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N ã o    d e v o    c o n t a r    m e n t i r a s

Snape ficou vívido. Os dois meninos levaram um sermão que durou pelo menos uma hora, onde o professor gritou mais ou menos as mesmas coisas que Draco havia dito para Harry no corredor. Sim, ele sabia que eles estavam dizendo a verdade. Sim, ele também sabia que Umbridge era uma vaca - tudo bem, ele não disse dessa forma, mas foi quase isso - e sim, eu sei que Voldemort é uma ameaça. Mas gritar com a professora não vai ajudar em nada, e eles estavam agindo como "tolos grifinórios".

Harry sabia que ele estava certo, não poderia mais perder seu temperamento daquela forma. Quando Snape finalmente se acalmou, ele pediu a Draco um relato detalhado de tudo que aconteceu, e quando o menino obedeceu, Harry pode jurar que viu diversão nos olhos do professor diante das respostas dadas aos argumentos falhos e furados de Umbridge.

Eles teriam uma deteção toda noite da semana, os dois. Harry estava horrorizado diante da ideia do que Umbridge teria preparado para eles. Ele até mesmo achava o conceito de ouvir os sermões de Snape mais atraente. Essa era a única coisa que Harry conseguia pensar, o quão irritante seria seu tempo com a mulher.

Draco, porém, tinha outras preocupações mais urgentes. Com a destruição de seu caderno no ano passado por Terry Boot, ele não tinha como saber do que Dolores Umbridge era capaz. Seus instintos gritavam que a mulher era perigosa, e ele aprendeu desde pequeno que sempre teve bons instintos. Ele não estava preocupado com o tédio e a irritação em seu tempo com ela, e sim das situações que a professora iria lhes sujeitar.

Esses pensamentos consomem sua mente durante o resto do dia. Ele estava tão envolvido em suas preocupações, que esqueceu sobre algo incrivelmente importante pendurado ao redor de seu pescoço. Pelo menos até Daphne mencionar.

Draco e seus amigos haviam sentado na mesa da sonserina há apenas alguns minutos quando o colar atraiu o olhar da menina.

"Draco?" Ela chamou. Blaise, Pansy e Harry estavam envolvidos em sua própria discussão, sem prestar atenção nele ou Daph. O loiro a encara. "O que é esse cordão? Acho lindo, e fica mudando de cor. Você tem há um tempo, certo?"

"Ah..." Draco abaixa a cabeça e olha para o pingente contra a altura de seu peito. A pedra central brilhava azul, verde e roxo. "Foi um presente de aniversário. As cores correspondem a sentimentos." Explicou. Ele não lhe ofereceu mais que isso. Não queria que ela soubesse que havia sido um presente de Harry. Parecia ser... pessoal demais.

"É lindo." Comentou, mas logo alguém chama sua atenção e Daphne esquece do colar.

Draco não conseguia tirar os olhos do azul. Era lindo, em um tom mais escuro e levemente brilhante, como o céu logo após o pôr-do-sol. Ele instantaneamente foi consumido pela vontade de saber o que significava. Sabia que tinha livros sobre a magia das cores na biblioteca, e Draco estava curioso demais para deixar para outra hora.

Murmurando uma desculpa sobre um dever que esqueceu de fazer para seus amigos, Draco tomou o último gole de seu suco e levantou de sua cadeira, cruzando o Salão Principal e saindo entre as grandes portas.

A biblioteca estava quase vazia naquela hora, com exceção de dois ou três alunos de cada casa. Draco buscou a seção que procurava, e começou sua pesquisa, pegando um livro grande e pesado na estante. Folheando as páginas, ele buscou pelas cores, passando por diversos tons de diferentes cores.

"Bingo." Sussurrou ao ver a categoria azul na sua frente. Seu sorrisinho satisfeito logo morreu, porém, quando seus olhos avistaram o significado do tom. Draco arregalou os olhos.

Não podia ser... podia?

"Puta merda."

* * *

Draco Black e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora