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a l é m    d o    v é u

"Pai?" Draco sussurrou. Vultos escuros surgiam de todos os lados, bloqueando o caminho dos garotos à esquerda e à direita; olhos brilhavam nas fendas dos capuzes, uma dúzia de pontas de varinhas acesas apontavam diretamente para seus corações. Ginny soltou uma exclamação de horror.

"Draco." Disse a voz arrastada de Lucius Malfoy. "Vejo que ainda está andando com esses traidores de sangue. Achei que poderia ter acordado no tempo em que nos separamos, mas parece que ainda está com suas ideias fantasiosas de justiça."

"Vai se foder e me poupe o discurso parental de decepção." Rosnou o loiro, irritado. Seu coração batia acelerado em seu peito, e ele estava tão nervoso que temia que suas mãos estivessem tremendo, mas se manteve firme.

"Dê isso a mim, Potter." Disse Lucius a Harry, estendendo a mão. Draco puxou seu namorado para perto de si em um gesto protetor. "A mim." Repetiu Malfoy ainda uma vez.

"Onde está Sirius?" Perguntou Harry. Vários Comensais da Morte riram; uma voz estridente de mulher, no meio das figuras sombrias à esquerda de Harry, disse triunfante:

"O Lorde das Trevas sempre tem razão!"

"Sempre." Repetiu Malfoy suavemente. Draco podia quase ouvir a alienação na voz de seu pai. Era nojento. "Agora, me dê a profecia, Potter."

"Eu quero saber onde está o Sirius!"

"Eu quero saber onde está o Sirius!" Imitou a mulher à esquerda. Ela e seus companheiros Comensais tinham se aproximado, e estavam a pouco mais de um metro de Draco e dos outros, a luz de suas varinhas cegava os olhos do garoto.

"Vocês o pegaram." Disse Harry, ignorando o pânico que crescia em seu peito, o pavor com que vinha lutando desde que haviam entrado no corredor noventa e sete. "Ele está aqui. Eu sei que está."

"O bebezinho acordou com medo e pensou que seu sonho era realidade." Disse a mulher numa horrível imitação de voz de bebê. "Não faça nada." Murmurou Harry. Draco sabia que ele sentiu a ansiedade de seus amigos. "Ainda não..."

A mulher que o imitara soltou uma gargalhada rouca. "Vocês o ouviram? Vocês o ouviram? Dando instruções às outras crianças como se pensasse em nos enfrentar!"

"Ele enfrentou Você-Sabe-Quem e viveu para contar a história." Rosnou Blaise. A mulher - cujo capuz escorregou e Draco a reconheceu como Bellatrix com uma sensação horrível em seu estômago - o olhou irritada, mas Lucius permaneceu focado.

"Ele tem um grande fraco por heroísmos: o Lorde das Trevas conhece essa mania dele. Agora me entregue a profecia, Potter."

"Eu sei que Sirius está aqui." Disse Harry, embora Draco pudesse dizer que isso não era mais verdade. O menino sabia que havia se equivocado. "Eu sei que vocês o pegaram!"

Os Comensais da Morte riram, embora a mulher risse mais alto que todos. "Já está na hora de você aprender a diferença entre vida e sonho, Potter." Disse Malfoy. "Agora me entregue a profecia, ou vamos começar a usar as varinhas."

"Use, então." Disse Harry, erguendo a própria varinha à altura do peito. Ao fazer isso, as varinhas de Draco, Blaise, Pansy, Ron, Hermione, Neville, Ginny e Luna se ergueram a cada lado dele. Mas os Comensais da Morte não atacaram.

"Entregue a profecia e ninguém precisará se machucar." Disse Malfoy tranquilamente.

Um plano se formou na mente de Draco. Com sua mão livre, ele pegou a profecia da mão de Harry. Os olhos de seu pai e de todos os outros Comensais se viraram para ele imediatamente. O menino sorriu, como se seu estômago não se revirasse, com a arrogância típica dos Malfoy que ainda corria em seu sangue.

Draco Black e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora