Um Sonho Estranho

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Leah retorna exausta de mais uma patrulha. Já fazia mais de uma semana que estava fugindo do cherokee e isso a estava deixando péssima.

No início, fugia dele com sucesso durante o dia e tinha noites muito agradáveis em seu quarto, que estava repleto do cheiro dele. Ela se deitava na cama e abraçava fortemente o travesseiro sentindo o cheiro embriagante de Lucian, que se fixara ali.

Entretanto, com o passar dos dias, o cheiro do lobo foi desaparecendo de seu travesseiro e de seu quarto, o que acarretou num estranho vazio em seu peito. E ainda tinha os sonhos, os estranhos sonhos que lhe acompanhavam todas as noites, aumentando gravemente a sensação de perda. Apesar de não admitir em voz alta, aquela era uma situação difícil de aguentar, ela queria vê-lo, queria tocar suas mãos, queria cheirá-lo novamente.

― Você é um lobisomem experiente, por que não me encontra? – retruca para si mesma. – Eu não posso vê-lo, mas você pode vir até mim... Por favor, venha até mim...

Seu coração se aperta fortemente, fazendo seus olhos lagrimejarem. Agora ela tinha certeza: estava se apaixonando por Lucian. Podia não ter tido um imprinting por ele e conhecê-lo há pouco tempo, mas ele já se fazia presente em seu coração e ela sentia saudades... Saudades das discussões, saudades do sorriso magnífico, saudades do formigamento e do arrepio que sentia quando ele a tocava, saudades de sua voz, saudades dele.

E como se não bastasse a sua própria agonia, ainda tinha o pobre Seth, que também se sentia péssimo pela decisão dos alfas. O jovem lobo não concordava com a ordem de Jacob, mas suas explicações não tinham sido suficientes para fazer o alfa mudar de ideia. Seth recebeu, em alto e bom som, uma ordem para não revelar nada a Hana e se manter longe de Lucian, para não ter seus pensamentos lidos. Porém, guardar aquele maldito segredo o estava deixando em pedaços, pois sabia não ser certo com Leah e muito menos com Lucian, que sofreria devido ao imprinting.

De certa forma, Leah se sentia culpada pelo estado do irmão caçula. Ela engole o nó que se formava em sua garganta e adormece pensando em Lucian, e, mais uma vez, o estranho sonho se surge para lhe fazer companhia...

Em seus sonhos, ela sempre está sozinha na clareira, completamente sozinha. O sol entra timidamente através das árvores e os pássaros cantam alegremente por entre os galhos, a brisa tocava o seu rosto como se a acariciasse, mas nada disso fazia-a esquecer do fato de estar só.

Uma voz masculina chama seu nome e, ao se virar, encontra seu pai acompanhado de Sam. Eles a chamam para mais perto, contudo, antes que pudesse alcançá-los, suas imagens começam a desaparecer. Leah já esperava por isso, pois acontecia todas as noites... Até aí tudo fazia sentido, a loba sabia que se tratava das grandes perdas de sua vida, o que vinha a seguir era o que a deixava realmente preocupada.

A doce risada de uma criança cobre todo o ambiente, sibilando como sinos e logo a imagem do pequeno menino aparece correndo entre as árvores, parecendo ter aproximadamente seis anos. Seu sorriso gracioso e inocente a hipnotizavam. Quem era ele? Leah não sabia, apenas o achava muito familiar...

O garoto de pele morena e cabelos rebeldes corria de uma árvore a outra. Parecia querer brincar, pois a olhava a todo instante, e, para não desapontá-lo, a loba corre até ele, que trata logo de fugir aos risos.

No princípio, Leah achava esta parte do sonho divertida, as gargalhadas da criança eram contagiantes e brincar com ele a fazia feliz. Entretanto, depois de algumas noites vivenciando aquele mesmo cenário, a quileute parou de se envolver, pois, como em todas as vezes, enquanto brincavam o Sol desaparecia da clareira, deixando uma sinistra névoa em seu lugar.

O menino para repentinamente, estava diante do bando quileute. Ele a olha aterrorizado e corre em sua direção atrás de refúgio, mas a distância entre eles parecia não ter fim, era como se nunca diminuísse. Leah abre os braços incentivando-o a continuar, o medo daquela criança agora a tomava de uma forma doentia, ela tinha que ajudá-lo, tinha que salvá-lo...

LeahOnde histórias criam vida. Descubra agora