• 11 •

345 40 2
                                    

Heather •

Sinto o gelado da parede contra minhas costas quando Seavey me joga na mesma, logo beijos quentes e molhados sobre meu pescoço, enfio meus dedos entre seus fios desbotados e fecho meus olhos sentindo a quentura do momento, logo seus lábios alcançam os meus e retribuo na mesma intensidade.

— Se minha mãe chegar e me ver com o cabelo deste tamanho, ela me mata.– Ouço Zach gritar ao lado de fora e sinto o clima ser cortado.

Começo a gargalhar e Daniel para com o que antes estava fazendo, se afasta e revira seus olhos, encaro seu rosto e ele faz o mesmo com o meu, logo explodimos em risadas.

— Vocês dois estão rindo de mim?– Herron entra sem nem bater na porta.

— Não... Seavey me contou uma piada.– Minto e desencosto da parede.

Estamos no camarim de Daniel, todos os meninos têm um, as portas são lado à lado e saem em uma sala enorme com mais araras de roupa e penteadeiras com diversos instrumentos de estética.

Aqui dentro tem uma paleta de cores alternando entre azul escuro, cinza, branco e preto, com posters de bandas e alguns papeis com rascunhos pregados na parede, uma penteadeira com um espelho gigante, um provador e um sofá redondo e fofo no centro da sala, algumas fotos da família Seavey tampavam o espelho e posso ver como são parecidos e bonitos.

— Então me conta.– O mais novo pede.

— Não sei contar piadas, pede para ele.– Aviso saindo do camarim.

Me sento em uma das cadeiras de frente para uma das penteadeiras e começo a batucar meus dedos, sem muito o que fazer, os meninos estavam tentando estabelecer um visual apropriado para encontrar suas famílias, que chegarão entre hoje e amanhã para conhecerem o novo álbum antecipados e ficarem até o lançamento, eles estão preocupados, a opinião de seus parentes é muito influente na vida deles, ainda mais na de Zach que tem dezesseis ainda.

Daniel e eu estamos melhor do que nunca, depois da nossa conversa sobre tirar uma casquinha de o que já somos obrigados a fazer, decidimos começar a o fazer, então paramos de nos preocupar e agir como namorados neste tempo que devemos, é um namoro sem aquelas burocracias para ter um começo e sem preocupações chatas de um, como se ele me ama, se não pensa em outras, etc. Esses últimos três dias, sexta, sábado e domingo, foram dias em que passamos muito tempo juntos, passei uma noite com os meninos na casa deles, fomos a praia e ficamos á toa em minha casa no outro, sempre achei que quando namorasse e tivesse de passar muito tempo com a pessoa, até porque tenho menos experiência com isso do que parece, meu último e primeiro namoro durou três meses e quase não conseguimos ter intimidade, foi um surto coletivo, eu me sentiria sufocada, entretanto agora não me sinto nem um pouco, talvez por não ser um namoro real.

Hoje, já fomos elogiados novamente por Barbara, que destacou  nossa naturalidade e disse que o público está indo a loucura.

— Heather, quanto tempo.– Ouço a voz animada de Avani e olho para trás por cima de meu ombro esquerdo, sorrio imediatamente assim que vejo seu rosto e me levanto para lhe dar um abraço como cumprimento.

— Avani!– exclamo ainda no meio do contato de afeto.

— Vamos lá, me conte sobre os últimos dias, nem nos vimos.– Pede e se senta na cadeira  ao lado da que eu estava, volto para meu lugar e começamos a conversar sobre coisas aleatórias.

— Heather, amiga da Heather.– Corbyn chama, ambas nos levantamos e viramos nossas cadeiras em sua direção— Se vocês fossem meu pai,– ótima forma de começar— e me vissem com esta roupa, o que diriam?

Fake Girlfriend • Daniel Seavey (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora