Fake Girlfriend • Daniel Seavey (REESCREVENDO)

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Heather •

Sinto dedos entrepassando por meus fios loiros, meus olhos ficam cada vez mais pesados mas não consigo desgrudar minha atenção de Liv e Maddie passando em minha televisão para fechar os olhos.

Estou em meu quarto, na minha cama e sendo mais específica ainda, no colo de Seavey, o dono da mão que acaricia meu cabelo, me encontro bem cansada por tudo o que está acontecendo, minha irmã se acidentou e está precisando repousar sua perna durante um tempo, mais uma coisa para eu me preocupar além do colégio e meu contrato com a empresa, não tive chance de conversar com Bárbara e dizer que não precisa mais me pagar para namorar Daniel, então ainda recebo mensagens de lugares e coisas que devo fazer por mídia. Faz uma semana que a enferma voltou para casa e não consigo deixar de me preocupar em ressarcir todas as suas necessidades, mesmo tendo Riley, papai, Clarisse e até Daniel se oferecendo para tal, não consigo, sinto como se as coisas nunca serão bem feitas e como quero se eu não fizer.

Hope e eu não estamos bem como antes, mas não brigamos mais, por mim já estávamos tranquilas, não me importo com como ela me tratou naquele dia, ela estava frustrada por não saber o que havia acontecido com sua perna, também por sua falha pública, ela não está acostumada com coisas que não sejam corretas, perfeitas e ainda acrescentando a volta de Hayley e visita no hospital, a cabeça dela deveria estar um caos e com razão, mas agora seu comportamento está me deixando preocupada, desde aquele dia ela não disse uma palavra e queria eu que fosse apenas para mim, ela não vem falando com ninguém, ela só fica deitada, deixa que façamos como se ela fosse uma boneca, para mudar ela de lugar, dar banho, alimentar, ela não pega no celular, não liga a televisão, passa o dia inteiro olhando para o nada, a psicóloga nos disse que ela está assim por conta do choque.

Ouço um toque de telefone e após um balanço suave, Seavey está parado novamente, provavelmente com o aparelho em mãos.

— Oi.– Atende sussurrando, deve achar que estou dormindo.— Estou bem ocupado, de noite nós vemos isso. Tá bem, vou chamar ela, qualquer coisa aviso.– E encerra a papeação, voltando a ficar calado e fazer cafuné.

— A pessoa deveria ter puxado mais assunto, sua voz me acalma.– Declaro.

Sinto um beijo molhado em minha testa e logo em minha bochecha.

— Corbyn te convidou para passar a noite na nossa casa.– Diz.

— Sabe que eu...– Nem preciso terminar para ele voltar a falar.

— Entendo, sua irmã, mas não acha que está na hora de deixar outro alguém tomar conta dele e cuidar de você? parece que um caminhão passou em cima de ti.– Argumenta.

— Romântico.– Adjetivo.

— Isso não me desencanta, Hea, você é linda de qualquer jeito, mas me preocupa, daqui a pouco você está de cama. Pensa só, isso é o que a Hope gostaria?– Questiona.

— Ela não está morta.

— Não, mas não está sã, logo estará e vou rir quando ela lhe der um esporro sobre cuidados com a saúde.– Tenta trazer humor com sua última oração porque sabe que fico triste sempre que me lembro de como Hope está.

— Aposto que você vai levar também quando ela voltar, por não ter cuidado bem de mim.– Rebato.

— Então vamos consertar isso, para não sermos castigados pela sua irmã.– Sugere.— O que tenho que fazer para você dormir um pouco?

Antes que eu responda, ele me ergue um pouco e com cuidado vai esticando seu corpo e deitando, nos deixando ao final de conchinha, os pelos do meu corpo chegam a se arrepiar ao sentir seu nariz puxando ar bem em cima do meu pescoço e seus braços circundando minha barriga.