CAPÍTULO BÔNUS

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Cassian

   Assim que chegamos à Corte Diurna eu me encontrava apreensivo, não era de se admirar, tão pouco não saber o motivo. As chegadas de todos na Corte Diurna foram rápidas e adiantadas, todos queriam estar preparados para a chegada da Grã Senhora misteriosa que, nenhum de nós havíamos ouvido falar a não ser quando ela mesma veio dar o deleite de sua presença no império que era o continente. A ansiedade e medo de quais seriam as reais intenções da Grã Senhora era visível no rosto de todos.

   Um silêncio mortal estava instalado na sala de reuniões. Ninguém tinha nada a dizer, olhavam uns para os outros ou apenas encaravam a mesa à espera da chegada daquela que de certa forma, convocara a reunião. Me mantive alerta, observando todos os presentes, notando que diversas vezes, Helion, encarava Lucien, o que achei estranho, mas não era da minha conta de toda maneira.

   Podia sentir a tensão que pairava sob a sala, todos se mantinham rígidos e a tensão nos braços se encontrava. Os olhos se voltaram para o lugar ao qual a Grã Senhora se sentaria, e me mantive observando junto deles.

   Um raio soou ao lado de fora da sala de reuniões da Corte Diurna e as janelas foram iluminadas como se, por um minuto a noite recém chegada se tornasse dia, porém, não estava se quer chovendo, fazendo todos sem exceção se levantarem de seus lugares de sobressalto, estava ainda mais alerta agora, olhei pra Rhys e os demais presentes, ninguém sabia dizer o que era aquilo. E por uma leve fração de tempo, um arrepio subiu por minha espinha, como se algo espreitasse atrás de mim, e de maneira discreta olhei para trás, agora de pé, não havia nada.... Mas a sensação de ser observado ainda se mantinha, me fez retrair um pouco mais minhas asas.

   Aquilo era certamente um aviso de que a Grã Senhora tinha acabado de chegar. Senti minhas mãos tremerem por leves momentos, estava extasiado, ansioso, e apreensivo sobre o que aquela reunião poderia acarretar. O silêncio pairou sobre nós, e o barulho de passos, junto ao bater de saltos, tomou meus ouvidos, ela estava vindo, e parecia estar acompanhada por duas pessoas. Aquela sensação era terrível, minhas entranhas pareciam estar se revirando dentro de mim. Todos olhavam para a porta, do qual, a qualquer momento, a Grã Senhora passaria.

   A porta da sala fora aberta por um criado de Helion, o mesmo que nos recebera assim que chegamos e nos dirigiu a sala de reunião, e por ela como o vento e a escuridão, a Grã Senhora da Corte Nebulosa entrou com a cabeça erguida, passos graciosos e um belo sorriso branco no rosto ao encontrar todos de pé, esperando por ela. Me fazendo ficar rígido, como uma pedra impotente.

   Aquela era a Grã Feérica mais bela que já havia visto. Tinha uma beleza fora de série, tudo nela parecia perfeito e em completa harmonia. Sua pele era levemente pálida, com as bochechas levemente rosadas, sua boca era pequena e rubra, o corpo curvilíneo, esbelto e seios fartos. Ela era baixa para uma Grã Feérica, podia ser até do mesmo tamanho que Amren ou menor, já que estava usando saltos. Ao olhar para seus olhos um formigamento surgiu em meu estômago, subindo até a garganta. Seus olhos eram como prata, quase idênticos aos de Amren, mas a sensação que passavam era desagradável, sentia a vontade de me esconder, correr para o mais longe possível e me enfiar no primeiro buraco que encontrasse e me enterrar. Me sentia sendo olhado por uma besta com garras e dentes que poderia facilmente me dilacerar. Me sentia da mesma forma quando vi Bryaxis pela primeira vez.

   Contive o impulso de me encolher diante de sua presença, me mantendo firme e parado no lugar, queria poder tossir para aliviar a garganta, mas meu corpo parecia paralisado. Atento, era como me encontrava agora, muito atento, qualquer sinal que eu pudesse dar de desconforto, poderia ser uma forma de mostrar a ela que sua presença era aterrorizante.

   Novamente, um calafrio percorreu minha espinha, e a sensação de estar sendo observado pelas costas se fez presente. A Grã Senhora observou ao redor, atenta aos detalhes, sua postura era impecável, vestia-se com um vestido negro, adornado por tecidos também negros porém transparentes, não pude resistir em olhar para seu decote, os seios cobertos pelo tecido negro quase totalmente, mas eram visíveis diante do tecido quase transparente acima dele, eram bem marcados, as coxas também estavam relativamente a mostra diante do tecido quase transparente, a esquerda adornada com uma espécie de joia, brilhante e prateada, torneadas e pela Mãe o que estava fazendo?

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