PRÓLOGO

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   Dez anos haviam se passado desde os acontecimentos em Prythian e, nas terras ao leste, na parte da Corte Nebulosa, a Grã Senhora que governava aquele enorme território estava furiosa ao descobrir que três dos governantes de suas cidades lhe hav...

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   Dez anos haviam se passado desde os acontecimentos em Prythian e, nas terras ao leste, na parte da Corte Nebulosa, a Grã Senhora que governava aquele enorme território estava furiosa ao descobrir que três dos governantes de suas cidades lhe haviam escondido o ataque de Hybern a Prythian durante todos esses anos, utilizando de intrigas em vários lugares para distraí-la. Ela sabia que isso arrecadaria problemas futuros, então queria detalhes e uma confissão, para fazer o que tinha de ser feito. Na verdade, o que ela deveria ter feito a muitos anos.

— COMO TIVERAM A AUDÁCIA DE ME ESCONDER QUE HYBERN ATACOU PRYTHIAN HÁ DEZ ANOS!? — A Grã Senhora gritava fumegando de raiva com as trevas voltando seu ser, os olhos que possuíam a íris de um tom cinza brilhante se encontravam vermelhos de tamanha que era sua fúria. Todos naquela sala estavam paralisados, não mexiam um músculo, temerosos do que ela era capaz - EU REALMENTE ESPERO QUE HAJA UMA EXPLICAÇÃO PARA TRÊS DE NOSSAS CIDADES TEREM FEITO MENÇÃO DE SE JUNTAR À HYBERN! — Um soco fora dado na parede pela Grã Senhora, que instantaneamente afundou-se, as rachaduras romperam o chão causando um barulho estrondoso. Todo o castelo pareceu tremer diante da Grã Senhora.

— S-senhora... A-achamos que n-não iria querer se meter n-nos assuntos d-deles — Um dos representantes disse, arrependendo-se instantaneamente por abrir a boca, diante do olhar mortífero que sua Grã Senhora lhe lançou, fazendo com que ele se calasse imediatamente.

— Acharam? Vocês ACHARAM!? — Ela proferiu, uma camada densa de trevas a rondou, deixando aquela sala com uma presença mortífera exorbitante, muitos começaram a tremer instantaneamente como se suas vidas estivessem na palma da furiosa Grã Senhora, e realmente estavam — CHAMEM HELBRAN, ALTHERYS E DEATHOR! AGORA! E VOCÊS... — Ela voltou-se aos presentes na sala - Rezem para que meu humor não fique pior do que está! Porque eu já estou por um fio! Espero que não exista mais nada que eu não esteja sabendo... porque se existir... não terei clemência, ou nem um pingo de misericórdia por vocês — Todos não conseguiam nem abrir a boca do tamanho horror que sentiam, seus corpos pareciam paralisados.

   Assim que os três solicitados pela Grã Senhora entraram, tiveram sua total atenção. Ela estava literalmente incarnando em algo totalmente ruim, uma leve névoa vermelha envolvia sua silhueta, escapando um pouco para os lados disformemente.

— Vocês três tem dois minutos ou menos, para explicar o motivo de saberem sobre uma Guerra entre Hybern e Prythian e não terem me notificado durante DEZ ANOS — Ela proferiu, dando ênfase ao tempo passado entre dentes, respirando fundo a seguir enquanto andava pela sala.

   Ela encostou-se numa mesa cruzando os braços, aguardando as respostas que desejava, pensando em como teria que ser rápida para resolver o problema que tinha em mãos.

— Senhora, mil perdões, mas nós achamos que como a senhora estava ocupada resolvendo os conflitos de algumas cidades, não seria necessário lhe dizer tal coisa, visto que no fim Prythian saiu vitoriosa, e quanto a Hybern não temos que nos preocupar já que Kiron assumiu o trono. — Todos olharam para o rosto de Deathor com apenas uma coisa em mente: ele não deveria ter dito aquilo.

   Sua Grã Senhora abaixou a cabeça, então passou a rir, levantando a cabeça alguns segundos apenas para encarar a todos. Suas feições eram indecifráveis, porém, ao pender a cabeça para o lado, seu olhar se tornou mais sombrio do que demonstrará outrora, a sala passou a ficar cada vez mais fria, tanto, que alguns objetos chegavam a congelar. Todos estavam aterrorizados com a visão que tinham.

— Não seria necessário não é mesmo... você já se esqueceu do que o cão de Hybern fez contra o nosso povo? — A Grã Senhora indagou, desencostando da mesa que estava e aproximando-se deles lentamente — Tem noção de que Prythian, assim como nós, possui Feéricos, Grã Feéricos e humanos, possui seres que neles habitam a vida? Devemos apoiar os nossos... devemos lutar por aqueles que precisam da nossa ajuda — Ela continuou a aproximar-se, ficando frente a Deathor.

   O Grã Feérico agora estava paralisado, engolindo em seco devido ao olhar frio e sombrio da Grã Senhora fixo em si. Tinha cometido um erro muito grande em achar que poderia, de alguma forma, enganá-la, e isso seria o motivo de sua morte.

— Sabe, já que vocês menosprezaram tanto a vida de outros seres... ao ponto de lhes negligenciar ajuda... — A Grã Senhora se afastou um passo - Então vão pagar com suas vidas — Ela proferiu, e todos foram presos por uma densa camada de fitas de pura escuridão, todos, exceto Helbran, Altherys e Deathor foram estraçalhados. O sangue jorrando nas paredes e na linda mobília prateada — Eu até cheguei a gostar de vocês ... mas sei o porquê de não me falarem nada, vocês foram os mais revoltados com o tratado e a muralha, tantas vidas tiradas por que vocês não suportam não ter seus escravos humanos... ridículo... eu já lhes disse uma vez, só estavam sendo mantidos em seus cargos, por conta do tratado que fizeram com meu pai, mas eu que mando aqui já faz 300 anos. Estava apenas esperando um deslize de vocês, o que fizeram é um ato grave de traição, e quem me trai... não tem a chance de se redimir exceto que morra — A Grã Senhora concluiu, seu tom era doentio enquanto abria um sorriso macabro.

   Os gritos de dor se mesclando as risadas sádicas da Grã Senhora foram ouvidos por todos, porém, um silêncio perturbador fora instalado naquele enorme castelo minutos depois, e da sala onde dezessete Grã Feéricos entraram, apenas a Grã Senhora da Corte Nebulosa saiu. Seu estado deixaria qualquer um que a visse apavorado, encontrava-se banhada em sangue, os cabelos outrora brancos encontravam-se ensanguentados, seu vestido deixou um rastro rubro por onde passou. Seu rosto continha respingos grotescos de sangue, e seus olhos... seus olhos continham a essência da morte. Apenas a frieza e a escuridão.

— Mande um convite com urgência para todos os Grão Senhores e Senhora de Prythian. Eu, Ninphya, Grã Senhora da Corte Nebulosa, da terra de Parthevia ao Leste, convido-os para minhas terras a fim de um acordo de paz, mande uma convocação a Kiron em Hybern e Sundryth. Quero que as águias nevadas cheguem em menos de uma semana, quanto às rainhas humanas, eu mesma farei com que me escutem mais uma vez, convoque os demais, temos uma reunião para fazer, e não me importa o horário — A Grã Senhora falou com firmeza. Caminhando pelo corredor enquanto era seguida por um membro de sua corte.

— Sabe que vão desconfiar de nós, não sabe? Já que... bem, não demos ajuda e não nos pronunciamos em dez anos, sem contar que depois de tudo, é um tanto repentino — O membro de sua corte disse-lhe enquanto caminhava ao seu lado. Tratava-se de um macho alto de cabelos brancos, olhos azuis e vestes da mesma coloração com pequenos adornos em branco.

— Eu sei, mas não quero esperar, deixe que pensem o que quiser, mas não podemos deixar as coisas levarem o rumo que estão levando... — Ela soltou um suspiro — Era só isso que me faltava... quero que todos saibam o que ocorreu hoje, todos, sem exceção. E que sirva de aviso também, para que mais ninguém ouse me trair outra vez - Sua voz era fria e o macho a olhou, parando de andar, e em poucos metros após, ela também parou.

— Sabe que eles não virão até aqui, não sabe? — O mesmo perguntou, o que fez a Grã Senhora virar-se de uma maneira majestosa, abrindo um sorriso mínimo enquanto o olhava diretamente nos olhos, sendo iluminada pela Lua, os olhos prateados brilhando em expectativa da que viria.

— Sei muito bem... então, eu irei até eles... — Ela sorriu, mostrando os dentes de maneira que suas presas relativamente grandes se mostrarem — Se assim eles desejarem... assim será — Ela voltou a andar, sumindo pela escuridão do grande corredor.

 assim será — Ela voltou a andar, sumindo pela escuridão do grande corredor

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