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Heather •

Desperto de um sono gostoso e mesmo sentindo que estou acordada, não me sinto hábil para abrir os olhos, mover meu corpo ou levantar, apenas quero continuar aqui, nessa cama macia e quentinha, sentindo o cheiro do amaciante misturado com um perfume adocicado.

Essa... não é minha cama, é?

Me questiono preocupada, espreguiço meu corpo ainda com os olhos fechados, respiro fundo e em um pulo, levanto meu tronco, temendo não conseguir ter essa coragem mais tarde, abro meus olhos e antes de tentar identificar o local em que estou, coço os mesmos, tentando desembaçar eles.

Olho a minha volta e a claridade que vem da janela, mesmo tendo cortina, me permite ver o quarto de Seavey, ouço o barulho do chuveiro e presumo que ele está tomando banho, a porta do banheiro está entreaberta.

Observo meu corpo, vendo suas roupas em mim e fico vermelha, pensando como elas vieram parar aqui, levanto meus braços e sinto um cheiro bom vindo das minhas axilas, nada de cheiro de bebidas ou suor em meu antebraço, eu tomei banho?

O barulho da água caindo do chuveiro para, respiro fundo e começo a sacodir minha perna em ansiedade esperando o dono do quarto sair da casa de banho.

Seu relógio indica que já são duas da tarde, dá para acreditar? eu dormi isso tudo, minha família deve estat preocupada com meu sumiço.

— Ah, você acordou...– ouço sua voz rouca e desvio meu olhar para onde ele está, em frente a porta do cômodo em que estava.

Ele usa apenas um shorts preto, isso deve ser tentação, olhar seu rosto bonito já é uma, mas seu rosto bonito e seu tanquinho bonito é quase que a serpente oferecendo a maçã à Eva.

— Minha irmã deve estar arrancando os cabelos por não saber como e onde estou.– Comento preocupada.

— Eu mandei mensagem para ela quando você estava tomando banho. Seu celular está lá embaixo, coloquei para carregar.– Diz soando super prestativo.

— E-eu... estou. Ahm, eu tomei banho sozinha né?– pergunto preocupada.

— Agora você se preocupa com isso, né?– pergunta divertido.

— O que quer dizer com isso?– respondo com outra pergunta.

— Não lembra de nada de antes de você dormir?– questiona.

— Acho que dizer que não lembro de nada é muito forte.– Declaro arrancando uma risada do mais alto.— Eu acho que podemos classificar minha noite como antes da droga ilícita e depois dela, a depois eu lembro pouca coisa, a antes, eu lembro de tudo.– Explico.

— Justo.– Fala.

Dá de ombros e então vem até a cama em que estou, sua cama, senta ao meu lado e faz uma expressão pensativa.

— Eu estava muito insuportável é... você sabe...– não consigo terminar porque não sei aonde eu estava com a cabeça, usando aquilo.

— Drogada?– completa incerto.

— Isso. Sim. Drogada...– Concordo e foco meu olhar apenas em seu rosto.

— Mas você já não é insuportável sem usar?– pergunta brincando e reviro meus olhos.

— Seavey, não é para tanto, você sabe que me ama!– me defendo sem prestar atenção em minhas palavras.

Um silêncio incômodo se instala no ambiente, consigo ver quando seus olhos desviam de meu rosto e observam algo atrás de mim.

Dobro minhas pernas e apoio minha bochecha no topo, em meus joelhos, sem tirar minha atenção de si.

— Posso dizer que...– coça sua garganta— você estava mais... ousada.– Fala de forma estranha.

Fake Girlfriend • Daniel Seavey (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora