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Heather •

As cortinas vermelhas se fecham e em segundos são abertas, nos dando a oportunidade de agradecer pelos aplausos nos curvando. Hoje foi o dia da minha estreia no teatro, minha primeira apresentação de dez outras que teriam desta mesma peça.

Nos retiramos do palco na ordem em que ensaiamos e só nos bastidores posso saltitar de felicidade enquanto abraço meu corpo.

— Aí que fofa, parece uma sirene de ambulância com esses gritinhos.– Uma das atrizes da peça me provoca e fuzilo ela com meu olhar.

Sinto algo agarrando minha cintura com pouca força e me assusto, recuo para trás e procuro no lado em que o afeto veio.

A adaptação que o diretor fez, do musical, exigiu não apenas adultos, mas também crianças e uma das tais havia me abraçado agora. Não fiz amizade com o elenco da minha faixa etária mas fiz com o infantil, pena que raramente ensaiavamos juntos.

— Tia,– Todos eles me chamam assim, a pessoa em questão, é uma menininha muito fofa, com no máximo dez anos de idade chamada Connie.— você está muito bonita e fez um ótimo trabalho no show.– Elogia arrancando um sorriso meu.— Por isso e todas às vezes que nos ajudou a ensaiar...– Prestando melhor atenção, posso ver todas as crianças do espetáculo atrás de si.—... juntamos e compramos isso para você, não é muito mas...– não deixo ela terminar, as crianças de trás estavam com duas caixas com bombons.

— Sim, é muito e é incrível, muito obrigada, me sinto lisonjeada pelo carinho de vocês e fico triste de não ter trazido nada para vocês.– Tento carregar minha voz com amabilidade.

Todos me atacam, me abraçando bem forte e me sinto muito amada, fecho meus olhos e sinto a energia boa deles passando para mim.

— Assim a tia chora.– Comento ao final do abraço, abrindo meus olhos.

Eles me entregam os presentes e se despedem. Noto minha família e Seavey me olhando ao canto e meu sorriso aumenta.

Corro até eles e deixo um abraço enorme em Hope.

— Favoritismo.– Riley diz e nós duas gargalhamos.

Abro meu braço liberando o abraço para ela entrar e assim ela faz.

— Você estava incrivel!– Riley exalta assim que nos desagarramos.

— Eu estava, não estava?– me gabo e ela revira seus olhos.

Hope pega meus chocolates para me deixar com as mãos livres, abraço meu pai em seguida.

— Você está uma gatinha.– Diz e gargalho.

— Eu ia fazer essa.– Meu namorado finge estar desapontado quando diz.

Meu pai ri de sua palhaçada.

Me desvencilho dos braços do mais velho e vou até Daniel, sem saber nem como lhe abraçar, estamos um pouco estranhos um com o outro desde domingo, quando estávamos nos beijando e indo em direção ao quarto e então os meninos chegaram e nos interromperam, a pergunta "o que teria acontecido caso não tivessem chego?" ronda minha mente todas as noites antes de dormir e essa não é a primeira vez que nossas faíscas se excedem a ponto de darmos passos na direção de relações íntimas e alguém nos interrompe.

Ao mesmo tempo que eu gostaria de sentir a sensação de ser sua, durante ao menos uma noite, meu coração dói porque sei que para ele seria algo sem signidicado, que talvez ele até mesmo fizesse pensando em sua ex.

Abraço seu corpo e a firmeza de sua pegada me dá segurança e insegurança, ambos extremos diferentes e ao mesmo tempo.

— Te trouxe isso.– Afasta nosso abraço e traz sua mão que estava em minhas costas ao meio de nós dois.

Fake Girlfriend • Daniel Seavey (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora