Not good with words

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Levantei da cama e fui até minha mesa de estudos, peguei um caderninho que usava para fazer minha agenda e uma caneta esferográfica preta. Alex anotou algumas coisas e depois passou um tempo batendo o lápis rapidamente no papel
-não quero te interromper mas o que foi?-
-tive uma ideia pra música, mas pode dormir, talvez demore um pouco- concordei e voltei a ocupar o lugar que estava antes, fiquei observando o vocalista escrever e riscar coisas no papel por bastante tempo, podia passar horas observando sua carinha de concentração mas meus olhos começaram a pesar. Acordei algum tempo depois quando senti a cama se mexer, Alex deitou sua cabeça no travesseiro e puxou a coberta sobre seu corpo
-eu te acordei? desculpa-
-eu que tenho o sono leve- falei coçando um dos meus olhos
-eu... acho que fiz uma música, não tá 100% por que não tenho violão nem nada mas...-
-como você faz músicas tão rápido?- perguntei apoiando minha cabeça na mão, a fim de olhar melhor para o garoto
-eu sempre escrevi muito mas admito que estava com um bloqueio absurdo antes de você aparecer- mordi o lábio inferior tentando ao máximo esconder minha timidez. Essas reações do meu corpo eram muito chocantes para mim, eu sempre fui uma pessoa confiante quando se tratava de garotos mas desde que o vi pela primeira vez sinto essa sensação de borboletas no estômago e rubor
-eu não sei o que dizer, de novo- falei fustrada e o vocalista riu
-eu to começando a conseguir desvendar suas expressões-
-não tá mesmo, sou misteriosa- disse fazendo minha melhor cara de má, Alex pegou uma mecha do meu cabelo que caia sobre o rosto e colocou atrás da minha orelha
-por exemplo, agora você tá vermelha e isso acontece quando eu chego muito perto ou digo algo que te deixe sem graça-
-você pode parar de me analisar, Freud?- Turner sorriu
-a gente não sabe se expressar com palavras direito- ele concluiu e eu assenti
-por isso está aprendendo a ler minhas expressões?-
-exato e para você saber o que eu sinto faço músicas, apesar de não ser bom em músicas de amor-
-você tem um estilo próprio, suas músicas são muito boas-
-o hype não me dá esse valor- dei um sorrisinho de lado
-eu não acredito no hype- falei arrancando uma risada do garoto, ele me encarou com aqueles olhos castanhos
-M?- o vocalista falou depois de algum tempo em silêncio
-oi?-
-eu... acho que nunca senti isso por outra pessoa- meu corpo inteiro esquentou, as borboletas na minha barriga se agitaram loucamente
-o que quer dizer?- perguntei como uma idiota e ele soltou o ar pelo nariz com um sorrisinho
-eu sou um tolo por você-

Stop making the eyes at meOnde histórias criam vida. Descubra agora