Um Dia Sem Ele

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Teria cena pior do que aquela? Ver o amor de sua vida ser levado sem poder fazer nada? Sem ninguém para lhe ajudar? Nem mesmo a tragédia com Sam tinha causado tamanho impacto ao coração Leah, quanto aquele acontecimento: a captura de Lucian.

Os Volturis se afastam gradualmente, até sumirem de vista por completo. Um imenso abismo parecia ser aberto no coração da quileute, que deixa seu corpo cair sobre seus joelhos e as lágrimas fluírem de seus olhos de forma ininterrupta, no início, silenciosas, depois com gemidos, até se tornarem um pranto doloroso.

Sua cabeça borbulhava, seus pulmões pareciam querer parar de puxar ar e seu coração estava apertado, como se quisesse desistir de trabalhar. Sua vontade era a de correr e se atirar do penhasco de La Push, sumir, evaporar... Mas não podia, não podia entrar em desespero, não podia enlouquecer agora, tinha que ser forte pelo seu bebê!

As horas passam lentamente e, quando o Sol finalmente despontava no horizonte, as lágrimas da quileute cintilaram com os seus raios. Leah permanecera imóvel por horas, no mesmo lugar em que se ajoelhara durante a noite, não movendo um músculo.

― Leah, você está bem? – pergunta uma voz masculina. – Leah? – chama novamente.

A loba desperta de seu transe e observa o rosto preocupado de Embry, olhando, em seguida, para o lado onde outrora estava a lobisomem cor de areia. Ela havia retornado à forma humana, mas ainda estava apagada devido aos três dardos de tranquilizantes em suas costas. Seth a pega no colo com cuidado, se perguntando o que havia acontecido.

― Leah, por que não se transformou? – pergunta Jacob preocupado. – Estávamos esperando seu contato, o que aconteceu por aqui?

― Eles o levaram – responde com grande pesar, já sentindo o nó se formar em sua garganta. – Eles levaram o meu Lucian.

― Quem o levou? – pergunta Embry.

― Os Volturis – responde numa voz chorosa. – Eles tinham tudo planejado, o pegaram enquanto estava sozinho, tinham correntes e dardos tranquilizantes. – Chora novamente. – O prenderam e o arrastaram como um animal.

Os quileutes se entreolham por alguns instantes, observando a loba com olhos aflitos. Eles sabiam que a dor de perder um imprinting era enorme e não sabiam o que fazer ou dizer, porque tudo parecia ser errado ou inconveniente naquele momento...

― O que está fazendo? – pergunta Paul, ao ver Embry se agachar ao lado da loba.

― Vou levá-la para casa, ela está grávida e não pode ficar aqui para sempre!

O rapaz estende os braços para apanhá-la no colo, mas ela o rejeita e se levanta sozinha, ignorando os joelhos doloridos.

― Quer que eu a acompanhe? – oferece Embry.

― Não... Quero ficar sozinha!

Leah caminha pela floresta solitária, tentando imaginar como sobreviveria sem ele. Ela olha ao redor e logo reconhece a rota para a campina, onde o levara em seu segundo encontro. Não tinha como fugir, tudo a lembrava dele...

As flores a lembravam do episódio em que ele colocou uma delas atrás de sua orelha, e a terra a lembrava da primeira vez que ele a viu em sua forma lupina, logo depois de conhecer os Cullens...

A reserva logo aparece na visão de Leah e, com ela, mais lembranças. A hospedaria lhe lembrava o primeiro beijo estalado que ele lhe dera no rosto, deixando-a encabulada. Também a lembrava de sua primeira noite de amor e de como ele a fizera se sentir a mulher mais incrível e linda do mundo.

Leah não conseguia permanecer ali, aquelas lembranças geravam saudades e ela não conseguia suportar aquele sentimento sem chorar. Ela corre em direção à praia, mas para o desespero de seu coração, ali estavam mais e mais lembranças: o dia em que ele a beijou no pescoço deixando suas pernas moles como geleia, o píer onde ele trabalhava sem camisa e deixava as garotas babando e à noite em que o imprinting aconteceu.

LeahOnde histórias criam vida. Descubra agora