Gehena Falmos: Elateridae

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A neve e o gelo se enfureciam mais, a cidade congelava numa velocidade maior que a anterior , seus planos continuavam a funcionar. Caso alguém não impedisse a causa do fenômeno, a possibilidade da cidade ser destruída pela tempestade também não podia ser descartada. Eles eram em quatro armando o cerco, dois à minha frente e os outros por detrás, esperando pelo momento único. Era a decisão mais inteligente caso ninguém quisesse terminar como o quinto membro do esquadrão, não podia baixar minha guarda também, sabendo que todos eram Vilders e que, até onde sabia, poderia esperar qualquer poder maluca saindo daquelas espadas.

O relâmpago que irrompeu dos céus, acertou um dos postes, seu cristal caía com um som de vidro quebrando e emitia o clarão, o sinal do início do fim daquilo. O líder deles aparecia acima de mim, parecia ter usado o som do raio para esconder seu passo instantâneo, mal tendo tempo de me impulsionar para trás, a clava se enterrava no chão, e terra e pedras à frente dele saltaram, abrindo um caminho na minha direção. Fazendo algumas acrobacias, recuava pare a parte de trás do carro e me segurava a ele, no entanto a onda de choque o arremessava também. Um dos homens arraia segurou sua adaga com as duas mãos, dentre todos, a espada dele foi a que ficou menor após a transformação, ele movimentos os braços num golpe que vinha em minha direção. Logo em seguida, uma massa de ar terminava de destruir o carro, as verduras começaram a voar em todas as direções, o vento começou a cortar também meus braços e o rosto, apesar de superficialmente, ao que parece o carro levara a pior parte por mim, destarte, outros escombros me acertavam ali também. Precisei improvisar uma plataforma com chi em uma madeira, o ar dele já estava fraco, me apoiei com os pés na plataforma e arremessei uma das tábuas de madeira na sua direção, saltando para a mesma direção em seguida. Como já era de se esperar, o seu chi começou a se esgotar e ele não era mais capaz de cortar a madeira, aproveitando daquela oportunidade, usei o peso da queda e pus os dois pés sobre a tábua que o acertava na cabeça, assim  a força se espalhava pela cabeça dele inteira e o levava ao chão. Foi sorte ele não saber ou não ter se lembrado de usar o passo instantâneo.

O chicote se enrolou na perna esquerda de Gehena no mesmo momento em que a voz do outro homem arraia a alertava.

-Acabou sua sorte, garota !

Sua arma virava água, ele a puxava e me arrastava pela calçada, depois a rua, as pedras ásperas que ralavam a minha pele aos poucos, em seguida ele me jogava num dos postes e as minhas costas acertavam a base. O ar saiu de meus pulmões. Aquela foi outra chance para virar o jogo, concentrei o chi nas minhas pernas de novo e enrolei o chicote no calcanhar, depois o puxava.

-Amaldiçoe a praticidade da sua arma.

Me apoiando num dos joelhos, contraí os dedos da direita e acertava o punho cintilante no peito dele, a força e a energia fluíam por aquele corpo estranho, impregnando sua forma, rasgando os ossos sem ferir a parte exterior.

Agora haviam dois a menos.

Sentia o chi já próximo demais, sendo sincera, o meu corpo inteiro gritou em perigo o sentindo, o kopesh em chamas atravessava o corpo  á minha frente e me feria no peito, pouco antes de recuar. A ferida que me causava era aberta, e cauterizava no mesmo instante, meu sangue fora poupado, mas a dor que causou me deixou na beira de começar a chorar.

-Gente perceptiva igual a você é a mais difícil de lidar -Ele comentou- Você disse que vem do Templo Vagalume ?

-Prefiro não responder quem desconsidera os aliados desse jeito

Tentei me concentrar na estabilidade da minha energia espiritual, depois daquele golpe, as coisas começaram a fluir de maneira desorganizada.

As chamas em sua lâmina me traziam más recordações, decidia ignorar aquilo pelo momento. Dos quatro, aquele era o mais problemático de se lidar também, se me ferisse demais com ele, poderia entrar em choque com a temperatura baixa e o meu corpo combatendo a infecção. 

O Conto dos Exilados:Reflexos de uma utopia opacaOnde histórias criam vida. Descubra agora