Last Nite

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Nos separei e encarei surpresa o garoto que ainda estava com a mão na minha cintura. Alex corou e deu uma risadinha pelo nariz, debochado
-desculpa, foi completamente por impulso-
-você não devia ter feito isso- falei sem desviar os olhos e seu rosto ficou ainda mais vermelho, o vocalista passou a mão pela nuca, sua expressão havia fechado
-eu sei, mas você ficou muito perto e eu não consegui...- juntei novamente nossos lábios e começamos um beijo mais longo, passei a mão pelo seu cabelo e ele sorriu me pressionando sobre o carro, o que eu estava fazendo?

Nos separei quando ouvi um carro estacionando, meu coração batia muito rápido enquanto Alex olhava calmamente ao redor
-é o Gary-
-ele não pode nos ver- disse e o puxei pela mão, entramos rápido na casa e fomos para o quarto do Matt, os garotos ainda dormiam no quarto ao lado
-deixei o colchão lá fora- Alex falou passando a mão na nuca e eu me segurei para não rir apontando para a cama do baterista
-eu vou pegar, espera aí-
-eu vou com você-
-não, mané, finge que tá dormindo ou sei lá- respondi virando as costas, Turner me puxou pela mão e me beijou novamente, tentei me afastar mas foi completamente em vão, eu não conseguia resistir a ele e nem queria
-M? Alex?- prendi minha respiração por causa do susto, Alex riu tapando a boca para evitar o barulho
-vamos dar a volta e sair pela cozinha- concordei com a cabeça e indiquei para que ele fosse na frente. Quando entramos no carro do Jamie, caímos na gargalhada, parecia que tínhamos roubado um banco mas era apenas o Gary
-onde vamos?- perguntei ao garoto assim que me entregou a caixa do colchão inflável e sentou atrás da direção
-quero te mostrar uma coisa- Turner deu partida no carro, liguei o som em uma rádio qualquer que tocava uma música desconhecida, o vocalista batucou avulsamente enquanto subíamos uma ladeira enorme que parecia não ter fim.

Depois de muitas curvas chegamos a um campo aberto com alguns carros parados e um bar bem rústico todo de madeira. Alex continuou adiante e parou o carro quando tínhamos nos afastado, quase não dava para ver o bar de onde estávamos
-chegamos, vem- Turner pegou a caixa e eu saí olhando ao redor, o céu estava cheio de estrelas, que vista era aquela? Não podia ser real, devo estar sonhando
-é lindo, não é?- o vocalista falou andando para o meio do campo, onde as árvores não cobriam o céu, e começou a tirar o colchão da caixa que se encheu assim que o garoto puxou a cordinha. Alex sentou e bateu ao seu lado para que eu fizesse o mesmo, assenti para sair do transe em que estava
-como conheceu esse lugar?- perguntei encarando o vocalista que olhava o céu, seus olhos brilhavam
-quando você foi embora eu dirigi sozinho por muito tempo, sem saber para onde estava indo, e cheguei naquele bar- o garoto apontou por cima do ombro
-enchi a cara e pedi para o Matt me buscar, depois disso voltei algumas vezes e um dia encontrei esse lugar- concordei abrindo um sorriso, era um bom lugar, eu também tinha um lugar especial para pensar no Brasil
-por que me trouxe aqui?-
-eu sempre te imaginei aqui comigo- sorri e bati meu braço no seu, ficamos em silêncio por um tempo, não estava frio e não havia nenhum barulho ao redor, fazia muito tempo que eu não me sentia tão em paz
-M...- voltei minha atenção para o seu rosto que parecia sério iluminado apenas pela luz da lua
-oi-
-na praia eu... não quis ficar em silêncio mas eu... queria que fosse feliz e pensei que com o Aaron... digo, funcionou, não é?- o beijei novamente, não acho que seria capaz de explicar com palavras o quanto eu o amava e o quanto isso me assustava.

Alex me deitou no colchão sem quebrar o beijo e colocou a mão gelada por dentro da minha blusa, tremi ao seu toque, por que ele tinha tanto poder sobre mim? Puxei a camisa do vocalista que saiu com facilidade e encarei a corrente que eu havia dado de aniversário, não achei que ele continuasse usando
-o que foi? Isso?- Turner tocou na corrente com o polegar e eu assenti, meu rosto estava quente
-pensei que não usasse- falei tímida arrancando um sorrisinho do garoto, que apertou o pingente com carinho
-eu não tirei uma nenhuma vez, era a única coisa que o Aaron não podia roubar de mim-
-ele não roubou nada de você- falei virando o rosto, eu estava envergonhada de ser tão fraca, de deixar esse sentimento me dominar. Alex sorriu e iluminou todo o local, talvez todo o mundo, não pude deixar de sorrir junto e continuamos sorrindo durante toda a noite, eu sentia meu corpo explodir com qualquer coisa que ele fazia. Acordei no outro dia tateando pelo Alex que já não estava mais na cama, foi tudo um sonho? Levantei rápido, assustada, e ele ergueu os olhos com o susto
-ei, bom dia, recolhi sua roupa pra você- Turner entregou minha roupa dobrada e eu assenti, corando
-pode virar pra lá?- apontei na direção oposta, Alex assentiu virando de costas e acendendo uma cigarro. Vesti minhas roupas o mais rápido possível, aquilo havia sido uma loucura, estávamos no meio do nada
-acabou?- concordei sentando mais perto do garoto que havia arranjado duas cadeiras, daquelas dobráveis, do nada. Continuamos em silêncio, Alex fumava tranquilo, parecia feliz e era tudo o que importava para mim.

Peguei sua mão que estava sobre a coxa e ele sorriu, meu coração começou a bater mais rápido, como ele fazia isso? Como um flash eu voltei a realidade, abri e fechei a boca várias vezes, não acredito que deixei isso acontecer
-Alex, deveríamos ter ido ao aeroporto- Turner levantou em um pulo e começou a secar o colchão, o ajudei da melhor maneira que pude e carreguei as cadeiras para perto do carro. Chegamos ao aeroporto, eu não fazia ideia de quanto tempo havia levado mas pareceram anos, corremos juntos em direção ao portão de embarque e encontramos os outros membros do Arctic Monkeys rindo e conversando
-onde eles tão?- perguntei respirando pesadamente
-embarcaram faz um tempo- levei a mão à cabeça, não acredito que não havia me despedido. Alex colocou a mão no meu ombro e eu coloquei a minha por cima, virando para sorrir para ele. Os nossos amigos nos encaravam com uma cara estranha, devia ser confuso tudo aquilo e realmente era, até para mim
-onde vocês estavam?- Matt perguntou erguendo uma das sobrancelhas
-Gary disse que não dormiram em casa- Nick completou também erguendo a sobrancelha, encarei o vocalista que corava muito, meu celular tocou, respirei aliviada tirando o do bolso do casaco. Bejamin disse que eu precisava voltar, aparentemente era algo muito importante e mesmo se não fosse eu precisava fugir dessas perguntas estranhas e ele havia salvado a minha vida.

Cheguei em casa e todos me encararam com ansiedade, fechei a porta lentamente sentindo meu coração acelerado, o que havia acontecido?
-como foi a viagem? Chegaram a muito tempo?- eles continuaram parados e Harry levantou um envelope branco com o símbolo da Universidade de Londres gravado, arregalei os olhos, não era para ter chegado tão cedo, nem me preparei emocionalmente para o resultado. Andei até eles e segurei a carta com força, meu futuro estava naquele pedaço de papel e eu temia que o resultado não fosse positivo. Abri o envelope com as mãos trêmulas, li a carta e senti um enorme peso nas costas, eu sabia que seria difícil passar mas ver o resultado negativo apertou o meu coração, será que eu teria que ir embora novamente? Não podia voltar para o Brasil.

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E aí,
não dou um capítulo de tranquilidade pra vocês né? O que acham que vai rolar? Contem as teoriassss, vocês quase sempre acertam. Postei mais cedo esse capítulo porque sabia que vocês estavam ansiosas, curtam e comentem muito. xx

Stop making the eyes at meOnde histórias criam vida. Descubra agora