De Volta ao Lar

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Eram sete horas da manhã, quando Leah despertou de seu sono e pousou suas mãos na enorme barriga, cujo tamanho beirava aos nove meses de uma gestação normal. Passara-se muito tempo desde a captura de Lucian, muitas notícias agradáveis surgiram sobre o bebê, dando-lhe forças para aguentar toda aquela situação: o seu sexo; seu estado de saúde; seus chutes; os sustos que Seth teimava em dar na loba, somente para ver o bebê se remexer; o quanto ele cresceu em tão pouco tempo...

Realmente eram muitas novidades e, mesmo que Lucian estivesse sendo privado de todas elas, a quileute fazia uma nota mental sobre cada uma delas, guardando-as na memória, para que, quando ele retornasse, pudesse assistir a todas elas como se estivesse presente.

O bebê se mexe debaixo de suas mãos, fazendo-a despertar de seus devaneios e finalmente se levantar. Leah abre a janela do quarto para observar o tempo, não havia nuvens no céu e o dia prometia ser bastante agradável, e, como sempre fazia pelas manhãs, ela toma seu café e caminha até a fronteira – acompanhada do irmão –, sentando-se debaixo de uma árvore como de costume, onde ficaria o máximo que seu corpo aguentasse.

Há quanto tempo ela o aguardava mesmo? Leah já havia deixado de contar os dias. O bando quileute já havia perdido a fé, depois de tanto tempo; Sue e Seth se esforçavam para continuar a acreditar na volta de Lucian, mas era realmente difícil manter aquele fio de esperança intacto... Somente Hana e Leah tinha fé em seu retorno, e aguardavam ansiosas pelo tão esperado dia.

Seth permanecia em forma de lobo e cutucava a barriga da irmã com seu focinho gelado, somente pelo prazer de ver e sentir o bebê se remexer.

― Você é realmente um tio muito chato!

O lobo geme de forma divertida, achando graça em tudo aquilo; ele realmente estava adorando a ideia de ter um sobrinho.

Leah fica a observar o fim da clareira por alguns instantes e logo cai no sono. Não era nada fácil caminhar uma longa distância carregando um peso extra, sem contar na diminuição de suas habilidades e reflexos, que estavam todos sendo transmitidos para o filhote de lobo. Segundo Carlisle, o bebê estava realmente grande e por isso sugava suas energias de forma intensa, a teoria do vampiro era de que o acontecimento estava ligado ao fato de ser o filho de um alfa.

A quileute dormia tranquilamente, quando um ganido baixo ressoa como um eco em seu sonho, fazendo-a despertar. Ela olha para o lado, impaciente. Por que Seth não parava quieto? Por que parecia sapatear sem sair do lugar? Aquilo já estava a irritando...

Olha! Olha! Olha! Olha! – grita ele, tentando alertá-la.

― Seth, por favor, o bebê me deixa cansada e você sabe disso, por que não me deixa dormir?

Um rosnado impaciente salta dos lábios do lobo, que tentava a todo custo fazê-la olhar para frente. Leah não estava entendendo nada e, revirando os olhos, vira a cabeça para frente...

― Não pode ser – comenta confusa –, será isso mesmo?

A loba não conseguia acreditar no que via, estava esperando há tanto tempo para ver aquela cena, que quando ela finalmente acontece, nem sequer parecia real. Leah se levanta com dificuldade e esfrega os olhos com força, mas quando os abre, continua a enxergar a mesma cena: o lobisomem negro parado no meio da campina, olhando ao redor e parecendo desorientado.

― Ele voltou pra mim – fala de repente, já sentindo as lágrimas se formarem no canto de seus olhos.

Leah caminha a passos rápidos em direção a ele, não podia correr, mas seguia o mais rápido que conseguia. E quando estava próxima o suficiente, grita o seu nome, recebendo um rosnado em troca. Ela chama novamente, porém, outro rosnado se segue.

LeahOnde histórias criam vida. Descubra agora