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a t é    o    f i m    d e    n o s s o s    d i a s

"Ralé! Escória! Filhos da sordidez e da maldade! Mestiços, mutantes, monstros, sumam deste lugar! Como se atrevem a macular a casa dos meus antepassados..."

"Tonks!" Resmungou Draco para sua prima, que havia acabado de despertar Walburga Black sem querer. "Sério?"

"Desculpe, foi sem querer." Murmurou a menina. Remus e a Sra. Weasley correram para tentar fechar a cortina que ocultava a velha, mas não conseguiam e ela guinchava com mais vontade, brandindo as mãos em garras como se quisesse estraçalhar os rostos deles.

A Sra. Weasley desistiu das tentativas para fechar as cortinas e corria de uma ponta a outra do corredor com a varinha em punho, lançando um Feitiço Estuporante em cada quadro; um homem de longos cabelos negros saiu com violência de uma porta defronte a Draco.

"Cale a boca, sua bruxa horrorosa, CALE A BOCA!" Berrou Sirius, agarrando a cortina que a Sra. Weasley abandonara. A velha empalideceu.

"Vocêêêêêê!" Urrou ela, os olhos saltando das órbitas ao ver o homem. "Traidor do próprio sangue, abominação, vergonha da minha carne!"

"Eu... mandei... calar... a... BOCA!" Rugiu o homem, e, com um estupendo esforço, ele e Lupin conseguiram fazer as cortinas fecharem. Os guinchos da velha morreram e sobreveio um silêncio ressonante.

Um pouco ofegante e afastando dos olhos os longos cabelos negros, o padrinho de Harry, Sirius, voltou-se para olhá-lo. Um sorriso apareceu em seu rosto previamente emburrado e ele se aproximou.

"Bem, nada como minha mãe para quebrar o gelo." Disse, e abraçou o menino. "Olá, Harry. Senti sua falta, garoto."

"Senti sua falta também. Ainda não entendo porque escolheu morar aqui." Murmurou Harry, retribuindo o abraço de seus padrinhos ao envolver os braços ao redor do homem. "Esse lugar é meio depressivo e nunca conseguimos tirar o quadro de Walburga da parede."

"Tenho memórias horríveis nesse lugar." Retrucou Sirius ao se afastar. "Seria bom fazer umas boas para variar. Vamos, estou faminto."

Ele guiou os meninos até a cozinha. Muitas cadeiras tinham sido amontoadas no aposento para a reunião e no meio havia uma longa mesa de madeira, coalhada de rolos de pergaminho, cálices, garrafas de vinho vazias e algo que parecia uma pilha de trapos. O Sr. Weasley e seu filho mais velho, Bill, estavam conversando em voz baixa com as cabeças juntas a uma ponta da mesa. Narcissa estava de pé conversando com Tonks, Gemma e Remus.

A Sra. Weasley pigarreou. O marido, um homem magro, óculos com aros de tartaruga e cabelos ruivos que começavam a ralear, olhou para os lados e imediatamente se levantou.

"Harry!" Exclamou o Sr. Weasley, apressando-se a cumprimentar o garoto, cujas mãos apertou com força. "Que bom ver você."

Draco viu Bill, que ainda usava cabelos longos presos em um rabo de cavalo, enrolar as folhas de pergaminho deixadas sobre a mesa.

"Boa viagem, Harry?" Perguntou Bill, tentando recolher doze pergaminhos de uma só vez. "Então Olho-Tonto não obrigou vocês a passar pela Groenlândia?"

"Ele bem que tentou." Respondeu Tonks, se aproximando para ajudar Bill, e, logo em seguida, virando uma vela em cima do último rolo. Gemma escondeu um sorriso divertido com sua namorada. "Ah não... me desculpe..."

"Aqui, querido." Disse a Sra. Weasley, exasperada, consertando o pergaminho com um aceno da varinha. No lampejo de luz produzido pelo feitiço, Draco vislumbrou algo que parecia a planta de uma construção. A Sra. Weasley o viu olhar. Recolheu com violência a planta da mesa e meteu-a nos braços sobrecarregados de Bill.

Draco Black e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora