

Quando finalmente sinto que não tenho mais nada para jogar para fora, suspiro e começo a me levantar, assim que o faço, suas mãos largam de meu cabelo.

— Muito obrigada pela ajuda, de verd...– Assim que me viro, para ver a pessoa que já havia se afastado, tenho a imagem daquela menina, que haverá me ameaçado no banheiro da sorveteria.— de verdade.– Digo acanhada.

E passo por ela, indo até a ala das pias, lá pego um pouquinho de água e passo em cima de meus lábios, lavo minhas mãos e até mesmo pego um pouco de pasta de dentes e jogo na boca, tudo sentindo seu olhar sobre mim.

— Eu te avisei.– Me arrepio alarmada ao ouvir sua voz.

Olho seu reflexo no espelho e ergo minhas sobrancelhas.

— Oi?– pergunto baixo, sentindo minha garganta fechando.

— Avisei para você ficar longe dele, mas parece que é surda.– Diz achando que me provoca com isso.

— Surda eu não sou, só não sou maluca de terminar com meu namorado por causa do capricho de uma fã.– Escondo todo meu medo ao enfrentá-la.

Me viro para sua frente e cruzo meus braços.

— O namoro de vocês, um dia vai terminar, já o amor dele pelas fãs... é eterno.– Diz e vejo a falta de sanidade em seu olhar.

— Que bom que pensa assim.– Respondo.

— E agora, está grávida dele? deu o golpe do baú nele?– berra para mim, tento recuar mas já estou encostada na pia.

— Está doida? eu tenho dezessete anos de idade e uma carreira enorme para seguir, não, eu não estou grávida! e com certeza não preciso dar o golpe do baú em ninguém, porque eu vou construir a minha vida!– Esbravejo.

Fake Girlfriend • Daniel Seavey (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora