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Heather •

— Boa noite, Clarisse e Sofia.– Meu pai às recebe assim, da um abraço de poucos segundos na mãe de Sofia, Clarisse, e aperta a mão da própria.— Entrem!– Pede amigável.

Aperto Seavey com mais força e ele começa a acariciar meu ombro.

— Acho que se lembram das minhas filhas Riley, Hope e Heather. Hoje os namorados de Riley e Heather vão nos acompanhar também. Luka– aponta para o mesmo— e Daniel,– também indica tal com o dedo— são meninos muito bons.– Elogia.

Meu namorado tenta dar um passo para a frente, porém seu corpo não anda pela força em que eu o estava segurando e ao notar, largo ele, lhe dando liberdade para cumprimentar ambas as duas, Luka fez o mesmo, instantes depois tenho a presença do ser mais alto desta sala, que passa até mesmo meu pai em altura, ao meu lado, pegando em minha cintura, onde deixa um carinho que por um segundo me faz esquecer o clima gelado que está noite promete.

Não fui até as duas convidadas porque meu corpo está tremendo, o medo me dominou, sou uma pessoa bem covarde, sendo sincera, mas Clarisse veio até mim e não hesito em lhe oferecer um sorriso acolhedor.

— Heather! como está mudada! faz um bom tempo em que não te vejo mas não passei um dia sequer sem ouvir histórias sobre você, seu pai tem muito a dizer de você, como tem evoluído e realmente, está uma mulher.– Me enaltece.

— Muito obrigada, a senhora também está estonteante. É um prazer revê-la.– Sou sincera quando digo para a mulher de olhos puxados e fios negros, seu rosto é quase idêntico ao da filha, podemos notar de diferente apenas marcas da idade, que não a desfavoreceram, pelo contrário, deixaram sua beleza mais madura.

Assim que ela se vira Seavey sussurra ao pé de meu ouvido:— Ela tentou falar o quão mudada você está, desviando de palavras que insinuem que você cresceu, até porque crescimento parece que não rola com você desde os sete anos de idade.

Minha boca faz um 'o' perfeito e fito seu rosto, vermelho por suas gargalhadas. Belisco seu braço bem forte, ouvindo reclamações em seguida, ele me dá língua e retalho fazendo o mesmo.

— Por essa você não esperava.– Hope se aproxima o suficiente para que apenas nós dois ouvissemos.

— Não mesmo.– concordo melhor humorada do que antes.

Nunca imaginei que a mãe de Sofia seria a namorada secreta de papai, mas confesso que foi até burrice não imaginar. A mãe dela é uma das pessoas mais empaticas que conheço, ela é dócil enquanto sua filha tem um temperamento dificílimo.

Quando mamãe foi embora, ela ajudou muito meu pai, ele já era bastante presente antes da partida dela, mas depois ele não tinha ideia de o que fazer, existiam ensinamentos que ele não sabia como dar, tanto sobre coisas biológicas como menstruação quanto como coisas sociológicas como primeiro relacionamento, enfim, ensinamentos que ele imaginava que minha mãe estaria lá para dar e nesse tempo, ele conheceu Clarisse, em um conselho de classe, eu ainda não conhecia Sofia, só de vista, mas conheci por causa da amizade deles. Clarisse estendeu a mão para lhe auxiliar em todos esses problemas sem se meter no meio de tudo, ela nunca conversou com a gente sobre as mudanças dos nossos corpos, mas ela o ensinou como e até mesmo a pentear nosso cabelo, ela foi uma grande ajuda em um momento de extrema necessidade, por isso que digo ter sido burrice não ter pensado nela quando ele começou a sair românticamente com alguém.

Observo Sofia olhando para mim e aceno para ela, forçando um sorriso, ela acena mas não faz questão de tentar fingir estar feliz.

— Jantar pronto.– Papai grita voltando da cozinha com Clarisse, não vi o momento em que foram mas tudo bem.

Seguimos eles de volta para àquela área e paramos na sala de jantar, enquanto eles continuam andando até a cozinha. Ao ver eles trazendo as tigelas, largo do loiro, que segurava minha mão, apenas para ajudar a levar as coisas.

Assim que as comidas estão sobre a mesa, volto para seu lado e puxo ele para uma cadeira ao lado da minha.

Ao todo são oito lugares, temos as cabeceiras da mesa, cada uma com uma cadeira, e as outras duas faces, cada uma com três cadeiras. As posições são, eu no meio de três cadeiras, Daniel à minha direita, Hope à minha esquerda, Luka na cabeceira próxima à minha gêmea, as outras três cadeiras têm Riley, também próxima a cabeceira de Luka, Sofia, de frente para mim, sua mãe e meu pai na outra cabeceira.

Olho para baixo com medo de erguer a cabeça, Sofia sempre me intimidou, não posso mentir e dizer que não tiveram dias em que eu bati de frente com ela, mas esses foram momentos de alta necessidade, porque meu medo sempre era maior na maioria das causas.

Sinto a mão de Seavey em minha coxa, acariciando tal, um beijo é deixado em minha bochecha pelo mesmo e tenho coragem de olhar para cima, me sirvo assim como todos e sua mão apenas deixa de estar em minha perna para fazer o mesmo mas logo volta.

Papai e Clarisse tentaram nos fazer enturmados, puxar assunto e tentei participar porque não queria estragar isso para meu pai mas no fim a conversa foi mais entre os dois adultos, Luka e Daniel, que riram e fizeram tudo mais humorado, meu namorado e o da minha irmã já estavam melhores amigos ao final de tudo.

Luka é um homem com a idade da minha irmã, vinte e quatro anos, ele tem a pele negra e cabelo cacheado, parando agora para reparar, ele é lindo e seu rosto exala um ar simpático e por mim ele deveria ser um ator, leva muito jeito, e também tem cara de artista, mas ele faz faculdade de administração.

Depois da refeição, assumi junto com minhas irmãs, a responsabilidade de tirar a mesa, lavar e secar os pratos e todos foram para a sala de estar conversar, com exceção de Daniel que mesmo não ajudando ficou lá, tagarelando, minhas irmãs implicaram com ele o tempo inteiro, outras que já viraram suas amigas, minha garganta dói só de pensar no dia em que terei de dizer para Riley que tudo acabou, será desgastante no mínimo, Hope sabe que tudo não é real, menos uma para eu dar a notícia. Minha cabeça voa para outro universo enquanto seco os pratos.

De repente o dia de amanhã, o segundo depois desse, voltou a ser tão importante para mim, fases e fases, vou ficar bem.

— Heather, controla esse seu namorado chato por favor?– Riley pede e volto para aquele ambiente.

— Oi?– pergunto.

— Tudo bem com você?– Seavey pergunta e assinto.

— Sobre o que estão conversando?– pergunto sem tirar a atenção da minha tarefa.

— Até me perdi, seu namorado não fecha a matraca, falou sobre quinze assuntos diferentes em um minuto.– Hope diz tirando algumas louças da lava louças.

— Sou um menino animado.– Se defende o atacado.

— Meninas, parem de tratar ele assim, conversem com ele tadinho. Ele é um menino bom.– Peço brincando.

— Diz isso porque antes nossos ouvidos do que os seus.– Riley comenta o óbvio.

Alguns minutos depois, terminamos e vamos para a sala, me sento no braço de uma das poltronas esperando meu namorado que senta na mesma, apoio meu corpo no seu e seu braço circunda meu corpo novamente, a conversa lá não é muito diferente da que teve na mesa.

Uma hora depois, as duas vão embora mas papai insiste para que os namorados fiquem para dormir, que tipo de pai é este? Luka aceita de primeira, já acostumado a se hospedar na nossa casa, Seavey depois de muito insistir, de meu pai, porque por mim, eu não faço tanta questão, aceita.

Acabamos todos dormindo no meu quarto, estávamos tentando explicar para Luka o porquê de Sofia não gostar mais de mim, ele riu bastante de tudo e depois de muita conversa, todos acabamos dormindo espremidos em minha cama.

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Enfim a linda da Summer na capa, vou tentar lembrar de colocar o Luka na próxima, mas vou deixar o nome do ator por aqui que é o perfeito do Odiseas Georgiadis.

Capítulo mais leve do que poderia ser e menorzinho em comparação aos outro mas é isso.

— Narcisuss🌼

Fake Girlfriend • Daniel Seavey (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora