Ma blue coat

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O dia passou de forma rápida e pensar que eu iria encontrar o Alex em poucas horas me deixava nervosa, devia agir normalmente? Devia tocar no assunto? Droga, não sei o que fazer, e se ele ficasse esquisito comigo? Nossas interações estavam menos estranhas agora, não queria voltar a estaca zero.
Caminhei devagar para o Dirty Dicks sentindo o meu estômago embrulhando
-olha só quem chegou- Matt disse alto fazendo todos voltarem sua atenção para mim, os garotos estavam sentados em um banco perto da entrada. Por algum motivo estavam rindo muito
-o que tá acontecendo?- perguntei sentado perto do Nick
-aquelas garotas do Rex conhecem um cara influente- Jamie começou a dizer
-ele tem um estúdio- Matt disse cortando o guitarrista que olhou feio
-elas vão levar esse cara para nos ver no fim de semana-
-nossa, que incrível- falei animada com a ideia, eles realmente mereciam esse reconhecimento
-tá falando com a futura banda mais famosa do mundo, como se sente?- Nick perguntou fingindo fazer um microfone com a mão
-muito honrada de ter visto a trajetória de varrer chão e limpar as mesas-
-não vai falar essas coisas quando forem te entrevistar, M- o guitarrista disse arrumando a roupa de forma exagerada, continuamos conversando e rindo até Joe vim nos chamar para estudar, todos abraçaram o gerente que retribuiu surpreso
-agora vão estudar se não esqueçam as horas extras- o homem tentou manter sua pose de chefe mas com um sorrisinho no canto do rosto
Depois do estudo começamos a limpar as mesas, Alex se aproximou e pegou o alcool que eu estava usando. Vestia meu casaco azul e sorria daquele jeito debochado de sempre
-oi, M-
-oi, Turner- respondi esperando que ele desse continuidade a conversa mas o vocalista apenas permaneceu limpado a mesa em silêncio
-Alex... eu- o garoto me encarou com aqueles malditos olhos castanhos
-não faz essa cara, eu nem sei direito o que falar- disse olhando para baixo e mordendo o lábio
-você gostou?- ele perguntou dando um sorrisinho
-muito- respondi sincera
- mesmo depois de o Jamie escrever aquelas coisas?-
-ficaram boas também, eu consigo imaginar perfeitamente a performance-
-espero não decepcionar- ia falar o quão impossível era isso mas Dave chegou e limpou a garganta de forma alta
-sem querer atrapalhar, casal, mas o Joe tá chamando- nos encaramos e depois concordamos, não sei por que sentia uma sensação tão estranha. Paramos perto da porta do escritório do Joe, no pequeno corredor que ligava à cozinha
-tá nervosa?- Turner perguntou assim que encostamos na parede
-um pouco, tô com uma sensação estranha- o garoto estendeu a mão e eu vacilei um pouco antes de pegar, ficamos de mãos dadas em silêncio por algum tempo até que um homem com roupa social saiu da sala pisando forte
-entrem, meninos- Joe disse aparecendo na porta, seu semblante de preocupação era evidente. Ocupei uma das cadeiras em frente a sua mesa, todo aquele silêncio parecia um peso sobre as minhas costas, Alex pegou minha mão novamente
-a conta final não bateu- o gerente disse sem nos encarar
-como assim?- perguntei
-mais de 3 mil euros sumiram- o homem disse passando a mão nervosamente pela cabeça.

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